Horas depois de a
Justiça conceder liminar obrigando a CBF a devolver ao Flamengo os
quatro pontos retirados pela escalação de André Santos na partida contra
o Cruzeiro, válida pela última rodada do Brasileirão, o STJD emitiu
na tarde desta sexta-feira uma nota oficial condenando as ações de
torcedores do Rubro-Negro carioca, da Portuguesa e do Vasco na Justiça
Comum. De acordo com a nota do STJD, as ações configuram um "desserviço
ao futebol brasileiro".
A ação que causou a liminar da 42ª Vara Cível de São Paulo,
nesta sexta, foi movida pelo advogado Luiz Paulo Pieruccetti Marques,
sócio
do Flamengo. Marques já defendeu o clube em caso envolvendo o jogador
Felipe Melo, em 2008. O fundamento é o mesmo das
ações de torcedores da Portuguesa e do inquérito aberto pelo Ministério
Público de São Paulo: desrespeito ao Estatuto do Torcedor, que obriga a
CBF e o STJD a publicar suas decisões - como a suspensão de atletas.
Na prática, a decisão
desta sexta não afeta a classificação do Campeonato Brasileiro. Mas abre um
precedente para que a Portuguesa também recupere os quatro pontos
tirados pelo STJD. Aí, sim, poderia haver alguma mudança na
classificação. Em tese, o Fluminense seria o maior prejudicado por essas decisões.
Confira a íntegra da nota oficial do STJD:
"A propositura de ações pulverizadas na Justiça Comum,
questionando decisões unânimes tomadas pelo Pleno do STJD no dia
27/12/2013, é um desserviço ao futebol brasileiro. Pode gerar
insegurança e instabilidade para a organização de competições, causando
sérios prejuízos aos clubes e, sobretudo, aos milhões de torcedores, sem
contar os efeitos negativos para a credibilidade do Brasil, às vésperas
de sediar uma Copa do Mundo.
Ao punir atletas e clubes que
cometeram infrações previstas no Código Brasileiro de Justiça
Desportiva, o STJD apenas cumpriu a lei, exercendo seu papel assegurado
pela Constituição Federal.
Durante o Campeonato Brasileiro de
2013, em todas as suas séries, os clubes respeitaram as decisões do
STJD, particularmente não escalando jogadores suspensos. Portanto, dar
interpretação diversa à prevista na lei, para beneficiar alguns poucos
clubes que escalaram irregularmente jogadores na rodada final da Série
A, seria desequilibrar o campeonato, prejudicando a grande maioria, que
agiu com lisura e respeitou as regras pré-estabelecidas por consenso.
Quanto
a eventuais decisões judiciais, compete à CBF, entidade nacional de
administração do futebol, organizadora das competições, cumpri-las ou
recorrer delas."
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