quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Para não virar outro Mané: Adriano Imperador e a sombra de Garrincha



Malandro é malandro e mané é mané. E o atacante Adriano, do Flamengo, é, para muitos, um típico representante da malandragem. Porém, para quem acompanha futebol, o Imperador não passa de um Mané dos anos 2000.  No caso, a versão moderna do ídolo Mané Garrincha.

A semelhança entre os dois vai além do talento com a bola nos pés. Criados em comunidades carentes, tiveram problemas de adaptação ao mundo fora do habitat natural e afogaram na bebida suas carências. O sucesso como jogador foi insuficiente para que tivessem fora das quatro linhas uma vida de vitórias.

Companheira de Garrincha por 16 anos, a cantora Elza Soares traçou para o MAIS um paralelo entre o seu Mané e o Imperador.

-  Sei o que ele e a família estão passando. Foi muito parecido com o que eu passei ao lado do meu Mané.  Neste momento, os amigos tem de segurar a mão dele e tirá-lo do buraco. Se ele quiser, passo o dia com ele para mostrar o quanto eu sofri com o Mané por conta de bebida - se prontificou.

Adriano teve oportunidades que Garrincha não recebeu

O exemplo de Garrincha, que morreu pobre e abandonado pelos “amigos”, pode servir para Adriano mudar o rumo de sua vida. O Imperador terá tempo para decidir se continuará no caminho que tem traçado ou se prefere escrever novos capítulos em sua história.

-  Não comparo o Adriano com o Mané neste caso (chance de sair do fundo do poço). Mané é Mané e Adriano é Adriano. Mané não tinha dinheiro, médicos, psicólogos e esse monte de ajuda. Adriano é rico e pode pagar o que ele quiser para sair dessa - diferencia Elza, que ganhava mais do que Garrincha quando foram casados.

Outra diferença entre os dois está dentro de casa, para Elza:

-  A família do Mané não poderia nos ajudar, eles não sabiam de nada. Adriano tem uma família linda.


BATE-BOLA

Elza Soares, cantora e ex-mulher de Garrincha

A senhora acredita que o Adriano pode se recuperar, diferentemente do Garrincha?
Adriano ainda pode voltar a jogar, basta ele querer. Se ele tivesse uma mulher que nem eu ao seu lado,  sairia dessa. Ele é rico, tem muito dinheiro e uma família maravilhosa.

E qual a receita pra isso?
O Adriano tem de ser muito forte para suportar tudo que ele está vivendo. Isso não é fácil, ele vai precisar ser forte se quiser continuar jogando. Hoje ele não pode pensar em futebol, eu falava muito para o Mané: “Pensa na sua vida”, mas o jogador de futebol é diferente.

O assédio feminino atrapalha neste momento?
Essas mulheres só querem grana, mas o Mané não tinha grana. Na época, quem tinha dinheiro era eu. Hoje, essas mulheres vão embora no primeiro problema que aparece. São aproveitadoras. Ele tem de sair dessas.


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