1) Melhor temporada em 37 anos
Desde a geração de Zico, Júnior, Andrade & companhia, o Flamengo não tinha um ano tão vencedor. Foram quatro títulos conquistados, sendo um amistoso – Flórida Cup nos Estados Unidos – e uma tríplice coroa oficial: Campeonato Carioca, Brasileiro e Libertadores. O time ainda igualou a façanha que só o Santos de Pelé, em 1962 e 1963, havia conseguido: vencer Brasileiro e Libertadores no mesmo ano.
2) Recordes para a história
Campeão brasileiro com sobras, o Flamengo foi dono de uma campanha fantástica e quebrou recordes do atual formato da Série A (em pontos corridos com 20 clubes) difíceis de serem batidos. São eles: maior pontuação (90 pontos); melhor ataque (86 gols); maior saldo (49 gols); melhor artilheiro (Gabigol, com 25 gols) e maior invencibilidade em uma mesma edição (24 jogos seguidos sem perder).
3) Mudança da imagem
Antes sem conquistar um título de expressão desde 2013, quando foi campeão da Copa do Brasil, o Flamengo nos últimos anos ficou marcado por bater na trave. Foi assim na Copa do Brasil e na Sul-Americana de 2017, por exemplo, quando perdeu na final e viu os torcedores rivais criarem o deboche com a frase "cheirinho de título". Mas em 2019, o clube não ficou no "cheirinho" e acabou com o rótulo.
4) Sucesso no mercado
Muito do sucesso do Flamengo na temporada se deve ao forte time montado pela diretoria. Se na última gestão o clube teve dinheiro para contratar mas investiu mal, desta vez o departamento reformulado foi cirúrgico no mercado. Foram R$ 215 milhões investidos e nove reforços, sendo oito titulares: Rodrigo Caio, Pablo Marí, Rafinha, Filipe Luís, Gerson e o trio de ataque mais badalado do Brasil, Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta. Apenas a aposta no lateral-direito João Lucas, ex-Bangu, não deu resultado.
5) Técnico estrangeiro
Quando decidiu arriscar no português Jorge Jesus para o lugar de Abel Braga, nem mesmo a diretoria do Flamengo poderia imaginar que daria tão certo. O Mister conquistou títulos e a torcida, ganhou música na arquibancada e, junto com Jorge Sampaoli, reabriu as portas do mercado brasileiro para treinadores de outros países. Santos e Avaí, por exemplo, acertaram com os treinadores portugueses Jesualdo Ferreira e Augusto Inácio, respectivamente, enquanto o Inter contratou o argentino Eduardo Coudet.
6) Legado no futebol
Com uma nova filosofia, o Flamengo de Jesus quebrou alguns paradigmas do futebol brasileiro em 2019: mostrou que é possível competir em duas frentes sem poupar time para priorizar uma competição; apresentou uma valorização da parte tática e jogadas ensaiadas; instituiu a prática de treinos em dias de jogos noturnos e, mesmo sem ganhar o Mundial, provou que dá para encarar os europeus sem retranca.
7) Sucesso na base
O ano que começou com uma tragédia terminou como a temporada mais vencedora da história da base do Flamengo. Foram 27 troféus do sub-6 ao sub-20, com direito à inédita unificação dos títulos de campeão do Campeonato Brasileiro Sub-17, Sub-20 e profissional. A última conquista foi domingo sobre o Palmeiras na Supercopa do Brasil, que classificou o Rubro-Negro para a Libertadores Sub-20 em 2020.
8) Gestão do Maracanã
2019 foi também o ano em que o Flamengo começou a administrar o Maracanã, e o clube rapidamente transformou o estádio mais famoso do mundo em rentável. A diretoria reduziu os custos operacionais e atualmente consegue lucrar aproximadamente 50% das rendas dos jogos. Só com bilheteria, a receita líquida rubro-negra foi mais de R$ 40 milhões esse ano, isso sem contar as vendas dos bares.
9) Recorde de sócios-torcedores
O ano também representou o recorde de inscritos no "Nação Rubro-Negra", programa de sócio-torcedor do clube criado em 2013 e que tinha seu melhor número em dezembro de 2017, quando atingiu 122 mil na época da final da Copa Sul-Americana. Em 2019, o Flamengo chegou a 150 mil sócios. Porém, o clube congelou as adesões perto da final da Libertadores e atualmente conta com 135 mil adimplentes.
10) Recorde de faturamento
O Flamengo fechou o ano com um faturamento recorde na história do futebol brasileiro: R$ 857 milhões, segundo estimativa apresentada pelo clube na semana passada. Só com os títulos conquistados, foram cerca de R$ 150 milhões, embora parte do valor tenha sido repartido com os jogadores em forma de premiação. Mesmo com aumento da dívida, o clube prevê superávit no exercício de R$ 112 milhões.