O Conselho Deliberativo do Flamengo irá votar na quarta-feira a nova versão do contrato do clube com o Complexo Maracanã Entretenimento S.A.. No documento, o qual o LANCE!Net teve acesso (veja trechos do contrato abaixo), há diferenças significativas em relação à primeira versão do acordo, aprovado com ressalvas pelo clube em outubro do ano passado, principalmente no ponto que fala sobre a divisão de renda. A duração do acordo em três anos foi mantida.
Na primeira versão, que não chegou a ser assinada, a divisão da renda líquida de uma partida era feita por percentual em cinco categorias, com o Flamengo podendo levar entre 50% e 72%. Já na nova versão foram feitas seis faixas de divisão e, em cinco delas, o cálculo é feito por meio de uma fórmula matemática (veja comparação completa entre as versões acima). Levando como exemplo a renda da final da Copa do Brasil do ano passado, o clube receberia menos R$ 314.752,00, que seriam repassados ao complexo pelos termos do novo vínculo.
Em contrapartida a esta diferença de valores, a ressalva dada pelo Flamengo na primeira versão, exigindo a construção de estádio na Gávea e que causou muita discussão entre as partes internamente, foi mantida com um novo texto. O complexo promete estudar e, apenas se viável, desenvolver o estádio. A negociação pelo clube foi liderada por Rodrigo Tostes, vice de finanças.
Outro ponto que sofreu alteração foi no que diz respeito aos jogos em que o Flamengo quiser mandar fora do Maracanã. O limite de dez por ano foi mantido, mas as exceções alteraram. Antes, a regra não se aplicava ao Campeonato Carioca e aos confrontos decisivos das demais competições. Agora, não se aplica aos clássicos estaduais, aos jogos decisivos e, dentre os dez, há um máximo de seis para o Campeonato Brasileiro.
Vale destacar que a cláusula sobre as despesas operacionais não sofreu alteração. Cada pessoa pagante nos jogos em que o Flamengo for mandante no Maracanã segue tendo um custo de R$ 10, a ser pago pelo clube, com o limite de R$ 300 mil.
MARCIO BRAGA FAZ REUNIÃO POR VOTO
O grupo político de Marcio Braga fará nesta segunda-feira uma reunião para decidir que caminho irá seguir na votação do novo contrato do Flamengo com o Maracanã, que será realizada pelo Conselho Deliberativo na quarta-feira. Esta decisão ganha importância no cenário político rubro-negro por conta de o grupo ser influente junto a uma significativa parte de conselheiros, tanto que na votação do primeiro contrato, em outubro do ano passado, a aprovação foi feita com ressalvas a pedido do grupo de Braga, que quis exigir a construção de um estádio de pequeno porte na Gávea.
Outros grupos políticos da oposição do Flamengo tendem a votar pela reprovação do novo contrato com o Complexo Maracanã. O pensamento destes conselheiros é o de que os novos termos não são favoráveis ao Rubro-Negro, principalmente sobre a nova divisão de renda entre as partes e a duração total do vínculo a ser assinado.
PRORROGAÇÃO AUTOMÁTICA CASO HAJA DÉBITO
Caso o Flamengo adiante receitas de partidas ou realize empréstimos junto ao Complexo Maracanã Entretenimento S.A., o contrato, inicialmente válido por três anos, será automaticamente prorrogado pelo período em que o clube ainda dever valores à concessionária, de acordo com o item 8.1 da cláusula oitava do novo contrato. Na versão antiga, esta prorrogação não estava prevista.
O novo texto da cláusula terceira do contrato, em que mostra as informações sobre adiantamentos de receitas, prevê também que em todo pedido do Flamengo para antecipação de valores seja feito um documento à parte, com o mesmo sendo obrigado a ser submetido aos Conselhos rubro-negros. E apenas após uma aprovação, ele seria encaminhado ao Complexo Maracanã.
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