sábado, 25 de abril de 2015

São José bate Flamengo no Rio para empatar a série



Eram os mesmos times em quadra, mas na tarde deste sábado, a atitude de São José era definitivamente outra. O time do interior paulista não baixou a guarda após a derrota por 23 pontos no jogo 1 das quartas de final do NBB e, com uma forte defesa, neutralizou a equipe do Flamengo para vencer por 82 a 76 no ginásio do Tijuca e empatar a série em 1 a 1. Agora, São José jogará as duas próximas partidas em casa, na terça e na quinta-feira da próxima semana. O time que chegar a três vitórias avança às semifinais.

- O mais importante foi a nossa postura o jogo inteiro, que no primeiro jogo não tivemos. Eles são favoritos e temos que jogar como time pequeno, que corre atrás e dá o sangue. Melhoramos nossa defesa e conseguimos a vitória. Mas não está nada ganho. Todo mundo conhece o Flamengo, tem ótimos jogadores, foi uma vitória muito importante, mas não podemos diminuir o ritmo de jogo - dissê o pivô Caio Torres, campeão pelo Flamengo na temporada 2012/2013.

Do lado carioca, Marquinhos reconheceu que a equipe falhou nos momentos mais importantes:

- Tínhamos que jogar mais com o físico, voltamos melhor nesse aspecto, mas erramos algumas bolas em lances decisivos , eu e outros jogadores, e eles acertaram as bolas nas horas decisivas.

 
O jogo

Empolgado pelos torcedores, que cantavam sem parar, o Flamengo começou com tudo a partida deste sábado. Apesar da dianteira de quatro pontos logo no início - Meyinsse e Olivinha pontuaram - , logo a afobação entrou em cena. Erros sucessivos fizeram o Fla ser surpreendido na reposição defensiva. Exemplo disso foi quando, no arremesso de três pontos errado por Benite, Laws aproveitou o contra-ataque e colocou os visitantes pela primeira vez à frente (9 a 7). Aos poucos, o Flamengo foi recuperando o controle do jogo, mas o São José não aliviava na marcação. No fim do primeiro quarto, Benite precisou fazer uma bela jogada individual na zona morta para deixar o time da casa na liderança (21 a 20).

São José não diminuiu o trabalho defensivo, forçando os rubro-negros a cometer diversos erros de passe e até mesmo nem acertarem o aro nos arremessos, caso de Marcelinho. A gota d’água para o técnico José Neto foi na metade do quarto, quando o time paulista abriu quatro pontos de frente (28 a 32). Mal sabia ele que o papo não adiantaria muito. Após Gegê errar um passe na boca do garrafão, Dedé fez a bandeja. Em seguida, Renan anotou uma grande cravada depois de um passe de costas de Betinho, aumentando a vantagem paulista (38 a 31). O Flamengo ameaçou uma reação com duas roubadas de bola que resultaram em quatro pontos de Benite (35 a 38), mas São José trabalhou bem a bola nos dois últimos minutos. Deu até para Dedé acertar o tiro de três pontos para dar uma boa folga no placar aos visitantes (41 a 35).

No retorno para a partida, o Flamengo demorou para dar sinais de que poderia conseguir a virada. O São José continuava marcando bem e mantinha a vantagem. O problema foi quando passou a também errar demais no ataque. Assim como os rivais fizeram durante todo o primeiro tempo, os jogadores rubro-negros aproveitaram os contra-ataques até, nas mãos de Olivinha, alcançar o empate (46 a 46) e, com Meyinsse e Marquinhos, a virada (50 a 49) faltando três minutos para o fim do período. Os times se alternaram na dianteira, e o placar entrou no último quarto empatado em 57 a 57.

Durante pouco mais de três minutos, o São José ficou à frente. Convertendo dois lances livres, Benite recolocou o Fla em vantagem (63 a 62). Mais uma vez, as duas equipes se alternavam na ponta, por um ou dois pontos de vantagem. No minuto final, Laws converteu da linha de três para os visitantes, e Marquinhos deu o troco na mesma moeda, deixando o Flamengo na frente (75 a 74).

Para estragar a alegria da torcida carioca, o ex-rubro-negro Caio Torres brilhou no momento decisivo. Recebeu no garrafão, fez a cesta, sofreu a falta e converteu o lance livre mesmo debaixo de muita vaia (75 a 77). Faltavam 33 segundos para o estouro do cronômetro, e Marquinhos desperdiçou um lance livre de dois cobrados. Em seguida, Caio Torres converteu mais dois, deixando o São José na boa (79 a 76). Herrmann errou a tentativa para três que poderia empatar a partida,  e o time paulista ainda anotaria mais três pontos em lances livres para selar o triunfo por 82 a 76.


Em jogo de tempos distintos, Fla e Bota empatam na final da Taça GB


Botafogo e Flamengo empataram em 2 a 2 no primeiro jogo da decisão da Taça Guanabara Sub-20, disputado neste sábado, no Engenhão. Após uma etapa inicial muito fraca, rubro-negros e alvinegros protagonizaram um segundo tempo eletrizante. Lima e Vinícius Tanque anotaram para o Glorioso, enquanto Cafú e Thiago Santos marcaram os gols do Fla.

A exemplo do que ocorre na decisão entre os profissionais, o melhor colocado na Taça Guanabara antes das fases de mata-mata tem a vantagem dos dois empates. Assim, o Flamengo joga por um empate no próximo sábado, às 15h, na Gávea, para levantar o caneco. A diferença em relação à categoria principal é que não houve finais da Taça GB, e o critério anteriormente citado será aplicado nas partidas que apontarão o Campeão Carioca. Nos juniores, ainda haverá a disputa da Taça Rio, que indicará o outro finalista da competição.

Matheus Sávio, flamengo x botafogo (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo) 
Equipes voltam a se enfrentar no próximo sábado, pelo duelo de volta da decisão (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
 
Disposição os times mostraram desde o início do jogo. Mas o primeiro tempo não reservou grandes emoções aos espectadores que compareceram ao Nilton Santos. O Botafogo levou mais perigo. Lima, Leandro e Tanque movimentavam-se bem, e Moraes animou a torcida alvinegra quando recebeu uma falta quase em cima da linha da grande área - nenhuma jogada de muito perigo, porém. Enquanto isso, o Rubro-Negro apostava na parceria Matheus Sávio e Jajá. Eles, porém, também não conseguiram levar grandes sustos ao adversário.

Se a etapa inicial foi morna, a segunda começou sem tempo para desatenções. Logo aos quatro minutos, Lima subiu por trás da zaga rubro-negra para aproveitar cruzamento da direita e abrir o placar. Os jogadores alvinegros não tiveram muito tempo para comemorar. Cinco minutos depois, o gol de empate do Flamengo - em um lance parecido, mas desta vez da esquerda: Cafú aproveitou a brecha na defesa para deixar tudo igual. O Rubro-Negro cresceu demais na partida, dando muito trabalho a Saulo. Aos 39, conseguiu a virada. Thiago Santos, aproveitando-se de falha infantil de Emerson, marcou. Já nos acréscimos, quando tudo se encaminhava para a vitória flamenguista, Vinícius Tanque fez jus ao apelido e, como um autêntico centroavante, subiu mais que todos para empatar e dar números finais ao duelo.

Nos bastidores, Flamengo costura contratação de Petros, do Corinthians




Petros jogou 11 partidas: 663 minutos em 2015 (crédito: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)Pensando também na composição do elenco, a diretoria do Flamengo está costurando a contratação de Petros, do Corinthians. O jogador, que atua tanto como volante como meia, é visto como uma peça primordial para o futuro do Rubro-Negro na temporada. Isso porque o técnico Vanderlei Luxemburgo entende que ele pode exercer três ou quatro funções no time e isso o facilitaria na montagem do novo esquema.

Em um primeiro momento, o Flamengo tentou o empréstimo de Petros, mas hoje cogita até mesmo comprar o jogador. O Corinthians, em julho do ano passado, gastou cerca de R$ 3 milhões para comprar 50% do jogador. A ideia inicial é pagar um pouco menos do que esse valor por ele nesta temporada.

Petros funciona como um terceiro homem de meio de campo no esquema idealizado por Luxemburgo. A ideia é que ele exerça função parecida com a que desempenhava Elias no esquema de Jayme de Almeida. Não como um volante tal qual Márcio Araújo e nem um meia como Everton.

Vale lembrar que o Rubro-Negro já tinha feito uma consulta por Petros no início do ano, mas a negociação não andou.

Flamengo sonha em ter time para disputar próxima edição da Superliga


Alexandre Póvoa em inaguração de ginásio (Foto: flamengo; alexandre povoa)

Em um projeto que visa reformular vários esportes olímpicos do clube, a diretoria do Flamengo trabalha a possibilidade de montar uma equipe para disputar a Superliga de vôlei. Vice-presidente de esportes olímpicos do clube, Alexandre Póvoa revelou que existe o interesse de o time rubro-negro entrar na disputa já na próxima edição, mas que tudo ainda está no âmbito da conversa. A ideia seria uma parceria com uma equipe existente.

