O empresário de Thiago Neves, Léo Rabello, concedeu uma entrevista
coletiva na tarde desta segunda-feira em seu escritório, na Barra da
Tijuca. Segundo Rabello, o meia garantiu não ter negociado diretamente
com o Fluminense. Ele segue confiante no acerto entre Flamengo e Al
Hilal.
- Hoje os clubes não têm ética. Se beijam e depois querem passar para
trás. Trabalho com o Thiago Neves há dez anos e ele me garantiu que não
conversou pessoalmente com o Fluminense. Acredito nele. A negociação
(com o Flamengo) não está encerrada e vou conversar com o Thiago Neves
hoje (segunda-feira) - disse Rabello.
- Não impedi o jogador de negociar com outro clube. Só é questão de
ética. Conversei com o Thiago rapidamente e vou conversar de novo hoje -
completou.
Nas últimas semanas o caso Thiago Neves se transformou em uma
verdadeira novela. Em um primeiro momento, o apoiador manifestou o
desejo de continuar no Flamengo e autorizou Léo Rabello a negociar com a
diretoria do Al Hilal. No entanto, a demora do Flamengo em reunir a
quantia pedida pelos árabes foi minando a paciência do jogador e
aumentando o interesse tricolor, que passou a negociar diretamente com
os dois sem comunicar o empresário, que ficou chateado com a situação.
- Hoje ele (Thiago Neves) me disse que conversou por telefone (com o
Fluminense). Mas se existe homem traído e mulher traída imagina
empresário.... O que me deixa chateado é que trabalho com o Thiago Neves
desde os 17 anos. Minha decepção hoje é com o contexto do futebol. Para
mim seria fácil pedir minha comissão, mas não é isso - explicou, para
depois lembrar que tem bom relacionamento com o presidente da Unimed,
patrocinadora do Fluminense:
- Celso Barros é meu amigo. Sempre expliquei que tinha que exaurir a
negociação com o Flamengo e ele me disse que iria esperar. Tive contatos
normais e não para tratar de Thiago Neves.
Para conseguir a liberação do Al Hilal, a Unimed teria desembolsado
cerca de R$ 16 milhões por 90% dos direitos econômicos de Thiago Neves.
Os outros 10%, atualmente, pertencem ao Flamengo. A empresa seria a
grande responsável pelo pagamento do salário do jogador. Ao Fluminense
restaria um valor bem menor, cerca de R$ 50 mil. São dois contratos
diferentes. Um de imagem com a Unimed e outro de trabalho com o
Tricolor. Léo Rabello, no entando, acredita que a oferta rubro-negra
seja mais vantajosa para os árabes.
- No contrato o Flamengo tem 10% de uma eventual venda nesta janela. Se
imaginar direitinho... O Flu paga 7 milhões de euros. O Flamengo
oferece 6,5 milhões, mas os árabes têm que pagar 700 mil ao Rubro-Negro.
Ou seja: quem está pagando mais? - questionou.
No fim, o empresário falou sobre a parceria com o jogador e não garantiu que eles continuarão trabalhando juntos:
- O Thiago não está me evitando. Estamos sempre nos falando. Ele sempre
me garantiu que não teve qualquer encontro pessoal com o Fluminense.
Thiago para mim é um parceiro. Entrosamento é especial por isso minha
irritação com isso. Acho que dá pra seguir trabalhando com ele. Mas têm
de ser conversado...
Esta pode ser a terceira passagem de Thiago Neves pelo Fluminense. As
outras duas foram entre 2007 e 2009. Ele conquistou a Copa do Brasil em
2007 com o clube e foi decisivo na campanha do vice-campeonato da
Libertadores no ano seguinte. No segundo jogo da final contra a LDU,
marcou três gols levando a partida para a decisão nos pênaltis. Na hora
da cobrança, acabou perdendo a sua e o Fluminense saiu derrotado. A
torcida tricolor não aprova a contratação de maneira unânime, mas muitos
ainda guardam boas lembranças das passagens pelo clube.
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