sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Flamengo e Macaé perdem um mando de campo e são multados em R$ 10 mil

Em julgamento realizado nesta sexta-feira no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), Flamengo e Macaé foram penalizados com perda de um mando de campo e multa de R$ 10 mil. A pena aplicada, sugerida pela relatora Tatiana Castro, contou com adesão integral dos auditores. A pauta se deu devido à invasão de torcedores rubro-negros ao vestiário do Macaé momentos antes do empate por 1 a 1 entre os times no último dia 31, no Moacyrzão. O Rubro-Negro não concordou com a sentença e entrará com pedido de efeito suspensivo. A Procuradoria do TJD-RJ, que deseja sanção mais pesada, também irá recorrer.

- Flamengo respeita a decisão do Tribunal, mas discorda frontalmente e vai recorrer pedindo efeito suspensivo. O Flamengo não vai abrir mão de um mando no Maracanã em um campeonato já deficitário - disse Bernardo Accioly, diretor jurídico do Fla.

Se a punição for confirmada, o Flamengo terá de cumpri-la no jogo contra o Friburguense, no próximo dia 8.

Diferentemente do Rubro-Negro, o Macaé ainda não definiu se pedirá revisão da pena imposta.

- Acho que há algumas possibilidades para esse caso, mas vou me reunir com a diretoria do clube e analisar se respeitaremos a sentença ou tentaremos recorrer - disse Marcelo Mendes, advogado do Macaé.

Logo no início do julgamento, o advogado do Flamengo no caso, Rodrigo Frangeli, pediu adiamento da sessão. A solicitação foi negada de forma unânime. Ainda assim, o Fla pediu que o tribunal registrasse que considerava a Ferj responsável à luz do Estatuto do Torcedor e do Regulamento Geral de Competições.

Julgamento Flamengo X Macaé (Foto: Vicente Seda) 
Julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva-RJ durou mais de duas horas (Foto: Vicente Seda)


Houve um contratempo no momento da exibição das provas do Macaé. O vídeo apresentou problema e só pôde ser rodado em um notebook. Assim que as imagens passaram a ser exibidas, o Flamengo identificou que um dos vídeos era referente a um jogo do vasco. Os macaenses, por sua vez, alegaram que o mesmo era importante.

Gustavo Mendes, supervisor do Macaé, relatou que estava no vestiário no momento da invasão. 

Reconheceu a prisão de um dos vândalos, mas destacou que Ricardo Berna, goleiro do time mandante agredido na confusão, não identificou o agressor.

O chefe da empresa de segurança destacada para o jogo afirmou que a invasão houve no ato da abertura de um portão para que um carro adentrasse no estádio.

O Macaé alegou ter feito o que podia e responsabilizou o poder público pela falha.

- O Macaé foi a maior vítima nesse caso - disse o advogado Marcelo Mendes.

Já o defensor do Flamengo na causa, Rodrigo Frangeli lançou mão de discurso mais exaltado. Em tom alto, citou uma entrevista do tenente-coronel João Fiorentini, responsável pelo Gepe (Grupamento Especial de Policiamento nos Estádios), e afirmou:

- As providências foram tomadas, mas o mínimo não foi feito. Colocar um cadeado, segurança e funcionário no portão. Isso não é tese de defesa. Quem disse isso foi o comandante do Gepe, João Fiorentini. Ele deixou claro que o responsável foi um funcionário do Macaé, que deixou o portão aberto. Quem diz isso não é o Flamengo, é o comandante do Gepe. Se o portão estivesse fechado, cadeado, seguranca, estaríamos aqui hoje?

Flamengo e Macaé foram denunciados por infringir o artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, cuja punição máxima na esfera esportiva é de perda de 10 mandos do campo. Já na questão financeira, a pena varia de R$ 100 a R$ 100 mil. Na súmula do jogo, o árbitro Rodrigo Carvalhaes identificou os invasores como torcedores rubro-negros.

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