- Nós estamos conversando. Temos muito interesse em já disputar este ano. Têm barreiras de regulamento, uma série de coisas. Estamos conversando com parcerias e com a CBV. Estou otimista. Mas não depende só da gente, não é montar um time e jogar. Se o Flamengo entrar este ano, vai ser para jogar em parceria com algum dos clubes que já existem - disse Póvoa.

Diretor técnico de competições de quadra da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Ramadés Lattari confirmou o interesse do Rubro-Negro em montar uma equipe para a competição. Segundo o dirigente, a intenção seria começar disputando o torneio masculino para, na temporada seguinte, ser representado também no feminino. 

- É uma espécie de namoro. O Flamengo está com uma política com essa diretoria de ir crescendo aos poucos. Eles procuraram a gente dizendo que tinham conversado com uma outra equipe e queria unir forças para participar da Superliga. O que a CBV pode fazer é dar força porque o acerto depende deles - disse.

Radamés falou sobre a força de ter times de camisa disputando a Superliga, e lembrou casos como o do Cruzeiro, atual campeão.

- Qualquer coisa que possa fortalecer a Superliga é importante. Pelo que tenho escutado, o Taubaté fechou com o São Paulo, já temos o Cruzeiro. Então, acho que o campeonato fica interessante porque vamos ter equipes de clubes, prefeituras, universidades e patrocinadores.

Dos esportes olímpicos do Flamengo, o destaque é o basquete. Atual bicampeão do NBB, a equipe comandada pelo técnico José Neto tem um retrospecto recente vitorioso, sendo campeão da Liga das Américas e da Copa Intercontinental de Clubes, no ano passado. Na atual temporada, o time disputa as quartas de final do torneio nacional. 


Bandeira de Mello participa de jogo de inauguração de campo society

Após a reinauguração do ginásio na sede social na manhã deste sábado, o presidente do Flamengo, Eduardo bandeira de Mello,esteve na inauguração do novo campo society da Gávea. O grupo Pelada Fla-Gávea agradeceu a diretoria pela obra realizada e convidou o presidente rubro-negro para a primeira partida do novo campo. 

Bandeira de Mello disputa jogada  (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo) 
Bandeira de Mello disputa jogada durante partida de inauguração do campo society (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Fla-EUA: em parceria com comitê americano, clube reinaugura ginásio


O acordo firmado entre o Flamengo e o Comitê Olímpico Americano começou a ganhar forma. Neste sábado, o clube reinaugurou oficialmente o ginásio Togo Renan Soares-Kanela, na sede social da Gávea. Com presença de ex-atletas de peso do futsal e do vôlei, foi realizada uma cerimônia que marca também a entrega da obra realizada pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) que fechou uma parceria com o clube carioca para os Jogos Olímpicos de 2016.

A atual diretoria do Flamengo firmou um contrato novo em 2013, rompendo um primeiro que previa apenas o aluguel das instalações. Na nova parceria, ficou estabelecido que os americanos forneceriam recursos para melhorias na infraestrutura, além de trocas de experiência com intercâmbios. O time dos Estados Unidos poderá usar locais da Gávea até a conclusão dos Jogos Paralímpicos de 2016. O investimento é de um pouco mais de 1 milhão de dólares, voltado para o legado.

Flamengo inauguração ginásio A (Foto: Reprodução) 
Vice de Olímpicos, Póvoa, e o presidente Bandeira de Mello na cerimônia deste sábado (Foto:Gilvan de Souza/Flamengo)
 
- O Comitê Americano queria um lugar central, como esse, para treinar em boas condições. Além da força do Flamengo, da torcida do Flamengo no Brasil. Então, eles precisavam, primeiro, melhorar as nossas instalações. Depois, queremos um intercâmbio maior com eles. São os maiores atletas do mundo, queremos trocas de experiências. Não quero só que fiquem aqui e vão embora depois das Olimpíadas, mas que deixem um legado, que meus técnicos possam estar com eles. Dentro deste espírito, o valor do contrato foi triplicado - explicou o vice-presidente de esportes olímpicos do clube, Alexandre Póvoa.

O Rubro-Negro também pretende trabalhar forte no ponto de vista do marketing com essa parceria. A pouco mais de um ano dos Jogos Olímpicos, o vice-presidente de esportes olímpicos espera que a torcida do Flamengo também ''adote'' os atletas americanos durante o período.

Ginásio Togo Renan Soares (Foto: Amanda Kestelman) 
Ginásio Togo Renan Soares será usado pelos americanos em 2016 (Foto:Gilvan de Souza/Flamengo)

- Outro contrato que é interessante para eles (Estados Unidos) é voltado para o marketing. Ou seja, na época das Olimpíadas, vamos fazer a ''Fla-USA'', fazer com que a torcida do Flamengo  se engaje no espírito olímpico americano. Deixou de ser um contrato de aluguel e virou uma parceria grande - disse o dirigente.

Além do ginásio Kanela, que receberá treinos de handebol e vôlei do time americano em 2016, o ginásio de basquete Helio Maurício também já ganhou melhorias que foram entregues no fim do ano passado. Já o centro de lutas está no meio de suas obras. Recentemente, o USOC também decidiu utilizar as instalações do Cláudio Coutinho, espaço dedicado aos treinos de ginástica artística. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) também utilizará o local quando seu Centro de Treinamentos, na Arena da Barra, for entregue ao Comitê Organizador dos Jogos.
 
Obras no centro de lutas da Gávea já começaram  (Foto: Amanda Kestelman)- A gente entrou em acordo com eles sobre o Claudio Coutinho. Só falta assinar o contrato. O ginásio já recebeu equipamentos mordemos do COB, vai receber mais da Lei Pelé, e o Comitê Olímpico Americano vai reformar todo o espaço, fazer um ginásio totalmente climatizado. Vai ser um dos melhores do Brasil - disse Póvoa.

De acordo com o dirigente do Flamengo, estima-se que o investimento em legado que o clube receberá com a parceira esteja na casa dos 3 ou 4 milhões de reais. Alexandre Póvoa também ressaltou que os sócios poderão continuar frequentando o clube mesmo no período em que os atletas americanos estiverem treinando no local.

O evento deste sábado também contou com a presença do presidente Eduardo Bandeira de Mello. As ex-jogadores de vôlei Isabel e Jaqueline foram homenageadas dando nome ao novo vestiário feminino do ginásio reformado. O ex-atleta Nalbert e os e ex-jogadores Julio Cesar Uri Gueller e Adílio, que iniciaram suas carreiras no futsal, também fizeram parte da festa.

Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de esportes do COB, foi um dos ex-atletas homenageados que participaram da cerimônia nesta sábado. Ex-jogador de vôlei, ele se mostrou satisfeito tanto com as obras do ginásio destinado ao esporte quanto com o andamento da parceira entre o USOC e o Flamengo.

- A gente começa a ver de imediato que as Olimpíadas estão chegando aí. Nós comemoramos há pouco tempo 500 Jogos, agora já vemos os investimentos feitos pelos comitês estrangeiros e que vão ficar de legado para o Brasil. Hoje estou aqui feliz da vida de ver um ginásio, que não é o melhor dos mundos, mas é muito melhor do que quando meu filho foi embora para os Estados Unidos, porque não tinha onde treinar aqui no Rio - celebrou.

Jaqueline Isabel Flamengo (Foto: Amanda Kestelman) 
Jaqueline e Isabel dão nome ao novo vestiário do ginásio Togo Soares (Foto:Gilvan de Souza/Flamengo)

Desequilíbrio muscular é a causa das lesões de Paulinho, diz médico do Flamengo


Paulinho, lesão, Flamengo (Foto: ANDRÉ MOURÃO / AGÊNCIA ESTADO)
Um dos jogadores mais queridos pela torcida rubro-negra, Paulinho não tem conseguido emplacar uma sequência de jogos pelo Flamengo neste ano. Fez apenas seis partidas na temporada, todas entrando no segundo tempo. O atacante tem frequentado o departamento médico com assiduidade por conta de seguidas lesões. A primeira, a mais grave, ocorreu em setembro do ano passado, e ele precisou passar por uma cirurgia no ligamento cruzado anterior do joelho direito. Entregue à preparação física no começo de 2015, Paulinho foi tratado com calma pelo clube e só voltou a jogar no começo de março. Mesmo assim, voltou a sofrer com a parte física e já sentiu a coxa direita em duas oportunidades.

Neste momento, o camisa 26 está tratando um edema grau 1 no músculo posterior da coxa direita. Médico do Fla, Márcio Tannure explicou que Paulinho perdeu massa na perna direita e teve um desequilíbrio muscular por conta da primeira lesão, fato que garantiu ser normal. E é essa a razão para os problemas em sequência.

