Um contador que não para de girar. Essa tem sido a realidade
da medição de sócios-torcedores do Flamengo desde a classificação para
final da Copa do Brasil. Se o dia seguinte à vitória por 2 a 1 sobre o
Goiás, na semi, foi suficiente para ultrapassar o Corinthians e
transformar o "Nação Rubro-Negra" em quarto programa mais bem sucedido
do país - com média de 150 adesões por hora -, o departamento de
marketing rubro-negro projeta um crescimento ininterrupto até a decisão
contra o Atlético-PR, dia 27, no Maracanã. Com cerca de 48 mil membros
na noite de quinta-feira, o clube estima superar a marca dos 60 mil nas
próximas três semanas, ficando assim atrás somente de Inter (109 mil) e
Grêmio (74 mil).
A "boom" do programa se deve muito ao desejo dos flamenguistas em ter
prioridade para compra de ingressos para finalíssima. Para se ter ideia,
dos quase 50 mil bilhetes vendidos diante do Goiás, cerca de 20 mil
foram adquiridos pelos sócios antes de serem destinados ao grande
público. O retorno positivo empolga nos bastidores, e o diretor de
marketing Fred Luz é claro ao relacionar o sucesso repentino à boa
performance da equipe em campo. Tanto que as estimativas crescerão ainda
mais em caso de título. Não somente pela empolgação natural, mas também
pelo fator Libertadores - seja para ingressos ou formação do elenco.
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É uma coisa muito nova, mas acredito que temos uma chance muito grande
de chegar aos 60 mil antes da final. Na hipótese de título, abre uma
outra perspectiva: a Libertadores. Os reforços do time já terão que ser
diferentes, como o Wallim já falou, e muda bastante essa equação. Se o
Flamengo conquista o título, como esperamos, dá outro "boom".
Sessenta
mil membros é uma meta ousada e palpável a curto prazo, mas está longe
do objetivo traçado pela diretoria. Ter os cerca de 40 milhões de
torcedores do clube efetivos no "Nação Rubro-Negra" é uma utopia, mas,
com base no exemplo do Benfica, o diretor Fred Luz sonha alcançar a
marca de 1,6 milhão de adesões.
- A ideia do
programa é criar a espiral positiva. O torcedor ajuda o clube, o
dinheiro é voltado exclusivamente para o futebol, que sai fortalecido,
empolga e o torcedor se engaja. Tomara que isso não tenha fim até
atingir os 40 milhões de rubro-negros. Até o momento, a maior conversão
de torcedor em sócios é do Benfica, com 4%. Isso significa 1,6 milhão
para o Flamengo. Estamos bem para este início, mas ainda muito longe do
potencial de um programa bem estruturado. É o começo de um processo.
Para
decisão contra o Atlético-PR, o Flamengo sabe que ainda vão sobrar
ingressos para o público que não faz parte do projeto de sócio-torcedor.
Futuramente, no entanto, a realidade pode ser diferente, o que fará com
que o lucro cresça de acordo com a adesão de categorias mais
privilegiadas. Atualmente, seis planos variam entre R$ 39,90 e R$
199,90, com os sócios que pagam mais caro com prioridade na fila por
bilhetes.
- Boa parte dos sócios está fora do Rio.
Contra o Goiás, conseguimos colocar 54 mil ingressos à venda, mas o
Maracanã tem muito mais lugares. Cerca de 20 mil sócios compraram. Está
longe de lotar o estádio, mas isso vai acontecer. E quando acontecer as
faixas de sócio vão importar mais ainda, pelas prioridades diferentes.
Além disso, o sócio tem tido desconto.
Normalmente, o
participante do "Nação" tem pago metade do valor que desembolsaria em
condições normais (incluindo benefícios de meia-entrada). Na decisão,
porém, é possível que o desconto seja menor.
Para
evitar que interessados em ingressos na final se tornem membros somente
por este benefício, o clube não aceita adesões com opção de pagamento
mensal. O prazo mínimo para se tornar sócio-torcedor é de seis meses. De
acordo com Fred Luz, passados oito meses do lançamento do programa, o
número de desistências é irrisório.
- A filosofia do
programa de sócio-torcedor é de estabilidade, continuidade. Não é um
toma lá, dá cá. Isso não faz muito sentido. Estamos contando com a
intenção do torcedor de ajudar o clube com o sonho de construir um time
forte, competitivo, líder no Brasil. E o sócio está contribuindo. A taxa
de mortalidade é muito baixa. Trabalhamos com programas de seis meses e
um ano para que o torcedor se sinta estimulado pela resposta da
administração. Temos a consciência de que é preciso manter a
responsabilidade, pagando impostos, honrando contrato, mantendo os
atletas em dia. É uma situação que está longe de ser resolvida.
Com
a volta definitiva ao Maracanã, o Flamengo passou a disponibilizar
também cartões magnéticos para que sócios-torcedores não precisem de
ingressos para entrar ao estádio. Assim, reduz o fluxo nas bilheterias e
até mesmo nas catracas. De acordo com planejamento, futuramente objeto
passará a ser cartão de crédito ou terá a opção de deposito de uma
quantia financeira, acelerando também o processo de compra online.