O juiz Marcus Vinicius Kiyoshi Onodera, da Vara do Juizado Especial
Cível e Criminal de Mogi das Cruzes, negou temporariamente a liminar ao
advogado Delmiro Goveia, que promoveu ação contra a Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) e o Superior Tribunal de Justiça Desportivo
(STJD) a fim de evitar o rebaixamento da Portuguesa à Série B do
Campeonato Brasileiro. Goveia tem dez dias para se manifestar no
processo. Na quarta-feira, em um outro processo, juíza de São Paulo negou liminar e extinguiu um outro processo a favor da Lusa.
No despacho, Onodera justifica sua decisão explicando que quem deve
representar a Portuguesa é um advogado indicado pelo clube - Goveia, que
é torcedor do Santos, decidiu entrar com a ação por conta própria..
- O pedido de suspensão dos efeitos do acórdão do STJD não é cabível,
pois deveria ser formulado, se o caso, pela própria Portuguesa. O clube
possui óbvio interesse de agir para tanto.- diz um trecho do documento
do juiz de Mogi das Cruzes.
Para Onodera, cabe ao clube defender seus direitos, e não um torcedor de outro clube.
- Compete à Portuguesa defender seus interesses e de seus torcedores,
por meio da atuação de seus dirigentes, regularmente eleitos para
exercerem tais funções. Daí, não há necessidade de outro torcedor,
aliás, de outro time de futebol que não a Portuguesa, pleiteie, em seu
próprio nome, direito alheio.
O advogado, que até disponibilizou o modelo que utilizou para que torcedores
do time da capital paulista pudessem entrar também na Justiça comum,
disse que não concorda sobre a decisão e que o magistrado faz confusão
na sua determinação, mas que deixa brechas para ele poder se manifestar.
- O juiz está fazendo uma confusão, pois o torcedor tem o direito de
pleitear que o STJD cumpra o Estatuto do Torcedor. Mas, no seu despacho,
o juiz traça o que pensa a respeito e dá caminhos para seguir com a
ação.
Goveia tem dez dias para apresentar adequação solicitada pelo juiz ao
processo, sob pena de ter seu pedido de liminar indeferido caso não se
manifeste dentro do prazo.
- Vou atender o pedido, dentro do prazo legal, e mostrar ao juiz o seu
equívoco, pois, de acordo com o art. 2º e 34º, o torcedor tem o direito
de que a CBF e o STJD façam os seus julgamentos de acordo com o que
determina a lei e os efeitos das decisões só podem valer após a
publicação - explicou Goveia.
Nesta quarta-feira, o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil contra a CBF e o STJD.
A Portuguesa foi punida pelo STJD por ter escalado Héverton no jogo
contra o Grêmio, na última rodada do Brasileiro. O jogador havia sido
suspenso por dois jogos e só havia cumprido um.
Por isso, a Lusa foi
punida, perdeu quatro pontos, caiu para 17º lugar no Campeonato
Brasileiro e acabou rebaixada - beneficiando o Fluminense, que havia
sido rebaixado, mas acabou ultrapassando a Lusa em pontos e se manteve
na Série A.
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