- O que acontece com o Paulinho não é incomum se pegar o histórico dos atletas que vêm de cirurgia no cruzado. O cara que faz essa cirurgia perde muita massa, e cria-se um desequilíbrio muscular. Até que essa musculatura volte a estar equilibrada é comum que ocorram pequenas lesões. Ele particularmente está pior porque já não tinha muita musculatura, sofre mais ainda. Os jogadores que têm um equilíbrio muscular melhor sofrem menos com isso. Mas a grande maioria dos que fizeram cirurgia de cruzado tem esses casos no início.

Ainda segundo Tannure, o jogador ainda não tem previsão de volta. Tudo depende de como ele vai reagir ao tratamento. Além dele, o departamento médico do Flamengo conta apenas com Nixon atualmente. O atacante passou por cirurgia no tendão patelar do joelho esquerdo em março e se recupera no prazo esperado. Também não tem previsão de retorno.

Três jogadores foram entregues à preparação física nos últimos dias: Canteros se recuperou de um estiramento do ligamento colateral medial do joelho esquerdo e é o mais avançado para voltar a jogar; Cáceres melhorou de um problema no quadril; e Samir se livrou de uma lesão no músculo adutor da coxa direita.

O Flamengo está de folga até domingo, com exceção desses cinco atletas, que seguem treinando à parte ou no DM, e terá duas semanas para se preparar para o Campeonato Brasileiro. A primeira semana terá atividades no Ninho do Urubu, sendo que em três dias de forma integral, e depois o grupo viajará para uma intertemporada. O destino mais provável é Atibaia-SP. A estreia no Brasileirão está marcada para 10 de maio, às 16h (de Brasília), contra o São Paulo, no Morumbi.

Bandeira de Mello diz que decisão de Fla-Flu amistoso pode sair em breve



Eduardo Bandeira de Mello Flamengo, coletiva, FERJ (Foto: Uanderson Fernandes / Ag. Estado)A chamada “final moral” do Campeonato Carioca pelos torcedores de Flamengo e Fluminense pode estar próxima de acontecer. Após as eliminações das duas equipes e as polêmicas com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, o presidente Eduardo Bandeira de Melo confirmou que o Fla-Flu amistoso poderá sair do campo das ideias e partir para dentro das quatro linhas nas próximas horas.

- Nós estamos trabalhando nessa possibilidade. A ideia é que seja fora do Rio de Janeiro. Acho que nas próximas horas, no máximo até amanhã, a gente já deve ter uma novidade sobre a realização desse amistoso.

Vale lembrar que para esse amistoso acontecer, Fla e Flu precisam do aval da FERJ e que a sua realização sem a permissão da Federação poderá acarretar em multa para as duas equipes.

Ainda sobre a polêmica semifinal entre Flamengo e vasco, o presidente vascaíno Eurico Miranda, deu declarações afirmando que “o respeito voltou” à São Januário após a classificação dos vascaínos para a final do Campeonato Carioca. Evitando entrar em polêmicas, Bandeira de Mello afirma que o Vasco precisa ser respeitado assim como qualquer outra equipe.

- Você tem que perguntar pra ele. Acho que o vasco é um adversário tradicional que merece respeito. Tenho amigos torcedores do vasco que eu sempre respeitei e sou respeitado. Acho que o respeito é uma via de mão dupla. O vasco tem que ser respeitado assim como qualquer outro clube.

Enquanto a decisão da realização do amistoso contra o Fluminense não sai, a equipe de Vanderlei Luxemburgo segue a sua preparação para a estreia do Campeonato Brasileiro, dia 10 de maio, contra o São Paulo, no Morumbi.

Taça Guanabara Sub-20: Bota e Flamengo começam decisão com desfile de joias


Times de melhor campanha no Campeonato Carioca Sub-20, Flamengo e Botafogo começam neste sábado, às 17h, a decidir a Taça Guanabara, no Engenhão. Apesar de valer o título do primeiro turno do estadual da categoria e de quebra em cima de um arquirrival, a disputa pelo caneco na base acaba ficando em segundo plano para o interesse na formação e teste das promessas. O GloboEsporte.com acompanha a partida em tempo real

Os dois times entram em campo recheado de jogadores que já tiveram oportunidades no elenco principal, alguns com certo destaque: caso de Matheus Sávio e Dierson. Entretanto, uma das maiores atrações encontra-se lesionada: Douglas Baggio, artilheiro da competição com 16 gols, está fora com um problema no tornozelo direito.

Atento às promessas, o GloboEsporte.com destaca as joias que merecem olho vivo:

Jorge, lateral-esquerdo(seleção)

Jorge, Flamengo x Bangu (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)O único entre os participantes da final que foi recentemente convocado para a Seleção de base. Lateral-esquerdo de 19 anos, Jorge aparece como um jogador com bom poder de apoio e conclusão. Prova disso são os os quatro gols marcados pelo jogador neste estadual. Foram três contra o Boavista, na primeira fase, e o gol de empate na segunda partida de semifinal contra o vasco.

Jorge foi relacionado em algumas oportunidades para o time principal. Entretanto, foi utilizado apenas uma vez, no Carioca do ano passado no empate contra o Bangu. Na ocasião, o lateral entrou na segunda etapa.







Vinicius tanque, atacante

Vinicius Tanque, atacante do sub-20 do Botafogo (Foto: Divulgação)Ninguém marcou mais gols no Botafogo do que o atacante de 20 anos. Tanque é o vice-artilheiro do Campeonato Carioca Sub-20, com 15 gols - o líder é Douglas Baggio, do Flamengo, que tem 16. Com porte físico avantajado, o atacante faz deste quesito seu principal trunfo dentro de campo.

Promessa das categorias de base do Glorioso, o jogador teve apenas uma chance na equipe profissional até então: foi relacionado para a partida contra o Goiás, no Campeonato Brasileiro do ano passado, mas sequer entrou em campo. Neste sábado, é a principal esperança de gols do time do técnico Maurício de Souza.








Matheus sávio, meio-campo(seleção)


Matheus Sávio, Flamengo x Nacional (Foto: André Durão)Este jovem meio-campo tem apenas 18 anos e é tratado como um joia dentro do Flamengo. Na torcida também. Tanto que um grupo intitulado "Flamengo da Nação" ajudou a comprar parte dos direitos federativos do atleta.

Veloz e habilidoso, Matheus Sávio tem sido utilizado na equipe principal, onde já marcou três vezes em cinco jogos neste ano. Um deles, inclusive, na vitória contra o Fluminense. No Carioca Sub-20 divide a criação ao lado do também badalado Jajá. Marcou outros três gols pelo estadual da categoria de base. Antes disso, o meio-campo já havia sido o grande nome da equipe na conquista do Torneio Otávio Pinto Guimarães no ano passado.






Dierson, volante

Dierson Botafogo treino (Foto: Vitor Silva / SSPress)O volante de 19 anos é bem conhecido pela torcida botafoguense. Com a chegada de Renê Simões, ele passou a figurar na equipe profissional e fez sua estreia no Campeonato Carioca deste ano, na vitória sobre o Tigres. O menino também atuou no jogo seguinte, contra o Resende, e foi relacionado para outras quatro partidas. 

No Campeonato Carioca Sub-20, Dierson marcou apenas um gol. Porém, o volante se destaca em campo pela entrega na marcação e também na qualidade do passe.







Ataque x defesa

O Flamengo aparece com a melhor campanha e é o único invicto na competição até o momento. Foram 10 vitórias e quatro empates em 14 jogos. O Rubro-Negro tem também o ataque mais positivo do torneio com 46 gols. Porém, é justamente neste setor que o time tem o seu maior desfalque para a partida: o atacante Douglas Baggio não joga por conta de uma lesão.

- O grande objetivo da base é formar o atleta para o profissional. Uma final envolve muitas variáveis que somente aquele momento dará ao atleta e irá contribuir na sua formação. Até agora, na minha opinião, conseguimos ser competitivos e também apresentando um bom nível de jogo. Estamos querendo manter essa filosofia também nesses dois jogos. Entendo que, dessa forma, estaremos mais perto do que queremos. Jogar bem irá nos aproximar desse objetivo - afirmou o técnico do Flamengo, Zé Ricardo, que recentemente rejeitou um convite para a Seleção Sub-15 para permanecer no comando da equipe.

O Botafogo fez a segunda melhor campanha na fase de grupos. E, se o adversário tem o melhor ataque, o Alvinegro tem a defesa menos vazada da competição: apenas oito gols sofridos. O técnico Maurício de Souza tem dois desfalques para a partida. Suspensos por terem sido expulsos na partida de semifinal contra o Fluminense, o lateral-direito Diego e o atacante Luiz Henrique não jogam. Entram, respectivamente, Erick e Leandro.

