quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Em nota oficial, Marcio Braga critica o COB e pede verba

Nesta quarta-feira, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) lamentou a decisão do Flamengo de cortar verbas dos esportes olímpicos. A entidade se furtou a tecer mais comentários sobre o assunto, alegando que a atitude é uma questão interna do Rubro-Negro. Nesta quinta, no entanto, o presidente do clube, Marcio Braga, emitiu uma nota oficial. No comunicado, o dirigente pede que o COB repasse recursos públicos destinados à formação de atletas diretamente para os clubes e não para as confederações, como acontece atualmente.

Confira a íntegra da nota oficial do Flamengo:

"O Clube de Regatas do Flamengo vem a público manifestar profunda indignação em face da nota emitida ontem pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) lamentando o corte de investimentos do clube nos esportes olímpicos.

O COB recebe anualmente milhões de reais em recursos públicos para a promoção dos esportes olímpicos no país e gasta mais de 50% disso com a própria administração e de suas filiadas.

O Flamengo é, e continuará sendo, um clube poliesportivo, mas é preciso registrar que os clubes que desenvolvem a formação e a manutenção dos atletas olímpicos não recebem nenhum centavo sequer dos recursos públicos administrados pelo COB.

Enquanto as verbas públicas não alcançarem os atletas e clubes não haverá condições para realizar um trabalho consistente de formação esportiva, como temos alertado frequentemente, através de artigos na imprensa e até mesmo uma notificação extrajudicial, ainda não respondida, questionando diretamente ao COB a razão pela qual o clube não recebe recursos para desenvolver seus esportes olímpicos.

Hoje, a formação dos atletas ocorre apesar do COB e não promovida por ele, basta mencionar que 77% dos atletas enviados a Pequim são vinculados a clubes que, como o Flamengo, Fluminense, Vasco, Corinthians, Pinheiros, Minas Tênis, Sogipa, Grêmio Náutico União, etc. também investem recursos próprios nos esportes olímpicos e são penalizados porque seus atletas não podem usar as marcas dos patrocinadores nas competições oficiais, pois nelas se apresentam com o uniforme do COB.

O corte de investimentos nos esportes olímpicos não é somente é um reflexo da crise global, mas principalmente uma consequência da política equivocada de distribuição do dinheiro público destinado ao COB, que aumentou consideravelmente no último ciclo olímpico e nem por isso os resultados obtidos em Pequim foram melhores que os alcançados em Atenas.

Fica uma mensagem ao COB: chega de lamentação, é preciso mais investimento nos atletas e nos clubes.

O Flamengo só retomará seus investimentos nos esportes olímpicos quando o dinheiro público destinado à formação e manutenção dos atletas chegar ao clube."

Rio de Janeiro, 08 de janeiro de 2009
Marcio Baroukel de Souza Braga
Presidente

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