A reaproximação do Flamengo com a Traffic e, consequentemente, a 
garantia de ter Ronaldinho em 2012 por meio da parceria dependem de uma 
condição imposta pela empresa ao clube: dar exclusividade ao parceiro na
 captação de patrocínio.
Isso quer dizer que a Traffic não quer a 
9ine à frente das negociações para vender o espaço principal da camisa 
rubro-negra. Ou seja, caso as partes cheguem a um acordo, o Fla teria de
 abdicar da renovação com a Procter & Gamble que vem sendo conduzida
 pela empresa de Ronaldo Fenômeno. Por ora, não há proposta, apenas 
conversas.
Na reunião que aconteceu na quinta-feira, em São
 Paulo, na sede da Traffic, os executivos do grupo deixaram o acordo 
encaminhado e avisaram a Michel Levy, vice de finanças e representante 
do Fla no encontro, que a decisão, agora, está nas mãos do clube.
O
 Flamengo estipula conseguir R$ 25 milhões para ceder o espaço da frente
 e das costas de sua camisa em 2012. O valor, por sua vez, é inferior à 
perspectiva inicial de Fla e Traffic quando contrataram Ronaldinho, em 
janeiro.
A expectativa era conseguir o mínimo de R$ 30 milhões. O 
que fosse arrecadado a mais, seria dividido entre as três partes. Esse 
acordo, porém, jamais foi oficializado.
É justamente o percentual 
da Traffic na venda da propriedade da camisa que os parceiros costuram. 
Inicialmente, haveria a redução do piso para a partilha.
Outra 
alternativa seria o grupo ganhar um percentual como a intermediária do 
negócio. Foi o que aconteceu com a 9ine, que recebeu R$ 900 mil de 
comissão pelo acordo selado com a P&G, em agosto. O valor total do 
patrocínio para o período de quatro meses foi de R$ 6,6 milhões. O Fla 
ficou com R$ 5,7 milhões.
Sócio-torcedor em pauta
Outra
 questão pendente entre Flamengo e Traffic diz respeito ao projeto 
sócio-torcedor. Atualmente, existe o Cidadão Rubro-Negro, que tem cerca 
de cinco mil sócios, mas está abandonado.
Em uma nova versão, 
ele se chamará Sócio Rubro-Negro e será administrado pela Traffic. O 
grupo cuidaria da distribuição e venda de ingressos e também da 
exploração comercial do projeto, eliminando esses custos que, hoje, são 
da responsabilidade do Fla. A empresa, então, receberia um percentual 
sobre os lucros.
Por meio desse projeto, o torcedor do Fla 
terá um cartão de afinidade pelo qual terá direito à compra de ingressos
 para os jogos.
Salário de R 10 será quitado
Caso
 as partes cheguem a um acordo nos próximos dias, a Traffic garantiu ao 
Flamengo que efetuará o pagamento dos quatro meses de parte do salário 
de Ronaldinho que está suspensa.
A empresa explicou ao clube 
que os cerca de R$ 3 milhões pendentes serão quitados após assinatura do
 contrato que oficializa a parceria pelo jogador.
O comunicado
 também será feito a Assis, irmão/empresário de Ronaldinho. Foi por meio
 dele que a empresa firmou o contrato que garante à Traffic o direito de
 usar a imagem do camisa 10.
Dos R$ 1,2 milhão que o atacante 
recebe por mês, R$ 750 mil são de responsabilidade da Traffic. No total,
 incluindo os impostos, o grupo chega a desembolsar R$ 1 milhão. Os 
outros R$ 450 mil são pagos pelo Flamengo. Desse montante, R$ 200 mil 
são referentes a luvas para Ronaldinho.