- Acho que o mais importante é o clube ter filosofia na maneira de jogar, construir a maneira de jogar. E, dentro desta maneira de jogar, buscar ganhar títulos. Claro, existem as variações, tudo pode acontecer durante a partida. Mas o mais importante, na minha opinião, sem dúvidas é a filosofia de jogo. E que siga o padrão do clube. Dentro da filosofia, temos que buscar ganhar. Acho que não precisa dissociar a formação da vitória. Você pode formar e vencer - disse o técnico Maurício de Souza.



Vice diz que Flamengo já tem investidor para Maracanã: "Poderia assumir amanhã"


O Governo do Estado e a concessionária do Maracanã negociam um reequilíbrio do contrato de concessão, afetado diretamente pela decisão de não demolir o Célio de Barros e o Júlio de Lamare, que dariam lugar a um estacionamento e um shopping. O Flamengo acompanha de perto o caso e seu vice-presidente de finanças, Rodrigo Tostes, garante, em entrevista ao GloboEsporte.com: o clube já tem um investidor, poderia assumir a arena "no dia seguinte" e não pretende renovar o contrato - que vai até o fim de 2016 - para atuar no estádio nos termos atuais. O cartola afirma que o atual modelo de negócio do Maracanã não é viável, nem para a concessionária, nem para os clubes, e alega que falta, na gestão do estádio, "gente que entenda do negócio". O prazo estipulado para o clube saber o que vai fazer - se terá chance de administrar o Maracanã em algum momento ou terá de buscar estádio próprio - é o fim deste ano.

Há, porém, um grande obstáculo para as pretensões do clube a curto prazo. A concessionária também fará a obra olímpica no complexo, já demonstrou intenção de manter a concessão e a devolução imediata do Maracanã provocaria uma nova licitação, criando um alto risco de atraso nos trabalhos, tudo o que o governo quer evitar. O secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola, já afirmou que pretende resolver a questão com a concessionária até maio.

A empresa entregou em fevereiro a sua proposta para equilibrar o contrato de concessão e ainda não houve uma resposta. Mas a preocupação do governo ficou nítida com a intervenção nos bastidores para que fosse solucionado pelo menos em parte, o impasse dos preços dos ingressos no Campeonato Carioca. Havia risco, com a briga, de o Maracanã ficar sem jogos do torneio, o que levaria a concessionária a ter prejuízo com o estádio parado e afetaria diretamente a conta para que a empresa permaneça até 2016 e conclua a obra para as Olimpíadas.

Flamengo x Vasco Maracana (Foto: Richard Souza / globoesporte.com) 
Custos do Maracanã são alvo constante de críticas dos clubes cariocas (Foto: Richard Souza / globoesporte.com)
 
Apesar de assegurar não ter problemas em assumir a gestão do Maracanã sozinho, Tostes diz que o Flamengo não fecha portas para ter outros clubes ao seu lado. Ele defende também o fim da proibição da venda de bebidas alcoólicas nas arenas, o que alega trazer mais prejuízos do que benefícios para a segurança e, claro, para os cofres.

Confira a entrevista de Rodrigo Tostes ao GloboEsporte.com:

 O Flamengo nunca imaginou jogar com custos tão altos. A gente recebe a planilha, mas não sabe exatamente de onde vêm aqueles custos todos. O que digo e repito é: se houver interesse, de qualquer um dos entes, o Flamengo está pronto para pegar o Maracanã no dia seguinte. Poderia assumir amanhã.
Rodrigo Tostes, vice de finanças do Flamengo

GloboEsporte.com: Como fica essa questão do Maracanã, esse acordo? Não é só o Flamengo que reclama dos custos...

Rodrigo Tostes:
O que vejo do Maracanã é o seguinte: todo mundo reclama. O Maracanã, o Fluminense, o Flamengo, então acho que tem de ser pensada uma nova estratégia. O consórcio tinha no seu plano de negócios um shopping, um estacionamento, fazer daquilo um complexo, hoje não conseguiu mais fazer, então reclama. O Flamengo nunca imaginou jogar com custos tão altos. A gente recebe a planilha, mas não sabe exatamente de onde vêm aqueles custos todos. Existe uma estrutura muito grande criada no entorno do Maracanã. Acho que não faz sentido o Maracanã voltar para o governo, que tem outras prioridades. O que digo e repito é o seguinte: se houver interesse, de qualquer um dos entes, o Flamengo está pronto para pegar o Maracanã no dia seguinte. Poderia assumir amanhã. O Flamengo já tem estratégia, estrutura para ter um investidor por trás, ser o administrador do estádio.

Sozinho?

Sozinho. Ou com outros parceiros que queiram entrar. Não foi possível fazer isso na outra licitação porque não foi permitido. A gente deu passos muito grandes e deu provas nesses últimos anos de que tem competência e, mais do que isso, um processo publicado mostrando que temos condição de administrar qualquer estádio do Brasil. Os modelos que vejo em todos os lugares não deram certo sem participação de clube. Você vender um Flamengo jogando no Maracanã por 30 anos, tem um apelo completamente diferente de contratos de curto prazo. Se for a casa do Flamengo, o potencial de receita que traz para quem estiver investindo com o Flamengo é muito maior.
Rodrigo Tostes, vice de finanças do Flamengo (Foto: Ivan Raupp)Ou seja, do jeito que está o Flamengo não tem interesse em um contrato mais longo?

De jeito nenhum. Mas nem... De jeito nenhum. Pelos custos que o Flamengo vê hoje no Maracanã... O Flamengo não acredita que o estádio seja viável, que alguém, com esse modelo que está hoje, vá investir nele. Agora, se houver uma nova tentativa de colocar os clubes como parte do negócio, buscar mais eficiência, o Maracanã é totalmente viável. Dizer que o Maracanã não é viável não é correto. O que falta ali é gente que entenda do negócio e que faça ali o modelo de negócio para aquilo que pode ser feito. Eu não posso colocar ingresso a R$ 20, R$ 30, botar um tapete vermelho e servir caviar. Isso não pode ser feito. Tem de ser discutida também a volta da venda de bebida alcoólica. É um perigo muito maior do que vender lá dentro, todo mundo entra faltando cinco minutos para o jogo, bebem lá fora, bebem rápido, bebem mais que o necessário, e isso é uma perda de receita cavalar para quem administra o estádio, 70% da receita de bar vem de bebida alcoólica, isso tem de ser repensado. Já pode na Fonte Nova, por que o Rio não está acompanhando isso? Essa discussão precisa ser feita.

Existe alguma previsão para o Flamengo ter um estádio próprio?

A gente está buscando, e não é de hoje. Só que a vida é feita de prioridades. A gente tinha que fazer uma série de ações dentro e fora do clube nesses dois primeiros anos. Apareceram "n" propostas de negócios para o Flamengo, como terrenos na Barra da Tijuca, terrenos em Duque de Caxias-RJ, entre outros, mas a modelagem econômica nunca fechou. O Flamengo não vai fazer um negócio que o endivide nos próximos 20 anos e não lhe dê uma possibilidade de receita. Agora a gente pensa que precisa buscar um modelo. Mas tudo depende do Maracanã. Mantendo a atual situação, com contrato com o Maracanã, é urgente que o Flamengo precisa de um estádio para 40, 45 mil pessoas. Essa é a ideia, e o Flamengo passa a jogar alguns jogos no Maracanã. Qual a viabilidade econômica do Maracanã sem o Flamengo? Não sei. Isso não é problema nosso, e sim de quem administra o estádio. Essa é uma realidade. Ponto dois: o Flamengo passa a administrar o Maracanã com "x", "y" e "z". É uma outra necessidade de estádio, de um estádio pequeno. Hoje isso já está claro, e há algum tempo não estava. O nosso prazo é tomar essa decisão até o final do ano. Até o fim do ano a gente tem que ver se vai ter oportunidade de algum dia poder administrar o Maracanã. Precisamos saber para onde vamos.

O contrato do acaba em 2016. Há alguma conversa para renovação?

O que a gente sabe que existe é uma conversa do Maracanã com o Governo do Estado para tentar encontrar uma solução, seja lá qual for. O que posso dizer claramente em relação ao Maracanã é o seguinte: o Flamengo já oficializou, foi formalmente dizer ao governador que está pronto para pegar o Maracanã no dia seguinte se o consórcio vier a entregar o estádio. Já tem estrutura pronta, parceiro pronto, que sabe administrar o estádio. Já tem alguém para investir. Se tiver uma eventual saída da concessionária, temos a estratégia pronta. Se o Governo do Estado quiser, o Flamengo assume o Maracanã no dia seguinte. Logicamente tem algumas condições. O Flamengo não pode absorver nenhum dos passivos que estão vindo desse contrato. Mas estaria pronto.

Como seria essa administração? Uma empresa administraria para o Flamengo?

