sexta-feira, 14 de maio de 2010

Apesar de má fase, números mostram que Adriano "vale a pena"

Pênalti desperdiçado na final da Taça Rio, perda da vaga na Copa do Mundo, mau desempenho em 2010, sucessivas faltas ao trabalho e escândalos na vida particular. Com esta folha corrida, é de se imaginar que qualquer patrocinador temesse tirar do bolso, mensalmente, R$ 450 mil para bancar parte do salário de um jogador. O personagem mencionado é Adriano. Simples. Curioso é saber que o investidor não dá a mínima para o histórico recente do craque. Para a Olympikus, vale mais o passado do atacante do que o presente.

Adriano tem contrato com o Flamengo até 30 de maio. Nos bastidores, clube, jogador e Inter de Milão - detentora dos seus direitos econômicos - têm planos de esticar o compromisso do jogador. Um outro integrante desta operação assiste a tudo de camarote torcendo pela permanência do camisa 10 na Gávea: a Olympikus, fornecedora de material esportivo do Flamengo, arca com 75% do salário do jogador (R$ 450 mil dos R$ 600 mil que ele recebe). Sem falar nos R$ 21,5 milhões por ano pela exibição de sua marca na camisa.

Túlio Fornícula, diretor de marketing da empresa, considera a parceria um sucesso, apesar da conturbada temporada de Adriano. "Ano passado, batemos todos os recordes na América do Sul com venda de camisas. Vendemos 1,243 milhão em apenas cinco meses e meio. Os números este ano estão dentro do que planejamos, 1,250 milhão", disse Túlio, indiferente ao esquecimento de Dunga e à possibilidade de o clube se despedir da Libertadores na quinta-feira (precisa vencer o Universidad de Chile por dois gols de diferença, em Santiago).

Na frieza dos números, Adriano foi o símbolo e o artilheiro de um título brasileiro que o Flamengo não comemorava havia 17 anos. É o grande ídolo do clube atualmente e ajuda no faturamento da empresa com a procura pela camisa. Outro ponto de vista destacado por Túlio no negócio diz respeito ao sentimento do torcedor pelo clube, independentemente de ser um período de Copa do Mundo.

"O torcedor não quer saber se o jogador está ou não na Seleção. Ele quer ver o craque dele fazendo gols e sendo campeão. Por enquanto, não estamos perdendo nada. Daqui a pouco o Adriano marca três gols e volta a ser ovacionado".

Em outras palavras, Túlio quis dizer que, dentro do que se pensou sobre o faturamento este ano, não estava a ida de Adriano para a África do Sul. Se fosse convocado por Dunga e voltasse como herói do hexa, melhor; alavancaria a venda de camisas rubro-negras. Ficando no Rio, o que vai ditar a procura pelo uniforme rubro-negro será a sua pontaria no segundo semestre.

Isso, claro, se Adriano permanecer na Gávea. As conversas foram iniciadas. E, se depender do patrocinador, a renovação é vista com bons olhos.

"Há uma movimentação para ele ficar", conta Túlio. "Acredito que o desejo dele é de ficar. Nós apoiamos a permanência dele. Não me preocupa o que ele faz fora de campo. Isso não arranha em nada a imagem do jogador. Não dá para negar que ele é um grande jogador".



Nenhum comentário:

Postar um comentário