terça-feira, 17 de abril de 2012

Artilheiro dos juniores, Nixon sonha se juntar a Love, R10 & Cia no Fla


nixon flamengo x americano (Foto: Fred Huber/Globoesporte.com)
Um dia depois de o Flamengo se sagrar pentacampeão brasileiro, em 1992, Nixon nasceu em Juazeiro, na Bahia. Naquela época, a família ainda não fazia ideia que o menino iria se tornar jogador de futebol e ter a oportunidade de vestir a camisa rubro-negra. Atual camisa 9 do time de juniores, ele coleciona gols e, aos 19 anos, é uma das grandes esperanças para o futuro.

Na Taça Guanabara deste ano, em que o Fla terminou em segundo lugar, atrás apenas do Nova Iguaçu, ele foi o artilheiro da equipe com 12 gols em 15 rodadas. A chegada ao clube foi curiosa, e contou com a ajuda de uma torcida organizada de sua cidade que fez lobby para que ele tivesse uma chance de mostrar seu potencial.

- Sou da Bahia, jogava no Porto, de Caruaru, e tive a oportunidade de chegar ao Flamengo através da torcida Fla-Sertão, que agora virou Fla-Juazeiro. Jussiê e o Hélio, junto com outros amigos, conseguiram com a diretoria um teste. Na época era o Rivelino Serpa o coordenador da base. Vim para o Flamengo e fiquei um período sem jogar porque ainda estava federado lá.

As dificuldades não foram apenas no início, mas Nixon não desanimou e desde o ano passado colhe os frutos - e muitos gols - de seu esforço.

- Na minha estreia no juvenil, fiz gol. Dali já começaram a me dar oportunidades. Mas no meu primeiro ano de juniores não cheguei a jogar muito, já tinham outros atacantes há mais tempo. No meio de 2010 tive uma lesão no púbis, e, depois que voltei, após quatro meses, fraturei o nariz. Estava inscrito mas não participei da Copa São Paulo em que o time foi campeão. No Carioca comecei a ter chances e as coisas foram acontecendo. Ano passado fiz 32 gols. Neste também tem dado tudo certo, já fiz 12 no Carioca.

Como todo jogador da equipe de juniores, Nixon sonha chegar ao time profissional o mais breve possível, assim como já aconteceu com alguns de seus ex-companheiros, como Muralha, Luiz Antonio e Thomás. Sábado passado, na vitória do Fla sobre o Americano por 4 a 0, na Gávea, ele teve ótima participação e fez um gol. Joel Santana assistiu ao jogo e deve ter ficado satisfeito com o que viu.

- Nunca cheguei a treinar com o grupo profissional completo. Quando eu fiquei de sobreaviso, treinei um rachão mas não estavam todos porque o time estava viajando pela Libertadores. Todo mundo tem este sonho de subir, né. O Joel estava assistindo... Tomara Deus que tudo dê certo.

nixon flamengo x americano   (Foto: Fred Huber/Globoesporte.com) 
Nixon sobe para o cabeceio no jogo contra o Americano, na Gávea (Foto: Fred Huber/Globoesporte.com)
 
Para os flamenguistas que ainda não tiveram a chance de ver Nixon em campo, ele próprio se apresenta.
- Eu jogava mais pelas pontas, mas o Paulo (técnico dos juniores do Fla) me colocou de centroavante. As coisas foram acontecendo. Meus pontos fortes são a velocidade, finalização e a técnica. Meu trabalho é fazer gol, atacante vive disso.

Pai jogador e habilidades na cozinha

Nixon tem inspiração para balançar as redes desde muito cedo, na própria casa. Seu pai era atacante, mas terminou sua carreira de forma precoce por causa de problemas físicos. O filho agora quer construir sua história de sucesso.

- Meu pai era atacante, jogou no Bahia e em outros clubes. O nome dele é Nixon também. Ele tinha problema no joelho, e isso acabou atrapalhando a carreira. Forçou demais e acabou parando cedo, com 28 anos.

O jogador espera repetir na Gávea o sucesso que outros baianos tiveram, como Bebeto, Edilson, Charles Baiano, Junior Baiano e Obina.
- Muitos foram muito bem. Quero fazer minha parte também.

Para realizar o sonho de ser profissional, Nixon tem que conviver com a saudade da família, que permaneceu na Bahia, e com as dificuldades de morar sozinho. Mas isso, garante ele, só o faz amadurecer. Até habilidades domésticas ele já ganhou.

- Minha família toda ainda mora na Bahia, e eu em Vargem Grande, perto do Ninho do Urubu.
O bom de morar sozinho é que a pessoa amadurece. Vou completar três anos de Flamengo, e há quase dois estou sozinho em casa. Aprendi até a cozinhar e arrumar as coisas (risos).


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