Seja qual for o modelo societário, o Flamengo é parte da organização. Se vai ter o Flamengo e mais alguém isso não está absolutamente fechado. Mas o Flamengo já tem uma empresa parceira para administrar o estádio, já tem empresa parceira para fazer o financiamento de todos os investimentos que precisarem ser feitos. Esse é o modelo negócio: o Flamengo com o conteúdo, alguém administrando o estádio e um parceiro investidor.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Empresário de Douglas Coutinho vê Flamengo como possibilidade, mas clube nega interesse

Douglas Coutinho despertou o interesse do Manchester United
Douglas Coutinho despertou o interesse do Manchester United Foto: Divulgação / Atlético-PR

Á procura de reforços para o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, o Flamengo surgiu nos últimos dias como opção para o atacante Douglas Coutinho, do Atlético-PR.

O jogador, comprado pelo mesmo grupo de investidores que colocou Marcelo Cirino na Gávea, terá seu futuro definido em breve e o clube carioca é opção caso a Europa não seja o destino.

O empresário do atleta, Taciano Pimenta, admitiu que a possibilidade de o Flamengo levar o jogador existe, mas o diretor Rodrigo Caetano disse que o clube não tem interesse.

— Há o interesse, mas tem outras possibilidades para a Europa. Desde que o Marcelo foi para lá, existe essa possibilidade. Ela ficou mais forte nos últimos dias, mas a tendência até agora é que ele vá para fora do país — explicou o agente, que se reúne com o Atlético-PR e os investidores para analisar o melhor caminho.

O Flamengo tem como foco a contratação de um meia e ainda precisaria desembolsar uma quantia para adquirir o atacate Douglas Coutinho, que teve 70% de seus direitos econômicos comprados pelo grupo de investidores por R$ 14 milhões, em dezembro. O Atlético-PR ficou com 15%, parte que seria repassada ao Flamengo.

Flamengo descarta Gávea por prazo e deve levar jogos de apelo para fora do Rio em 2016



Flamengo treino GáveaAs Olimpíadas de 2016 podem refletir de forma negativa para o torcedor do Flamengo no Rio de Janeiro. Ainda sem receber um prazo oficial, a concessionária do Maracanã trabalha com alta probabilidade de o estádio permanecer fechado entre fevereiro e outubro. Com isso, o clube da Gávea pretende levar seus jogos de apelo, incluindo clássicos cariocas quando detiver o mando de campo, para outros estados. A ideia é aproveitar o período para lucrar em outras praças, já que o Engenhão também ficará à disposição para os Jogos.


- Não dá para construir um estádio até o ano que vem. Isso é claro, então não a gente não precisa vender esse sonho. A estratégia é uma mistura de jogar jogos pequenos aqui no Rio, em estádios já construídos, e clássicos, não só os estaduais, mas também os nacionais, fora do Rio, para que possa de alguma forma compensar essa saída do Maracanã. Hoje essa é a ideia - explicou o vice de finanças, Rodrigo Tostes.


Questionado sobre reformas na sede da Gávea para receber jogos de menor porte, o dirigente descartou a possibilidade por conta do prazo:

- É muito difícil falar de uma solução para a Gávea para jogarmos no início do ano que vem. É muito difícil viabilizar isso em termos de licença, de construção que tem que ser feita. O prazo é muito pequeno para tudo isso.

Com modelo de balanço do Real Madrid, Fla mira meio bilhão de receita


O Flamengo está longe de ter um balanço com números semelhantes ao do Real Madrid, mas o modelo do documento é adaptado do clube espanhol. Isso porque a empresa que faz a auditoria dos demonstrativos financeiros da atual gestão rubro-negra - e que constatou a dívida de R$ 750 milhões - é a mesma da equipe europeia. Se a fase não é boa o suficiente para trazer um Cristiano Ronaldo, não é mais tão ruim que o clube não possa projetar uma contratação de impacto ainda neste ano. De acordo com Rodrigo Tostes, vice-presidente de finanças, já foram pagos R$ 225 milhões em dívidas e, com o aumento de receitas (para 2015 estão previstos R$ 365 milhões brutos), há uma "reserva" para investir no futebol.

Rodrigo Tostes, vice de finanças do Flamengo (Foto: Ivan Raupp) 
Rodrigo Tostes, vice de finanças do Flamengo, aposta em grande faturamento em 2015 (Foto: Ivan Raupp)


A relação com o modelo usado pelo clube espanhol surgiu do questionamento sobre a tabela que mostra todas as porcentagens que o clube possui sobre jogadores (veja na imagem abaixo), um fato inusitado nos documentos contábeis das equipes brasileiras.

- Vamos colocar sempre. Acho que ninguém faz isso. A gente tem uma consultoria da Ernst & Young, que copia basicamente um modelo de gestão lá de fora. Eles fazem o do Real Madrid. Nós estamos no mesmo formato de apresentação de balanço do Real Madrid. Eles dão consultoria para o Real Madrid e nos deram essa sugestão - explicou.

A meta, segundo Tostes, não é dívida zero. O clube busca, até 2018, ter uma dívida estabilizada em torno de R$ 200 milhões e alavancar as receitas para atingir R$ 500 milhões por ano nas próximas temporadas. Um dos fatores que pode ajudar é um aumento substancial no contrato de transmissão de jogos, que deve crescer cerca de R$ 100 milhões em 2016. Desta forma, diz o vice de finanças que será perfeitamente possível administrar o Fla com um "lucro absurdo".

Porcentagem jogadores Flamengo (Foto: Reprodução) 
Flamengo faz o controle da porcentagem que tem sobre os seus jogadores em uma tabela (Foto: Reprodução)


Quanto aos reforços, o nome que foi tentado no início da temporada está oficialmente descartado. Montillo não está mais nos planos do Flamengo, de acordo com Tostes. A dificuldade no acerto, alto custo e baixa probabilidade de retorno financeiro com uma futura venda do meia, que atua na China, minaram a contratação. E vender um atleta faz parte dos planos da diretoria para atingir o lucro esperado nessa temporada de R$ 105 milhões. Mas o vice de finanças, apesar do jovem zagueiro Samir ter recebido propostas recentemente, não citou nomes. Apenas ressalta que, se a oferta for boa, qualquer um pode ser negociado.

Confira outros trechos da entrevista de Rodrigo Tostes ao GloboEsporte.com:

GloboEsporte.com: Qual a grande vitória do Flamengo nesse balanço?

Rodrigo Tostes: É demonstrar que está fazendo as coisas direito. Mostrar que estamos seguindo o que planejamos. Há dois anos e meio, quando assumimos o Flamengo, a ideia era colocar a casa em ordem nos primeiros dois anos. E nesses dois anos estamos mostrando que é possível. Agora, os próximos dois anos terão uma outra estratégia.

A partir do momento que a casa está em ordem, o que a torcida pode esperar em termos de time?

Acho que o Flamengo já tem hoje jogadores de maior vulto do que tinha no passado. É uma crescente. A gente não vai sair de um time que tinha R$ 750 milhões de dívida para virar o Barcelona, mas a perspectiva é, sim, nesse ano de 2015 e no próximo ter uma consolidação, para ter um crescimento maior em 2017 e 2018. Assim que foi pensado em termos de projeto. A cada ano a torcida pode esperar um time melhor, sim. Mas o passo mais difícil é esse agora. A torcida comprou a ideia de a gente efetivamente arrumar a casa, esse time de 2015 já é melhor, na minha opinião, do que 2013 e 2014 e a crescente vai acontecer. A torcida pode esperar, sim, um time muito melhor do que os anteriores.

É possível pensar em algo grande para este ano ainda?

É possível porque foi planejado dessa forma. O Wrobel (Alexandre Wrobel, vice de futebol) e o Caetano (Rodrigo Caetano, diretor executivo do futebol) têm um orçamento que foi planejado no final do ano passado, têm reserva para fazer investimento ainda, mas tem de ser pontual, não adianta mais trazer para compor elenco, tem de vir para ser titular. A gente está olhando isso, mas tem de ser feito com muita calma. Hoje, você contrata um atleta e tem dois ou três anos para manter esse atleta no clube, você não pode rescindir caso não haja uma performance dele. Tem de fazer esse investimento com muita consciência. É muito oneroso para o clube trazer um atleta e de repente não vingar. Você fica com esse passivo, vamos dizer assim, tendo de ser administrado. Então eles dois estão muito conscientes disso, sabem que o tiro tem de ser dado certo, mas para este ano pode ser esperado um investimento maior, sim.

No orçamento para o ano passado, o Flamengo projetou metas altas de bilheteria e sócio torcedor. Teve de ser feito um ajuste. Neste ano, a receita foi projetada já bem acima do ano passado, R$ 365 milhões, com mais ou menos a mesma estimativa de sócio-torcedor e bilheteria, sendo que o ano já começou com o estadual dessa maneira. Isso assusta? Tem impacto direto nesse investimento que você citou?

