domingo, 21 de fevereiro de 2010

Fla aprende com erros para ir bem na Libertadores

O Flamengo estreou na Libertadores com um título, em 1981. Depois, chegou bem perto. Mas faz tempo que o torcedor rubro-negro não tem boas lembranças do torneio. Em 2010, o time parece ter corrigido muitas das falhas apresentadas nas últimas participações e dá esperanças de boa campanha.

Nas duas últimas décadas, o time participou de cinco Libertadores. O máximo que conseguiu chegar foi nas quartas de final. Pior: nas duas últimas, em 2007 e 2008, ficou na segunda fase.

É justamente nestas eliminações que pode residir a força do time para 2010. Erros primários, como a festa para Joel Santana antes do jogo contra o América-MEX, em 2008, fizeram com que o Flamengo, um dos favoritos, parasse bem antes da final. Cinco jogadores do atual time titular (Bruno, Léo Moura, Ronaldo Angelim, Juan e Kleberson) estavam naquela equipe.

– Acho que na Libertadores de 2007 o time nem era tão bom quanto o atual. Perdemos fora de casa e acabamos nos complicando. Na de 2008, o time era muito melhor. Mas entramos desatentos no segundo jogo contra o América e fomos eliminados – lembra Ronaldo Angelim.

Pode-se dizer que esta é a primeira vez em 27 anos que o Flamengo vai para uma Libertadores com um elenco montado e homogêneo. Em 1984, o time tricampeão brasileiro já estava em processo de desmonte. Em 1991 e 1993, os garotos não seguraram a pressão. Em 2002, o clube vivia um momento político conturbado. E, nas duas últimas, havia graves carências, como no ataque.

– Agora, estamos um pouco mais calejados e podemos até disputar o título – garante o zagueiro, refletindo o desejo do torcedor.

Relembre algunas decepções do Flamengo:

1991

Depois de vender vários jogadores que seriam craques da Seleção futuramente, como Jorginho, Aldair, Bebeto e Leonardo, o Flamengo começava a remontar sua base. Do São Paulo, chegaram o goleiro Gilmar e o volante Charles Guerreiro, que vinham como contrapeso de Paulo César, contratado para ser o camisa 10, mas que afundou no Flamengo. O maestro Júnior, que tinha terminado a temporada anterior na zaga, voltou a jogar no meio. Gottardo chegaria no meio da Libertadores para reforçar a zaga. Gaúcho era o atacante. O restante do time era de garotos.

Resultado: o Flamengo fez campanha razoável na primeira fase, passou pelo fraco Táchira nas oitavas de final e caiu diante do experiente Boca Juniors nas quartas.

1993

Campeão brasileiro do ano anterior, o Flamengo procurou reforçar o elenco para a disputa da Libertadores. Assim, inicialmente montou dois times: um exclusivamente para a Libertadores e outro para disputar o Carioca. Mas as contratações daquele ano não surtiram efeito. Renato Gaúcho, que chegou para ser o grande astro do time, atuou em apenas três jogos. Ficou fora da maioria, por conta de contusões diversas. O atacante Nilson foi outro que começou bem, mas acabou como decepção naquela temporada.

O time ainda trocou de técnico no meio da competição: saiu Carlinhos, entrou Jair Pereira. Mais uma vez, o Flamengo ficou nas quartas de final, derrotado pelo São Paulo, que viria a ser bicampeão da Libertadores.

2002

Definitivamente, o Flamengo não se preparou para a disputa desta competição. Uma equipe totalmente desfigurada em relação ao time tricampeão carioca fez a pior participação do clube na Libertadores. Garotos como Fernando, Roma, Felipe Melo e Andrezinho eram titulares ao lado do veterano Leonardo, que teve participação pífia no início da temporada e resolveu antecipar o encerramento de sua carreira. O único ponto positivo era o apoiador Juninho Paulista, titular da Seleção Brasileira na ocasião, mas que já estava desmotivado e pronto para deixar o Flamengo. Para completar o panorama, o clube vivia a pior crise institucional de sua História, que culminou no impeachment do presidente Edmundo Santos Silva.

2007

Após cinco anos, o Flamengo voltava a Libertadores, iniciando a formação do time que seria campeão brasileiro dois anos depois.

Bruno, Leonardo Moura, Ronaldo Angelim, Juan, Renato Augusto e Toró faziam parte daquele grupo, que ainda carecia de amadurecimento. Os problemas salariais seriam um incômodo a mais. Mesmo assim, o time passou com sobras pela primeira fase, jogando em um grupo muito fraco, com dois times bolivianos e o Paraná Clube. Na primeira dificuldade, contra o Defensor, no Centenário, em Montevidéu, e com a cabeça na decisão do Carioca, contra o Botafogo, veio a decepção: 3 a 0. O time acabou campeão carioca, mas não conseguiu reverter o resultado no Maracanã: 2 a 0.

2008

Desta vez, a confiança estava em alta. A mesma base de 2007, com alguns reforços importantes, como Fábio Luciano, Kleberson, Diego Tardelli e Marcinho. Joel Santana se firmava como um dos grandes técnicos brasileiros, após a grande recuperação do time no Brasileirão de 2007. A campanha não foi um mar de rosas. O time sofreu para passar para a segunda fase, mas acabou conseguindo a primeira colocação do grupo. Nas oitavas de final, na Cidade do México, goleou o América-MEX por 4 a 2.

Mas achou que a situação estava definida e comemorou demais o bicampeonato carioca antes do segundo jogo. Assim, no dia da despedida de Joel Santana (com mais festa), perdeu por 3 a 0 e ficou fora.

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