sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um ano após tragédia, Murici vive dias de expectativa

Sentado dentro da barraca na qual vive desde junho passado, o desempregado Hélio Francisco dos Santos Filho resume o significado do confronto entre Murici FC e Flamengo, na próxima quarta-feira, pela Copa do Brasil:

– Não será apenas um jogo. Será uma pontinha de alegria no meio de tanta desgraça, moço.

Hélio, de 24 anos, flamenguista roxo, é um dos moradores da cidade de Murici – no interior de Alagoas – alojados em um acampamento semelhante aos do Haiti. Cerca de dez mil pessoas do município de 27 mil habitantes vivem ali ou em casebres de barro após a enxurrada que arrasou quase tudo em junho de 2010 e esperam a construção de casas populares em barracas de lona, nas quais a temperatura chega a 50 graus.

A água vem de caminhão-pipa, comida nem sempre tem e emprego é uma dádiva para poucos felizardos. Por isso, o jogo será um alento em meio a uma dura rotina de reconstrução.

– Aqui, a maioria é flamenguista. Se for preciso, vendo botijão de gás, geladeira... Faço qualquer coisa para ver o Flamengo – diz o pedreiro Lúcio Santana, de 39 anos.



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