Na verdade, o campeonato estadual, os primeiros quatro meses do ano são um peso muito grande, ou seja, a gente não consegue motivar um aumento do sócio-torcedor, não consegue alavancar bilheteria, pelo contrário, porque os jogos são de baixíssimo interesse, de baixíssima qualidade, não tem um atrativo para levar o torcedor ao estádio. Fora isso tem o custo do Maracanã, que talvez seja o mais alto do Brasil entre esses estádios herdados da Copa, então esses primeiros quatro meses pesam muito. Esse aumento do sócio-torcedor é balizado em uma série de novas iniciativas que estão sendo testadas. Acredito que vamos conseguir cumprir o orçamento, ele é revisado a cada três meses. Como qualquer empresa, você projeta, mas vai fazendo revisões trimestrais e, caso haja um descompasso muito grande, a gente leva de novo para aprovação no conselho. O problema, hoje, são os primeiros quatro meses, em déficit, ou seja, você tem um terço do ano trabalhando em déficit. É muito pesado para um clube que quer dar o passo que a gente quer dar. Por isso a gente prega uma mudança nessa estrutura do Estadual.

O Flamengo projetou cerca de R$ 4 milhões de receita no estadual. Isso foi atingido?

Ainda não fechamos, mas acredito que seja bem menos do que isso. Se bobear, não vamos conseguir sequer a metade. No último jogo contra o Botafogo no Maracanã, com R$ 2 milhões de renda, ficamos com R$ 350 mil. Ou seja, tem um custo alto com elenco, leva o espectador, e fica com 15% da receita bruta do espetáculo. Não faz nenhum sentido. Hoje em dia, não faz nenhum sentido jogar o estadual. Deixar os jogadores treinando, talvez, financeiramente, valha mais a pena.

De 2013 para 2014, o Flamengo perdeu R$ 8 milhões em bilheteria. Por quê?

Porque há um impacto da final da Copa do Brasil muito grande, e tem premiação também dentro desse valor de bilheteria. Essa foi a grande diferença, mostra quanto é importante um time estar disputando título. Em 2013, o Flamengo também jogou muito fora de casa. Em 2014, a gente tinha planejado jogar oito partidas fora, mas como o time estava na zona de rebaixamento, preferimos jogar em casa. E as finais da Copa do Brasil que conseguimos colocar R$ 2 milhões.

Qual é a dívida atual do Flamengo?

R$ 525 milhões, já reduziu R$ 225 milhões.

Projeção 2015 Flamengo (Foto: Reprodução)Projeção financeira do Flamengo versão 2015 (Foto: Reprodução)
Mas ao passo que há essa redução da dívida, são feitos empréstimos e adiantamentos de receita, mesmo além do atual mandato da diretoria. Como isso é balanceado?

Isso vem de uma lógica muito simples. Primeiro, voltar a ter credibilidade. Só tem crédito no mercado quem paga suas contas em dia. Então o primeiro passo foi renegociar todas as dívidas com os credores que a gente assumiu. Pegar tudo o que o Flamengo devia, colocar em um plano de longo prazo e encaixar aquilo dentro de um fluxo de caixa. Mas esse fluxo de caixa logicamente é projetado, precisa de novas receitas para pagar essas dívidas. No momento em que você começa a gerar essas receitas para ir pagando essas dívidas, começa a ver que está pagando valores que não deveria estar mais pagando, já que gerei novas receitas para pagar. Pego uma dívida que tem uma taxa de X% por uma dívida menor para aquele mesmo montante, mas só consigo ter essa sobra se tenho menos despesa ou mantenho a despesa equilibrada. O Flamengo só conseguiu pegar dinheiro na frente porque sobrou caixa na frente.

Essa não era uma prática bastante criticada em gestões anteriores de adiantar verbas fora do prazo do mandato?

Não, é completamente diferente. Adiantar receita para aumentar a despesa é uma coisa, para quitar dívidas com um custo mais barato é totalmente diferente. O que foi feito em administrações anteriores era adiantar receita para comprar um atleta, para fazer a compra do Romário, para aumentar a despesa. O que a gente fez foi pegar receitas para matar dívidas, ou seja, menos juros. Faz todo sentido você pegar um financiamento em um banco X para cobrir uma dívida no banco Y se o banco X te dá uma taxa melhor. É diferente de pegar e não cobrir a dívida. É igual ao camarada que tem uma dívida no cartão de crédito. Aí o cara renegocia, e em vez de pagar a dívida vai comprar um produto parcelado. Isso que era feito, se pegava empréstimo não para pagar dívida, mas para se endividar mais. O que a gente ofereceu como garantia foi justamente não se endividar mais, os números estão aí. O cara que te empresa quer saber se vai conseguir pagar. É a pergunta que todo mundo faz. Vai usar esse dinheiro para quê? Para pagar a minha dívida. No momento que pago a minha dívida, sobra mais dinheiro para te pagar. O cara empresta. Agora, se pega e fala o seguinte: vou comprar o Vágner Love, o Ronaldinho Gaúcho, mas vou vender 50 milhões de camisas e te dou esse negócio. Isso que era feito. Pegava dinheiro para investir numa despesa com potencial de receita que você não sabia qual era. Isso que gerou os R$ 750 milhões. Aí para de pagar imposto, essas coisas todas, vai gerando essa bola de neve. Ainda vejo isso no futebol, mas acho que o Flamengo não tem mais espaço para isso e não vamos deixar isso acontecer. Essa troca de uma dívida por outra, todo mundo faz isso em todos os lugares do mundo, só quem não quer entender o que isso representa fica jogando com essas palavras.

É possível prever dívida zero?

A gente não busca isso, não busco dívida zero. Porque a dívida zero traria a necessidade de pagar todas as dívidas, teríamos de adiar muito esse objetivo de fortalecer o time, investir na base. O Flamengo hoje com uma receita de R$ 400 milhões por ano e uma dívida entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões alongada no tempo é absolutamente administrável com um lucro absurdo. Teria uma estabilidade muito grande. Não preciso necessariamente acabar com todas as dívidas, porque em um horizonte com R$ 400 milhões, R$ 500 milhões de receita, que a gente almeja daqui a algum tempo, não precisa de dívida zero, pode ser administrado com uma dívida controlada. O que você precisa? Previsibilidade. É a regra do jogo. Uma dívida que você saiba o que ela é e que esteja negociada, não que venha de uma hora para outra R$ 150 milhões de uma penhora. Isso aí acaba, isso sempre matou o Flamengo.

Em quanto tempo dá para atingir esse cenário ideal?

Acho que em seis anos. O nosso objetivo é chegar a uma receita de meio bilhão em 2017, 2018, e estar com uma dívida estabilizada na casa de R$ 200 milhões, o que é totalmente administrável ter uma receita de duas vezes e meia a sua dívida.

O clube projeta um lucro de R$ 105 milhões para 2015. Qual a principal diferença em relação a 2014, onde o lucro foi de R$ 64 milhões?

A principal diferença é um potencial de sócio-torcedor que a gente vê para o segundo semestre. A gente entende que isso possa fazer diferença. E também projeta alguma venda de atleta a mais do que foi no ano anterior. A gente tem algumas negociações em andamento, mas hoje não existe nada efetivado. Nossa esperança de aumento sempre é o sócio-torcedor e voltar a chegar numa final como aconteceu nos anos passado e retrasado, e o time também permitir que a gente jogue um pouco fora. Hoje em dia, jogar fora do Rio é essencial para o Flamengo. A diferença é muito grande.
Os jogos com o mando do Flamengo...

Isso acaba ficando sempre muito pesado, porque descobriram nossa fórmula e estão levando os jogos do Flamengo para fora e se apropriando da nossa... Por exemplo: o Santos leva o jogo contra o Flamengo para o Nordeste, aí se apropria da nossa torcida para vender o jogo para lá.

E o mandante fica com 100% da renda. É o melhor modelo para o Flamengo?

Não sei se esse é o melhor modelo. A gente é a maior torcida em todos os lugares. Com exceção de São Paulo e alguns outros lugares, a gente tem a maior torcida. Não sei se esse modelo é o ideal para a gente. Mas é um combinado que não sai caro.

O Flamengo ainda não recebeu o dinheiro da venda do Hernane. Por que o valor consta no balanço?

Lógico que o Flamengo tem um crédito, e isso está registrado no balanço. São as regras contábeis. A questão da negociação está sendo capitaneada pelo futebol em conjunto com o departamento jurídico, que questiona o financeiro sobre as condições. E o nosso ponto é muito claro: qualquer negociação que venha a ser feita necessita de garantia bancária para a segunda parcela. O Flamengo não vai aceitar tirar a ação na Fifa contra o clube (Al Nassr), e vamos ganhar. Por isso o clube veio tentar negociar, mas qualquer negociação pressupõe uma garantia bancária de um banco internacional para as próximas parcelas. Isso ainda não está acordado, e o Flamengo não vai aceitar nenhuma negociação que não tenha essa condicionante.

