terça-feira, 11 de outubro de 2011

O peso de um nome: Muralha assume apelido e, enfim, se destaca


Uns apelam para a numerologia, outros apostam em apelidos de infância, mas o que importa é carregar consigo uma marca que imponha respeito e dê confiança. E foi justamente este fator o divisor de águas entre o Luiz Philipe claudicante nas vezes em que esteve em campo pelo Flamengo e o Muralha, que teve atuação destacada no Fla-Flu de domingo. Pela primeira vez com a alcunha que carrega nas costas desde que começou no futebol, o volante rubro-negro, enfim, apresentou seu cartão de visitas ao torcedor e admitiu: o nome na camisa fez diferença.

- Muda um pouco, sim. De Luiz Philipe para Muralha. É um nome mais forte, que causa mais impacto.

muralha flamengo (Foto: Cahê Mota/Globoesporte.com) 
 Com apenas 18 anos, Muralha tem 11 partidas como profissional do Fla (Cahê Mota/Globoesporte.com)

E os números comprovam a teoria. Até então com dez partidas pela equipe principal do Fla, sempre com atuações apagadas, Muralha foi quase perfeito na primeira vez em que a direção do clube permitiu que assumisse oficialmente o apelido. Em campo durante os 90 minutos, algo inédito no Brasileirão, ele acertou 28 dos 30 passes realizados, roubou cinco bolas, desarmou outras três vezes e fez apenas uma falta, tendo sofrido duas.

Uma delas, por sinal, deu o que falar. Aos 40 minutos do segundo tempo, com o placar apontando 2 a 1 para o Flu, o volante arrancou pelo meio e caiu após choque com Lanzini. Falta para o Fla, gol de Bottinelli, e muita reclamação do lado tricolor. Questionado, Muralha não teve dúvidas em apontar o acerto do árbitro.

- O lance da falta é o que mais rola aí, né? Até o Abel foi expulso. Mas foi falta, sim. Claro que foi. O cara chegou por trás e me tocou. Não tem o que falar. O mais importante foi que nós marcamos os três pontos na tabela.

Escolhido para substituir Willians, o jovem de 18 anos acabou já nos minutos iniciais com a desconfiança dos torcedores, sendo efetivo na marcação e com bons passes. A boa atuação, segundo ele, foi fruto do apoio dos companheiros.

- Clássico é sempre jogo bom, ainda mais um Fla-Flu. Estava esperando uma partida dessa para ficar o jogo todo e deixar uma boa impressão. Foi o que aconteceu. A rapaziada mais experiente me passou confiança no vestiário, na concentração, e entrei em campo com toda tranquilidade para fazer o que sei fazer de melhor, que é jogar bola.

Juninho Pernambucano era o ídolo, Xavi é a inspiração


muralha flamengo (Foto: Cahê Mota/Globoesporte.com)
Contra o Palmeiras, quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Engenhão, pela 29ª rodada, Muralha volta para o banco de reservas. A situação, no entanto, não incomoda o jovem, que promete aguardar pacientemente pelas próximas oportunidades.

- Entrei e fiz o meu papel. Agora, depende do professor. Tenho que ter calma. Estou com 18 anos, chegando agora. Tem o Willians, tem o Aírton. No momento certo, eu vou jogar.

A tranquilidade é a mesma ao apontar suas referências no futebol. Cheio de personalidade, o volante, que começou nas categorias de base do Vasco, admitiu que já foi fã de um rival.

- Eu gostava bastante do Juninho Pernambucano na época que jogava no Vasco. Ele era meu ídolo. Agora, não vejo ninguém assim. Talvez o Xavi, do Barcelona, que é um grande jogador, marca bem e sabe sair jogando. Temos características parecidas.

Com 47 pontos, o Flamengo é o quarto colocado no Brasileirão, atrás do São Paulo, que tem a mesma pontuação e leva a vantagem no número de vitórias (13 a 12), vasco, com 50, e Corinthians, 51.

Camisa de treino também já conta com alteração: sai Luiz Philipe, entra Muralha (Foto: Cahê  Mota/Globoesporte.com)



Nenhum comentário:

Postar um comentário