Ele era mais conhecido como o primo de Messi. Mas um chute preciso selou a vitória por 1 a 0 no Fla-Flu e garantiu os holofotes da fama e nome, com sobrenome ao herói Maxi Biancucchi.
O jogo foi emblemático na arrancada que tirou o Rubro-Negro da zona de rebaixamento e terminou com a vaga da Libertadores embaixo do braço. Para o argentino, muito mais do que isso: ali, naquela noite do dia 16 de agosto de 2007, ele realizava um sonho, e imaginava iniciar uma trajetória gloriosa no clube mais popular do Brasil.
A lua de mel prosseguiu até o fim daquele ano. Dali em diante a situação começou a mudar. As chances que eram rotineiras tornaram-se escassas. Atualmente, por causa do excesso de estrangeiros, nem no banco ele figura.
O contrato termina em agosto de 2010, mas se a situação não mudar até o fim do ano, Maxi planeja arrumar as malas e recomeçar. Longe do Flamengo, mas sabendo que pode deixar uma marca nada agradável para trás.
- Vão dizer que eu estava aqui apenas porque era o primo do Messi – lamentou.
Confira a entrevista do argentino ao GLOBOESPORTE.COM:
GLOBOESPORTE.COM: Logo no primeiro jogo como titular no Flamengo, você teve a chance de ser o herói de um dos clássicos mais tradicionais do futebol mundial. Qual foi a sensação?
Maxi: Foi o meu melhor momento no Flamengo. A torcida passou a me reconhecer e até hoje nas ruas eles lembram e me felicitam por aquele gol. Foi incrível. Estava com a camisa 10 de Zico, toda a minha família acompanhou o jogo e pude ter aquela ótima atuação.
E depois daquilo o que houve?
Até o fim de 2007 foi muito bom. Tive uma sequência no Brasileiro, participei de gols importantes. No fim que tive uma lesão na coxa que me atrapalhou.
Só que a partir do ano seguinte as coisas começaram a mudar e as chances rarearam. Por quê?
Perdi espaço, ainda joguei um pouco com o Caio Júnior (2008). Mas este ano está sendo muito duro. Nenhum jogo como titular. Todo mundo, todo mundo mesmo teve chance. Menos eu...
No início do ano, durante uma estadia em Volta Redonda, você comentou que pensou em sair do Flamengo por causa da falta de oportunidades. Arrependeu-se por ter recusado outras propostas?
Arrependido, não. Fiquei aqui porque acredito no meu futebol. Mas aí tive o Cuca como treinador. Ele tinha um jeito estranho de trabalhar. Aliás, prefiro nem falar sobre isso.
E agora, com o Andrade, o excesso de estrangeiros não permite nem que você fique no banco. A motivação diminui?
Continuo treinando forte e quem for à Gávea terá certeza disso. Sempre tento me manter motivado para mostrar serviço quando me chamarem. Se não for no Flamengo, que seja em outro clube. Mas está complicado. O Emerson saiu e contrataram outro atacante (Gil). É como se eu não estivesse no elenco.
Recentemente, o seu ex-clube, Sportivo Luqueño-PAR confirmou que desejava contratá-lo novamente. Há possibilidade de aceitar?
Muitos clubes me querem porque quando você está numa equipe do porte do Flamengo abre muitas portas. Mas quando vim para cá o objetivo seguinte era olhar para a Europa. Não adianta olhar para trás e jogar de novo no Paraguai. Talvez seja uma boa ficar no Brasil e atuar em um time menor. Só sei que preciso jogar.
Mas, analisando friamente, como foi chegar ao Flamengo, viver o auge em um Fla-Flu e talvez sair do clube em baixa?
Com certeza será uma decepção. Foi um sonho jogar no Flamengo e por vários motivos não me firmei. Vão dizer que eu estava aqui apenas porque era o primo do Messi. Mas sei que quando for para outro clube, vou jogar bem. Ficará uma dívida.
O Joel foi o único técnico que soube aproveitá-lo na Gávea?
O Caio Júnior também me deu algumas chances. Mas na maioria das vezes eu entrei faltando pouco tempo para acabar. O time vai mal em 80 minutos e você tem só dez para resolver? Isso é muito frustrante. Mas também sei que algumas chances não aproveitei. Não fiz gol e no Flamengo é isso que atrai a mídia.
Então no fim de 2009 você pedirá para sair?
Quem sabe a situação não muda e começo a jogar até o fim do ano? Ficar no Flamengo seria melhor. Mas se não der, vou embora. Preciso jogar.