Como o senhor avalia o desempenho do programa de sócio-torcedor?

O Flamengo precisa reinventar o programa sócio-torcedor e está trabalhando nisso. Criando um pacote novo de benefícios, estimulando os jogos fora. Agora, grande salto do sócio-torcedor, algo onde o Flamengo possa potencializar 100 mil, 150 mil, é quando tiver o estádio. Porque aí você ter um programa de venda de cadeira perpétua, carnê, colocar nome na cadeira, trabalhar aquele complexo. O cara tem desconto em todas as lojas dali... Você consegue ativar o sócio-torcedor: essa é a sua casa. E o cara paga por esse conforto. Uns pagam mais, ou menos, mas pagam. Mas, mesmo sem isso, acho que o Flamengo já deveria ter 80 mil sócios-torcedores hoje, um número justo. E temos 54 mil. Precisa trabalhar uma política melhor de benefício para o sócio-torcedor hoje: desconto em posto de gasolina, em lojas, em outros estabelecimentos. É uma estratégia em que estamos trabalhando.

Vocês mais do que dobraram os gastos com direitos federativos adquiridos de 2013 para 2014. Houve uma mudança de mentalidade?

É uma mudança de mentalidade até determinado ponto, porque o mercado também te impõe algumas restrições. O Flamengo se apropriou de atletas como o Canteros, que tem possibilidade de um mercado 100% mais à frente, ou seja, fazer disso um negócio. No caso do Montillo, que estávamos tentando, seria uma compra de 100%. A possibilidade de vender um atleta de 33, 34 anos ao fim do contrato é muito pequena. A gente já encerrou as negociações e não está mais trabalhando com essa possibilidade. Pelo menos essa é a informação que tenho do futebol. A não ser que algo mude. Mas num caso como esse, tem que desprezar isso. Vamos supor que você pague R$ 1 milhão pelo atleta e que o salário dele seja de R$ 100 mil por mês durante três anos. Esse R$ 1 milhão tem que ser incorporado ao salário dele. Você não está pagando só R$ 100 mil a ele, mas também esse milhão dividido pelo número de meses. Não tem possibilidade de vender aquele atleta. Mas essa é uma situação. Qual a nossa intenção? É comprar 100% atletas entre 19 e 24 anos que tenham possibilidade de revenda ainda. Sem dúvida é uma mudança de mentalidade.

Em relação ao Marcelo Cirino, acha que ele será vendido antes de 2017?

É muito difícil imaginar qualquer coisa. A gente só torce para que a performance dele melhore cada vez mais. Mas é muito difícil prever. Acho que hoje tem uma mudança de mentalidade no Flamengo. Se a gente tiver a oportunidade, e o Flamengo avaliá-la como boa, o clube vai fazer negócio. Com esse ou qualquer outro atleta. É dessa forma que o mercado sobrevive. A gente não fecha a porta para nenhuma proposta. Agora, tem que ser feita uma avaliação do momento. Fazer isso às vésperas de uma final de campeonato não é uma coisa muito inteligente. Mas, se vier uma boa proposta, o Flamengo vai analisar. Posso te garantir: se for boa proposta, o Flamengo vai vender.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Flamengo é destaque em análise financeira de jornal americano sobre futebol brasileiro



O futebol brasileiro foi tema nesta quinta-feira do "The New York Times", maior jornal dos Estados Unidos. Mas não pela técnica que outrora encantava o mundo, e sim pelo caos financeiro que atravessam os clubes brasileiros. Nesse cenário, a administração do Flamengo foi apontada pela publicação norte-americana como exceção no país, sendo a única até o momento que anunciou seu balanço de 2014 comprovando que arrecadou o suficiente para pagar as dívidas e impostos devidos. "Os problemas dos clubes estão enraizados em anos de gestões temerárias", diz um trecho da reportagem.

Flamengo, The New York Times

Legenda: Flamengo é um dos poucos times brasileiros com motivo para comemorar. Deve ser o único capaz de pagar sua dívida e seus impostos.


O jornal destaca que a exportação de jogadores brasileiros está acontecendo cada vez mais cedo por questões de necessidade financeira, só que os destinos estão sendo para países fora dos holofotes do mundo. Além disso, citou que os clubes estão pegando empréstimos bancários com altas taxas de júros e que fizeram do governo seu maior credor, com bilhões de reais em impostos não pagos. A publicação também aborda a discussão sobre a Medida Provisória número 671, a MP do Futebol que trata das dívidas dos clubes.

A publicação traz ainda uma declaração de Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo e favorável à MP do futebol. À reportagem, o dirigente alega que para chegar ao cenário positivo atual, passou os primeiros anos de seu mandato equacionando as dívidas: precisou cortar despesas e sofreu com as consequência no campo.

- Mandamos Vágner Love, nosso melhor jogador, para o exterior, e não fizemos grandes contratações por dois anos. Comprometeu o nosso desempenho.

Com show de luz e jogo coletivo, Flamengo bate o São José e faz 1 a 0 nas quartas


Os 20 dias parados não fizeram nenhum mal ao time do Flamengo. Muito pelo contrário. Pelo visto serviram para recarregar a bateria do time rubro-negro. O repaginado ginásio do Tijuca Tênis Clube contou com uma iluminação toda nova, parecida com a que é usada no Maracanã, e os torcedores presentes viram o atual bicampeão do NBB derrotar o São José por 85 a 62 (47 a 33) com seis jogadores anotando dez ou mais pontos, nesta quinta-feira, e começou com a mão direita a série melhor de cinco válida pelas quartas de final da competição.

Com um duplo-duplo de 16 pontos e 13 rebotes, o ala-pivô Olivinha foi o principal destaque na vitória coletiva do time carioca. Benite, com 19, foi o cestinha do confronto. Marquinhos, com 11, Herrmann, Felício e Laprovittola, cada um com 10, também se destacaram. Pelo lado do São José, Jimmy Baxter foi o maior pontuador com 15 pontos.

As duas equipes voltam à quadra do ginásio do Tijuca no próximo sábado, às 18h. As partidas três e quatro estão marcadas para São José, dias 28 e 30 de abril, no interior paulista. Caso necessário, o quinto e decisivo confronto será novamente no Rio de Janeiro, ainda sem data e horário confirmados.

O jogo

Um primeiro período eletrizante, com as duas equipes chutando acima dos 50% e dois personagens marcantes. Do lado rubro-negro, o ala Marquinhos. Com duas bolas de três em três tentadas e 10 pontos anotados, o camisa 11 rubro-negro foi o principal responsável pela vitória parcial do Flamengo por 28 a 15. Do outro, o americano Jimmy Baxter. Além de anotar cinco pontos e dar muito trabalho para a defesa carioca, o  principal pontuador do São José bateu boca com o técnico José Neto durante mais da metade do quarto. 

Mesmo muito modificado - apenas Marquinhos não foi substituído dos titulares -, o Flamengo continuou sobrando no começo do segundo período. Com Gegê, Marcelinho, Herrmann e Cristiano Felício em quadra, o ritmo seguiu forte e a diferença que era de 13 subiu para 18. O São José ainda esboçou uma reação e diminuiu o prejuízo para 11 pontos, mas com boas atuações de Herrmann, Felício e Marcelinho, que juntos anotaram 16 dos 19 pontos do time carioca no quarto, o atual bicampeão do NBB foi para o intervalo vencendo por 14 de frente.

Até então zerado no jogo, o ala Laws acordou no terceiro quarto e anotou duas bolas de três seguidas. O azar do americano é que o Flamengo voltou ainda melhor. Principalmente Benite. Com cinco pontos do ala-armador, que ainda roubou uma bola que se transformou numa jogada de três pontos de Jerome Meyinsse, os donos da casa abriram 19 pontos a cinco minutos do fim do período. O time paulista até melhorou do meio para o fim do quarto, mas não impediu que o atual bicampeão fosse para os 10 minutos finais vencendo por um confortável diferença de 16 pontos.

Se a tarefa do São José já era complicada, ficou ainda pior quando Benite anotou mais dois pontos e aumentou a vantagem para 19 pontos e pouco mais de sete minutos para o fim. Quando Marcelinho acertou sua segunda bola de três a 4'40 do fim da partida e levou a diferença para 24 pontos pontos, o técnico Luiz Zanon acusou o golpe, pediu tempo e resolveu descansar quase todo seu time titular. Com a vitória nas mãos, o Flamengo só teve o trabalho de administrar o resultado.

Ficha da partida

Local: Tijuca Tênis Clube, Rio de Janeiro.
Fase: Jogo 1 - playoffs quartas de final.

Flamengo: Laprovittola (10), Benite (19), Marquinhos (11), Olivinha (16) e Meyinsse (3). Entraram: Herrmann (10), Marcelinho (6), Gegê (0), Felício (10) e Mingau (0). 
Técnico: José Neto.

