O Flamengo assinou, no início da tarde desta sexta-feira, em evento no Salão Nobre do Palácio da Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o contrato para assumir a gestão do Maracanã, em parceria com o Fluminense. Além dos presidentes dos clubes, o governador Wilson Witzel participou da cerimonia. A partir do próximo dia 19, a dupla será gestora do estádio pelos próximos seis meses, com possibilidade de prorrogação por mais 180 dias.
O acordo foi firmado apenas no nome do Flamengo, com o Fluminense como interveniente. O Tricolor não tem as certidões negativas de débito (CND), o que obrigou o governo oficializar o acordo com o Rubro-Negro. Na prática, no entanto, os dois serão permissionários, com igualdade de condições. Haverá um contrato, ainda em elaboração, entre os dois clubes.
- O contrato é com o Flamengo. Se ele vai decidir com o Fluminense as decisões, isso é problema deles. Vou cobrar é o Flamengo - disse o governador Wilson Witzel.
Por sua vez, o presidente do Flamengo, Roldolfo Landim, reforçou o compromisso com o Fluminense de gerir o Maracanã de forma conjunta.
- Existe um acordo entre Flamengo e Fluminense de fazer a gestão de forma conjunta, dividindo custos, tudo isso. Por uma questão transitória desse momento, o Fluminense não pode participar, por isso no formalismo o governador colocou o que está escrito no papel. Mas existe sem dúvida alguma um compromisso do Flamengo que ele vai honrar junto do Fluminense de estarmos juntos administrando o Maracanã - afirmou Landim.
Pelo acordo, Flamengo e Fluminense vão arcar com os custos fixos do Maracanã, cerca de R$ 2 milhões por mês, além do pagamento mensal de R$ 166.666,67 ao Governo - valor que será repassado ao complexo Célio de Barros e Júlio Delamare. Os clubes também terão direito a explorar o Tour Maracanã diante do seguinte acordo: repasse de 10% do faturamento mensal ou um mínimo de R$ 64 mil. Caso haja necessidade de alguma alteração no estádio para a Copa América, será responsabilidade do gestor.
O governador ainda fez críticas pesadas ao Vasco. O clube afirmou que não voltará a jogar no Maracanã como mandante enquanto a dupla estiver à frente do estádio e se movimenta para invalidar o acordo de Flamengo e Fluminense na Justiça. Wilson Witzel lamentou.
- Lamentável, poderia ter participado, não participou porque não quis. Quando ainda estava no tribunal, a gente chamava isso de "news (notícia, em inglês) esperneante", ou seja, o sujeito não participou, teve reflexos negativos e agora está esperneando. Não é um papel que se espera de um dirigente de clube.
- O gestor é o Flamengo. Mas eles (Vasco e Botafogo) têm oportunidade de participar, de trocar ideias... Só que ele não participou do processo de permissão apresentando uma proposta de gestão. Aí depois ficou reclamando, uma postura, do meu ponto de vista, absolutamente lamentável - criticou o governador
Abad, por outro lado, abriu as portas para os outros clubes e falou que o Maracanã será para todos que quiserem, com custos menores do que o atual.
- Momento histórico onde duas instituições centenárias, de rivalidade, em 36 horas conseguiram modelar uma parceria sem nenhum tipo de interesse acima daquilo que é razoável. Nosso parceiro Flamengo sempre atuou em conjunto, sem nenhum tipo de visão pessoal acima do clube. E não só Flamengo e Fluminense, mas Botafogo e Vasco também estão mais que convidados, também construíram a história do estádio, a gente prevê a participação deles. Estamos reduzindo custos, com valor do aluguel muito mais baixo, e temos certeza que vamos oferecer uma opção muto mais barata, eficiente de protagonizar o seu jogo - comemorou Abad.
Rodolfo Landim, por sua vez, agradeceu o governador Wilson Witzel.
- Essa foi uma conversa que começou quando estive com o governador logo após ele ter sido eleito. Esperava que fosse por cinco minutos, mas quando ele começou a ouvir o que estava falando passou uma hora e meia me dando atenção, procurando detalhes. A preocupação que ele teve com esse tipo de problema que rapidamente teve sensibilidade de enxergar, e as coisas foram se desenrolando ao longo do tempo - revelou Landim.