terça-feira, 17 de novembro de 2009

Andrade, o piloto sereno e confiável que conduz o Fla à chance do hexa

Calmamente, Andrade pediu licença ao comandante, sentou e olhou o horizonte. O título do Campeonato Brasileiro não está tão distante. Mas se para assumir a equipe em um momento delicado da competição há quase quatro meses ele teve firmeza e coragem, na hora de segurar o manche para posar para a foto, o treinador do Flamengo se certificou dos riscos.

- Não vou derrubar o avião, né?

Não, a aeronave seguiu o trajeto de Recife ao Rio de Janeiro após a vitória por 2 a 0 sobre o Náutico sem turbulência. Enquanto fazia o "v", da vitória, o treinador preocupou-se em esclarecer que não estava vestido pela soberba.

- Podem achar que estou cantando vitória antes do tempo, mas não é nada disso. Nada a ver com título - avisou.

Eduardo Peixoto/GLOBOESPORTE.COM

Andrade posa como piloto do avião que trouxe a delegação do Flamengo do Recife para o Rio

A preocupação em evitar uma queda brusca no pouso é notória. Todos os treinos da semana serão à tarde e no Ninho do Urubu. A ordem é não deixar a euforia das ruas ultrapassar o muro do CT. Em segundo lugar com 60 pontos, o Flamengo está a dois do líder São Paulo e depende de um tropeço simples do rival para assumir a liderança. Desde, claro, que vença os três jogos restantes contra Goiás (casa), Corinthians (fora) e Grêmio (casa).

Depois de passar quatro anos como auxiliar, Andrade tem a possibilidade de conduzir o time mais popular do país ao título após 17 anos de jejum. Por trás do sonho há a realidade. E a experiência de quem já viu o clube perder-se recentemente em momentos cruciais.

- A cada jogo a ansiedade aumenta. Mas o time deu provas de competência ao longo do campeonato. Não podemos adivinhar se o São Paulo vai tropeçar, então temos que fazer o nosso dever de casa - afirmou Andrade.

O jeito sereno e a linha aberta de diálogo conquistaram o grupo. Apesar de as eleições serem no dia 7 de dezembro, a atual diretoria trabalha para segurar toda a comissão técnica. Antes do fim do Brasileiro há a possibilidade de renovação do contrato por, pelo menos, mais seis meses. O vice-presidente de futebol Marcos Braz acredita que, seja qual for o desfecho da campanha da equipe, não há por que mudar.


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