São José: Valtinho (0), Laws (10), Baxter (15), Drudi (8) e Caio Torres (10). Entraram: Betinho (1), Dedé (8), Gustavo (6), Renan (2), João Pedro (2) Colimerio (0).
Técnico: Luiz Augusto Zanon.

Árbitros: Cristiano Jesus Maranho (1), Fabiano Huber (2) e Maria Claudia Comodaro Moraes (3)



Árbitro de Flamengo x corinthians no sub-17 relata que assessor da Ferj tentou fraudar súmula


Súmula Flamengo Sub-17
 
 
Mais uma polêmica envolvendo a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) surgiu nesta quinta-feira. Árbitro da vitória do Flamengo por 1 a 0 diante do Corinthians, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil Sub-17, Alexandre Vargas Tavares de Jesus relatou que um assessor da Federação, identificado como Mário Jorge, tentou fraudar a súmula da partida que garantiu o Rubro-Negro nas semifinais da competição. Segundo o relato, o assessor queria trocar o cartão amarelo recebido supostamente por seu filho, do Flamengo, e que fosse transferido para outro jogador, evitando uma possível suspensão.

"Antes de iniciar a partida, o assessor de arbitragem da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, identificado como senhor Mário Jorge, entrou no vestiário da arbitragem, sem que fosse convidado, imediatamente solicitei que se retirasse do recinto e ele assim o fez. Porém, após o término da partida, este mesmo senhor entrou novamente no vestiário da arbitragem, sem que fosse convidado e para a surpresa deste quarteto, solicitou que retirássemos a advertência dada para o atleta de número 6 do cr Flamengo, senhor Théo Maia Marques de Oliveira, e colocássemos para o atleta de número 5, senhor Rafael Santos de Sousa, alegando que o atleta advertido fosse seu filho e que estaria suspenso com o cartão recebido", relatou o árbitro, que prosseguiu:

"Convém destacar que todos os membros desse quarteto presenciaram tal atitude. Além de ter solicitado verbalmente, este assessor entregou um bilhete descrevendo o pedido para a troca de advertências. Informo que o bilhete está em meu poder e enviarei para as autoridades competentes para ser anexado a esta súmula".

O LANCE! entrou em contato com a procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que informou que já recebeu a súmula e vai analisá-la para definir os artigos e denunciar o assessor da Ferj.

O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, se espantou com o caso.

- Nunca tinha visto um negócio desse nesses anos todos de arbitragem. Apitei 20 anos e estou na comissão há tempo. Nunca vi isso. O pior é que teve até um bilhete. Ainda não falei com a Ferj por causa do feriado, mas acredito que, com a comprovação, o afastamento deva ser algo automático. Mas vamos deixar para o tribunal cuidar do caso - disse Corrêa.

Na mesma súmula, o árbitro ainda relatou que "após as expulsões relatadas, quando tudo já estava contornado, surgiu sem que eu soubesse de onde e como, um senhor negro usando uma camisa pólo branca com o emblema da equipe visitante, chegou em nossa direção e proferiu as seguintes palavras: você vai morrer aqui no sub-17. Vai morrer aqui! Filho da p***!".


Armero retorna da Colômbia e tem primeiro dia de trabalhos no Flamengo


Armero, Flamengo (Foto: Divulgação / Flamengo)Treze dias após ser apresentado pelo Flamengo, Armero iniciou os trabalhos no novo clube. Recém-contratado, o lateral-esquerdo voltou ao Rio de Janeiro na tarde desta quinta-feira, após resolver a mudança da Itália e passar uns dias em Cali, na Colômbia, e logo foi para o Ninho do Urubu. No CT rubro-negro, o jogador realizou exercícios na academia e correu em campo sob a orientação dos preparadores físicos Antonio Mello, Marcelo Martorelli e Daniel Félix, e do fisiologista Claudio Pavanelli. Enquanto a maioria do elenco ganhou folga até segunda-feira, após a classificação antecipada para a terceira fase da Copa do Brasil, o colombiano seguirá uma programação específica de treinos durante os próximos dias. Ele está nos planos de Vanderlei Luxemburgo para estreia no Brasileirão, dia 10 de maio, diante do São Paulo no Morumbi.

- Estou contente pelo meu primeiro dia. Conheci alguns companheiros, membros da comissão e médicos. Me receberam muito bem. É um time muito bom, que quer vencer, e estou muito feliz em poder encontrar todos em breve. Espero ajudar com meu futebol - disse Armero, que nestes primeiros dias de casa terá a companhia de quem não viajou para Pernambuco: Canteros, Cáceres e Samir, que recuperam a forma física após sofrerem lesões, além de Paulinho e Nixon, que seguem no departamento médico.

Contratado por empréstimo ao Udinese, da Itália, até o fim do ano, com opção de compra, Armero já tem a documentação regularizada. Como a janela de transferências para jogadores vindos do exterior se encerrou no último dia 16, o Flamengo teve que agilizar toda documentação, o que não será problema para primeira rodada da competição nacional. Apresentado oficialmente há duas semanas, o colombiano teve a brecha para resolver questões particulares, mas a informação da comissão técnica é de que trabalhou a parte física individualmente.

Pablo Armero entrou em campo apenas 13 vezes entre 2014 e 2015 pelos clubes que defendeu, o West Ham, da Inglaterra, e o Milan, mas a situação não preocupa os rubro-negros. Vanderlei Luxemburgo, com quem trabalhou no Palmeiras, elogia muito sua força física e aponta como facilitador para entrar em forma, além do fato do lateral estar em ação pela seleção de seu país, pela qual jogou no início de abril. À disposição do treinador, o colombiano disputará posição com Anderson Pico. Além dos dois, Thallyson e o jovem Jorge também são opções para o setor.

Senado instala Comissão Mista para debater a MP do Futebol


Otávio Leite relator de projeto da renegociação das dívidas (Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados)
 O Senado instalou na manhã desta quinta-feira a Comissão Mista para debater a Medida Provisória número 671, a MP do Futebol que trata das dívidas dos clubes, estimada em R$ 4 bilhões. O presidente será o senador Sérgio Petecão (PSD/AC), enquanto que o relator será o deputado federal Otávio Leite (PSDB/RJ). O deputado Andres Sanchez (PT/SP), ex-mandatário do Corinthians, será o vice-presidente, e o senador Zeze Perrella (PDT/MG), ex-presidente do Cruzeiro, o relator revisor. Além deles, a Comissão Mista será formada por 24 deputados federais (12 titulares e 12 suplentes) e 24 senadores (12 titulares e 12 suplentes). 

Otávio Leite, que é o autor da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE), aprovada em comissão especial que tratou do tema na Câmara, vai apresentar um parecer da matéria, que pode aprovar integralmente a MP assinada pela presidente Dilma Roussef, ou então, apresentar um texto substitutivo aprimorando o original com base no seu próprio ponto de vista e nas 181 emendas apresentadas pelos parlamentares. Na sequência, a matéria segue para aprovação na Câmara e posteriormente no Senado. A íntegra do texto tem que ser aprovada pelas duas Casas. A tendência é a de que o deputado dê a sua posição entre a última semana de maio e a primeira semana de junho.

- Esse é um tema sobre o qual qualquer brasileiro, do mais instruído ao menos informado, possui total legitimidade e conhecimento de causa: o futebol. Portanto, qualquer um está apto a palpitar. Logo, o desafio de construir um consenso no texto é muito grande. Vamos examinar item por item da MP, iremos recuperar o trabalho da Câmara, que durante um ano e meio elaborou uma proposta e, além disso, recolher das 181 emendas apresentadas as que aperfeiçoam o texto e ouvir a sociedade civil e os interessados. Por fim, o objetivo é apresentar um relatório mais consensual possível - afirmou o relator Otávio Leite.

Na próxima terça-feira (28), o deputado irá apresentar o plano de trabalho da comissão, que consistirá em ouvir os clubes das séries A, B, C e D, atletas e seus representantes, a academia e imprensa. Em seguida, serão realizadas algumas audiências públicas para aprofundar ainda mais o tema e, então, será apresentado o relatório.

A Medida Provisória é um procedimento normativo da Presidência da República sem a participação do Legislativo com aplicação imediata de lei a partir do momento que é publicada no Diário Oficial. A urgência e relevância do tema são apenas alguns dos pressupostos para a sua edição. A MP tem valor por 60 dias prorrogáveis por mais 60. Caso não seja aprovada pelo Congresso em até 45 dias, ela entra em regime de urgência, provocando o trancamento da pauta da Câmara e do Senado até a sua votação. De acordo com as normas do Congresso, se a presidência da Comissão Mista for da Câmara, a relatoria será do Senado e vice-versa. O rodízio é feito de acordo com a lista de comissões mistas para medidas provisórias apresentadas para a instalação.