“Nós queremos respeito...E comprometimento... Isso
aqui não é vasco...Isso aqui é Flamengo... ô, ô, ô, ô...”.
Ele
andava sumido, fazia tempo que não era decisivo. Mas Marcelinho não
desaprendeu. E, nesta quinta-feira, ele mostrou isso num empacotado
ginásio do Tijuca Tênis Clube. Sumido no primeiro tempo, o jogador mais
antigo do elenco rubro-negro ressurgiu no segundo e voltou a ser aquele
matador certeiro na linha de três. Como não era o dia de Marquinhos, de
Benite e tampouco dos argentinos Nico Laprovittola e Walter Herrmann, o
ex-capitão entrou em ação. Com três bolas de três, 11 pontos, três
assistências e duas roubadas de bola no quarto período, o camisa 4 mais
importante da história do basquete rubro-negro voltou a ser o cara.
Acostumado a decidir, Marcelinho fez a diferença mais uma vez e garantiu
a vitória dos atuais bicampeões sobre o Limeira por 76 a 67, no
terceiro jogo da série melhor de três. Com o resultado, o Flamengo está
na sua quinta decisão de NBB em sete edições da competição.
-
Hoje aos 40 anos, sempre me perguntam quando eu vou parar. Quando eu
perder essa vontade de jogar, de fazer essa torcida vibrar, quando não
sentir mais nada vendo isso, aí eu vou parar - disse um emocionado
Marcelinho após a vitória.
Marcelinho comemora a vitória do Flamengo sobre o Limeira (Foto: Luiz Pires/LNB)
Com
quatro bolas de três e 16 pontos, Marcelinho foi o grande nome da
partida. Meyinsse, com 17, também foi parte importante do ataque
rubro-negro e o cestinha da noite. Por Limeira, David Jackson e Rafael
Mineiro, com 15 e 14 pontos respectivamente, foram os destaques.
A
coisa não começou boa para o Flamengo, principalmente para Marquinhos.
Com menos de cinco minutos de jogo o capitão rubro-negro cometeu duas
faltas e deu lugar ao argentino Walter Herrmann. O Limeira se aproveitou
disso e liderou o placar até a metade do período. Nezinho, até então
apagado na série, anotou duas bolas de três, terminou o primeiro quarto
com oito pontos e foi o condutor da equipe paulista. Com Marquinhos
zerado nos primeiros 10 minutos, coube à Olivinha chamar o jogo para
ele. Com nove pontos no quarto, o ala-pivô comandou a reação dos donos
da casa, que chegaram a estar quatro atrás. No fim, o empate em 21 a 21
acabou sendo bom para o Flamengo.
Olivinha comandou o Flamengo no primeiro quarto diante do Limeira (Foto: Luiz Pires/LNB)
Com
Marcelinho e Gegê em quadra, o Flamengo voltou melhor no segundo
período. Principalmente o americano Jerome Meyinsse, que anotou quatro
pontos seguidos e pôs os donos da casa em vantagem. Mas a liderança
rubro-negra durou apenas dois minutos. Deryk, que havia entrado no lugar
de Nezinho, anotou uma bola de três, e Limeira tomou a dianteira mais
uma vez. Os donos da casa erravam demais. José Neto trocou Meyinsse por
Felício, mas Fiorotto e Hayes continuavam levando a melhor no garrafão.
Se
a bola de três foi a principal arma do Flamengo nos dois primeiros
jogos, no primeiro tempo ela teimou em não cair. Com apenas dois
arremessos certeiros em 10 tentados, o time carioca teve um
aproveitamento de apenas 20% no fundamento e não conseguiu mais alcançar
o Limeira, que foi para o vestiário vencendo por 40 a 35. Nezinho e
David Jackson, com 10 pontos cada, foram os maiores pontuadores do time
paulista no primeiro tempo. Meyinsse, também com 10, foi o cestinha
rubro-negro.
O segundo tempo começou como terminou o primeiro,
com o Limeira melhor. E o resultado veio no placar. Com quatro pontos
seguidos, os visitantes fizeram 44 a 35 e abriram sua maior vantagem no
jogo até então. Mas uma cravada de Jerome Meyinsse a pouco mais de seis
minutos do fim acordou os donos da casa. Mais na empolgação do que na
técnica, a diferença chegou a cair para quatro pontos. Mas parou por aí.
Agressivo na defesa e consistente no ataque, o time paulista voltou a
abrir oito pontos, mas Olivinha anotou mais dois a menos de 20 segundo
do fim para diminuir o prejuízo para 60 a 54.
O
Flamengo voltou para o quarto período diferente. Após a diferença cair
para quatro pontos, Marcelinho acertou de três e deixou em 64 a 63. Após
dois erros no ataque de Limeira, Felício cravou para dar a dianteira ao
Fla com pouco mais de 5 minutos para o fim. Marcelinho estava com a mão
calibrada e fez mais duas de três para deixar a vantagem em seis pontos
com 1m31s restantes. Limeira acusou o golpe, não conseguiu mais voltar
para o jogo e viu o rubro-negro aumentar ainda mais a diferença pra
vencer por 76 a 67 e fechar a série, garantido a vaga na final do NBB.
-
Fico feliz por ter sido importante de outras maneiras durante a série.
Ajudando na defesa, dando assistências. Sinto saudade desses momentos,
mas sei que hoje tenho uma importância diferente dentro do time -
afirmou Marcelinho, ovacionado após a partida.
Flamengo está na quinta decisão em sete edições de NBB (Foto: Rudy Trindade/Agência Estado)