terça-feira, 12 de novembro de 2013

Flamengo descarta reduzir valor de ingresso e projeta renda de até R$ 9 milhões


Fred Luz diretor de marketing do Flamengo (Foto: Cahê Mota)Em meio à polêmica de preços dos ingressos para o segundo e decisivo jogo pela Copa do Brasil, dia 27, diante do Atlético-PR, no Maracanã, o Flamengo afirmou que não cogita mexer nos valores - que variam de R$ 250 a R$ 800 (para quem faz parte do programa sócio-torcedor há desconto de 40% sobre esses preços, com as entradas variando de R$ 150 a R$ 480). Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, na sede da Gávea, o gerente de marketing do clube, Fred Luz, fez estimativas de que a renda da grande decisão seja de até R$ 9 milhões. A carga total de ingressos será de 72.301 (incluindo gratuidades e entradas para torcida do Furacão). O dirigente disse ainda que tentará uma solução caso a torcida adversária não esgote os bilhetes.

- Não trabalhamos com essa possibilidade (de reduzir os valores). Não sei nem se é possível, acho que não. O jogo vai lotar. A procura está enorme - afirmou Fred Luz.

O gerente de marketing fez projeção da renda da grande final. E disse que tentará arrumar uma solução caso o cenário da semifinal com o Goiás se repita. Na ocasião, milhares de cadeiras destinadas à torcida visitante ficaram vazias.

- Estimativa de renda é entre R$ 8 e 9 milhões. Vai depender muito de qual vai ser a solução para questão do setor visitante. Estamos tentando um caminho para que a torcida do Flamengo compre os ingressos não utilizados. Garantir segurança dessa forma é muito fácil. Perdemos dinheiro, e o custo disso é estratosférico - afirmou Fred Luz.

Durante o evento, organizado para anunciar a possibilidade de migração de sócio do clube para sócio-torcedor no plano Raça, o mais barato, a custo de apenas R$ 10 (para confecção da carteirinha), Fred Luz apresentou estudo para tentar justificar o reajuste. Com base em estudos, o dirigente revelou que a estimativa é de que cerca de 80% dos bilhetes para decisão sejam vendidos com meia-entrada e argumentou que, diante disso, o preço médio chegará a R$ 121,95.
 
Ainda com base nestas informações apresentadas em planilha, Fred comparou o valor da decisão da Copa do Brasil com o de outras partidas importantes no cenário nacional nos últimos anos. Levando em conta particularidades do Rio de Janeiro, como direito a gratuidade, a média paga por quem acompanhou Flamengo x Santos, na despedida de Neymar, na primeira rodada do Brasileirão, foi de R$ 109. Já no confronto que praticamente decretou o título nacional, domingo, contra o Grêmio, os cruzeirenses desembolsaram em média R$ 90,03. O recorde nesta relação de custo, de acordo com os rubro-negros, vem da final da Libertadores deste ano, entre Atlético-MG e Olímpia: R$ 250, 65.

Assim como o presidente Eduardo Bandeira de Mello, Fred Luz disse que o Fla não pode se privar da oportunidade de fazer caixa e reforçou não ter dúvidas de que o Maracanã estará lotado.

- O Flamengo não está em condições de dispensar recursos, nem ser incentivador para que isso seja distribuído para pessoas que não tenham nada a ver com o Flamengo. O clube chegou à decisão graças a Deus, ao esforço de todos, jogadores, pessoas do futebol, mas vamos precisar de reforços. Temos um drama violento que já vivemos em 2013, esperamos melhor em 2014, mas precisamos melhorar a capacidade financeira. Nossa torcida é "a" torcida. É fiel, deseja as mesmas coisas que nós, e precisamos deles. Montamos a tabela de preços considerando que vamos lotar o estádio.

O discurso do diretor de marketing foi pautado também na necessidade de inibir a ação de intermediadores para que os ingressos cheguem aos torcedores. Tendo o jogo com o Grêmio, que valeu o título Brasileiro de 2009, como exemplo, Fred Luz falou que o Flamengo está somente transformando em lucro para o clube um valor que já era normalmente cobrado no mercado ilegal.

- No Flamengo x Grêmio, os ingressos foram esgotados muito rapidamente e foram vendidos a R$ 120, R$ 150, até R$ 400... A diferença é que o Flamengo não ganhou esse dinheiro.  É um jogo muito especial, não podemos tratar como o do Goiás. É um jogo atípico, e temos que ter a responsabilidade de criar valor dentro do Flamengo. Se coloca mais barato, os aproveitadores vão furar fila, vão comprar e vender pelo valor certo, que não virá para o Flamengo. Assim, perdemos a capacidade de investimento. 

A teoria de que o aumento do valor mudaria o perfil do torcedor presente nos estádios também foi rebatida por Fred Luz. Para o diretor, a maior diferença estará nos setores mais caros e não nos que são destinados ao "povão". 

- É difícil de responder. Não temos uma clareza de qual seja o perfil desta distribuição. Nossa leitura é de que é um grupo muito pequeno. O torcedor cotidiano que vai a um jogo irá a esse, em sua grande maioria. O torcedor que vai a todos os jogos, também precisa de uma renda. Vou ao jogo, vejo as pessoas e, a grosso modo, as pessoas são as mesmas. A diferença pode estar nos camarotes e não lá atrás dos gols, embora possa acontecer. 

Por fim, Fred esquivou-se de falar sobre os questionamentos do Procon a respeito do reajuste. O Flamengo já foi notificado pelo órgão e terá que prestar esclarecimentos na quarta-feira. 

- Não sou a pessoa que cuida disso. Esse assunto deve estar com a presidência e o departamento jurídico. Presto informações quando sou demandado, mas não sei exatamente como o clube está tratando disso no momento. 

A comercialização de ingressos para a partida entre Flamengo e Atlético-PR, dia 27, no Maracanã, teve início na segunda-feira para sócios-torcedores do plano Paixão+, o mais caro, mas ainda não há parcial de vendas.


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