domingo, 22 de abril de 2012

Joel: ‘Já pensou trocar de treinador a cada dois meses? Onde vai parar?’

 Eliminado na primeira fase da Libertadores. Fora das finais do Campeonato Carioca. Ter que explicar dois fracassos em pouco mais de uma semana não tirou a tranquilidade de Joel Santana. Após a derrota por 3 a 2 (veja os melhores momentos no vídeo abaixo) para o Vasco na semifinal da Taça Rio, neste domingo, o técnico do Flamengo reconheceu que os resultados aprensentados por ele e pela equipe em dois meses e meio do trabalho não foram bons e concluiu.

- Alguma coisa vai ter que ser feita. Minha função dentro do clube é procurar dar equilíbrio, fazer uma equipe da altura do nosso clube, da nossa torcida. Não resta dúvida de que o que nós fizemos nesses dois meses e meio é pouco. Tínhamos de ir mais longe nas duas competições.

Fato que é Joel está ameaçado no cargo. Às vésperas do clássico, ninguém da diretoria garantiu a permanência dele. No Engenhão, também. O único dirigente que esteve na entrevista coletiva foi o gerente Jairo dos Santos.

- Acima de mim tem um supervisor, um diretor de futebol, eles acompanham o que eu faço, as minhas ideias, o que estou pensando para o futuro. Já pensou o Flamengo trocar de treinador a cada dois meses? Onde vai parar isso? Sei lá... não é comigo não, pode ser com qualquer treinador. Tudo bem.

A falta de um posicionamento, segundo ele, não incomodou.

- Não incomou nada. No mundo do futebol se fala muita coisa. Se cada vez que comentarem alguma situação de permanência eu me incomodar, vou infartar. Não tenho mais condição de conviver com isso. Vim para o clube numa conversa que tivemos. Senti a necessidade de voltar (é a quinta passagem dele). Toda vez que sair esse tipo de situação não posso dormir mal ou coisa parecida. Tenho muito tempo de estrada. Acho que é hora de fazer uma reciclagem. Todo mundo, eu também. Eu sou treinador há 30 anos. Eu erro muito pouco. Eu, como treinador, erro muito pouco. Sei o que faço, analiso, discuto, é só ver o que acontece. Mas futebol é imprevisível. Essa situação, essa coisas do futebol, têm que ter equilíbrio. Não gosto de responder essa pergunta (risco de demissão). Há 30 anos eu respondo isso.

Joel bateu várias vezes na mesma tecla: o grupo precisa ser reforçado para o Campeonato Brasileiro. E o meio-campo é o principal setor.

- Precisamos de um cabeça de área. A direção sabe isso. Quatro jogadores da posição se machucaram (Airton, Maldonado, Willians e Rômulo). Não estou transferindo responsabilidade, mas precisamos melhorar o setor. Temos de continuar fazendo gols e treinar melhor nosso setor defensivo, sistema de marçação. É muito gol. Não tem equipe que suporte. A direção já tem uma ideia e vamos definir algumas coisas a partir dessa semana.

Fora da Libertadores e do Carioca, o Flamengo vai passar por um longo período de inatividade. O próximo jogo será só em 20 de maio, contra o Sport, na estreia da equipe no Brasileirão. Jogadores e comissão técnica deixaram o Engenhão sem uma programação definida para a próxima semana. Apenas mais uma das incertezas que cercam o clube no momento de crise.

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