quinta-feira, 29 de abril de 2010

Número de ingressos para o Fla no Pacaembu cria polêmica entre os clubes

A afirmação do presidente do Corinthians, Andrés Sanches, de que o Flamengo só terá direito a 700 ingressos para o segundo jogo das oitavas de final da Libertadores, na próxima quarta-feira, no Pacaembu, causou estranheza em muita gente. Na Gávea, o discurso é de que existe um acordo de reciprocidade (não assinado) entre os clubes e que a carga será de cerca de dois mil ingressos para os rubro-negros.

A confiança vem da negociação que foi feita entre os respectivos gerentes de arrecadação para os dois jogos entre as equipes pela competição continental antes de Sanches se posicionar publicamente. Para o jogo no Maracanã, na última quarta-feira, o Flamengo afirma que o Corinthians pediu, inicialmente, 2.500 ingressos de cadeira comum e 100 de cadeiras especiais. Como as especiais não puderam ser cedidas, os dirigentes rubro-negros aumentaram a carga para 2.700 comuns.

Em contrapartida, o Corinthians cederia, de acordo com o Flamengo, 2.300 ingressos para o jogo de volta, na próxima quarta, no Pacaembu, que terá aproximadamente 36 mil lugares à venda. Mas três problemas interferem na liberação da quantidade requerida pelo Fla. A primeira delas é o acordo dos clubes paulistas com o Ministério Público, em que o mandante do jogo só poderá ceder 5% da capacidade do estádio para a torcida rival - o que, no caso do Pacaembu, seriam 1.800 ingressos.

O segundo empecilho é que o espaço destinado ao Flamengo no Pacaembu será o setor do portão 22, que comprota 2.800 pessoas. A Polícia Militar de São Paulo pede, no entanto, para que sejam vendidos menos bilhetes, por questão de segurança. Mas, mesmo que fosse disponibilizada apenas metade da capacidade total do setor, os rubro-negros teriam acesso a 1.400 ingressos, e não 700.

Só que há ainda um terceiro aspecto, que é a posição defendida por Andrés Sanches. No calor do jogo no Rio, o mandatário corintiano afirmou que libera ao Flamengo 700 ingressos por este ser o mesmo percentual destinado ao Corinthians, no Maracanã. Mas como a carga do estádio carioca para o jogo da última quarta foi de 67.233, os 2.700 ingressos cedidos ao clube paulista representam 4%. Ou seja, os rubro-negros teriam direito a cerca de 1.500 ingressos.

Todo este imbróglio, porém, só deve ser definido na próxima quinta-feira, quando o gerente de arrecadação do Corinthians, Lúcio Blanco se reunirá com Sanches. Só aí é que será possível saber a carga destinada ao Flamengo e onde estes ingressos poderão ser encontrados pelos rubro-negros.

- Cerca de cinco mil torcedores vão para São Paulo, segundo a Associação de Torcidas do Flamengo, serão 120 ônibus saindo só do Rio. Se não tiver acesso para essa torcida vai haver complicação grande. É inaceitável o que o Corinthians está fazendo. Aqui eles compraram ingressos que eram da nossa torcida – reclamou Leonardo Ribeiro, presidente do Conselho Fiscal do Flamengo.

O gerente de arrecadação rubro-negro, que tratou tudo diretamente com Lúcio Blanco, está mais tranquilo quanto a um desfecho positivo. Mas ele admitiu que os corintianos devem levar vantagem nessa questão dos ingressos por conta das características do Maracanã e do Pacaembu.

- O diferencial aqui (no Maracanã) é que não existe um setor para visitantes. Eles ficaram nas cadeiras comuns. Vendemos 2.700 para o Corinthians, mas tinham pelo menos uns 3.500 torcedores deles no Maracanã porque muitos compraram os ingressos das cadeiras. Mas não estou vendo problemas. Acredito que o Corinthians vai atender o Flamengo, respeitando o acordo com o Ministério Público. Criaram um clima que não existe – explicou Claudecir, gerente de arrecadação do Flamengo.

- Vamos acertar a situação dos ingressos em reunião com o Andrés. Sou apenas um funcionário do clube, e a decisão é entre as diretorias do Corinthians e do Flamengo – disse Lúcio Blanco.


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