- Ainda hoje o Flamengo vai comunicar na Justiça que a decisão liminar não foi cumprida. É um absurdo. Inclusive a CBF fica em maus lençóis e vai ter de arcar com a multa de R$ 500 mil (a pena também se aplica à CEF). Se a taça foi entregue a mando da CBF, tinha de providenciar o cancelamento da cerimônia – disse o vice jurídico do Flamengo, Rafael de Piro.
Segundo a assessoria de imprensa da CBF, a iniciativa de entregar a Taça das Bolinhas ao São Paulo partiu da Caixa Econômica Federal e a entidade sequer tomou conhecimento da cerimônia. O Flamengo contesta.
- A taça está sendo entregue a mando da CBF. A taça não é da Caixa. Não foi a Caixa quem quis entregá-la. Está sendo entregue em razão de uma decisão da CBF, que tem a obrigação legal de obter o regresso do troféu.
O Flamengo não desiste de ser reconhecido como campeão brasileiro de 1987, o que faria do clube o primeiro pentacampeão do nacional e lhe daria o direito de receber o troféu. O Rubro-Negro alega que a CBF ainda não se posicionou sobre um pedido de revisão do caso. Em abril do ano passado, a entidade anunciou que entregaria a taça ao São Paulo, o que não ocorreu. Na época, o Flamengo enviou documentos à entidade (com o clube paulista reconhecendo a conquista dos cariocas), num pedido de reconsideração da decisão tomada. Foram apresentadas a ata da reunião de 88, que reconhece Flamengo e Internacional como campeão e vice-campeão de 1987, sem necessidade de cruzamento com Sport e Guarani; a ata da reunião extraordinária de 1997, determinando que os dois clubes (Flamengo e Sport) não precisavam ter se enfrentado e que, portanto, são os campeões de 1987; e o ofício de 2007, reforçando a decisão da reunião de 1997.
O regulamento de 1987 obrigava os times do chamado Módulo Verde (Primeira Divisão) a enfrentarem os do Módulo Amarelo (Segunda Divisão). Os clubes da elite fizeram acordo e se negaram a fazer o cruzamento com Sport e Guarani, o que gerou toda a polêmica.
No fim do ano passado, quando a CBF decidiu unificar os títulos nacionais conquistados antes de 1971, o Flamengo tinha esperança de que a Copa União de 1987 fizesse parte da cerimônia. Na ocasião, o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, disse que não poderia fazê-lo por conta da decisão judicial que considera o Sport campeão naquele ano. Patricia Amorim, presidente do Flamengo, respondeu com ironia ao dirigente e prometeu lutar na Justiça pelo reconhecimento.
O troféu Caixa Econômica Federal foi criado em 1975, por meio de um concurso vencido pelo artista plástico Maurício Salgueiro, e é composto de 156 esferas de ouro e prata.
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