Não interessa a idade nem a categoria: quando Flamengo e
Brasília se enfrentam dentro de uma quadra de basquete, a rivalidade fala mais
alto e o jogo ferve. Neste domingo,
pelas semifinais da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), não foi
diferente. Num clássico catimbado e disputado lance a lance do início ao fim, o
time rubro-negro derrotou a equipe do Distrito Federal por 61 a 52 (26 a 20) e
se classificou para a final da competição, nesta segunda-feira, às 21h, no ginásio Hélio Maurício,
na Gávea (RJ).
Douglas foi um dos grandes nomes do Flamengo em quadra (Foto: Marcello Pires)
Responsáveis por 30 dos 61 pontos do time carioca na
partida, Cristiano Felício, cestinha do confronto ao lado de Maxwell, do
Brasília, com 18 pontos, e Douglas, que anotou outros 12, foram os maiores
pontuadores dos donos da casa. Gegê, com nove pontos e sete assistências, e Chupeta,
que anotou sete pontos e 11 rebotes, também tiveram papéis importantes na
vitória rubro-negra.
- Nosso ponto forte hoje foi a rotação dos reservas. O Yago
entrou bem e suportou o jogo ofensivo do Ronald quando o Felício e o Douglas
estavam perdurados com quatro faltas. Tive que colocar ainda o Chupeta de 4 e as
mudanças táticas acabaram dando certo. Mas quando estiveram em quadra, mais uma
vez o Felício e o Douglas foram nossas referências. São duas realidades que já
jogam no time principal do Flamengo e, na minha opinião, são os dois melhores
pivôs da competição – afirmou o técnico Paulo Chupeta.
Do lado dos visitantes, além de Maxwell, o pivô Ronald, dono
de um duplo-duplo de 12 pontos e 15 rebotes, e Bruno, que contribuiu com nove
pontos, também se destacaram pela equipe do Distrito Federal.
Na outra semifinal, o Minas Tênis, dono da segunda melhor
campanha na fase de classificação, confirmou seu favoritismo e derrotou o
Pinheiros, de virada, por 58 a 51 (18 a 26). Rafael, com 15 pontos e oito
rebotes, Danilo, que anotou 12 pontos, e Leonardo, que contribuiu com outros 11,
foram os destaques da vitória mineira. Com Bruno Caboclo e Lucas Dias apagados,
Rodrigo Alves foi o maior pontuador do time paulista com 14 pontos.
Partida foi catimbada e repleta de rivalidade, assim como nos duelos na categoria adulta (Foto: Marcello Pires)
O JOGO
Únicos times campeões do NBB, Flamengo e Brasília também
queriam fazer história na LDB. O time do Distrito Federal entrou mais ligado na
semifinal e rapidamente abriu 4 a 0. Mas o Flamengo tinha Douglas e Cristiano
Felício. Com um jogo físico muito forte, os pivôs rubro-negros anotaram todos
os 14 pontos da vitória dos donos da casa no primeiro período por 14 a 10. De quebra, os “gigantes”
rubro-negros pegaram oito dos 12 rebotes anotados pelo time carioca.
O Flamengo voltou ainda melhor no segundo período. Com uma corrida
de 8 a 0, os donos da casa abriram 22 a 10 e obrigaram o técnico Ronaldo
Pacheco a parar o jogo. O pedido de tempo surtiu efeito, principalmente depois que
Cristiano Felício cometeu sua segunda falta e foi para o banco. Sem sua
referência dentro do garrafão, o Flamengo perdeu sua força nos rebotes e permitiu
que Brasília diminuísse a diferença para apenas cinco pontos (22 a 17).
Foi a vez de Paulo Chupeta pedir tempo. A parada do
treinador rubro-negro também funcionou, e sua equipe retomou o domínio do jogo.
Num piscar de olhos, a diferença voltou a subir, desta vez para oitos pontos.
Chupeta só não esperava que Douglas também ficasse carregado
após cometer sua terceira falta. Com seus dois pivôs, responsáveis por 20 dos
26 pontos do Flamengo, pendurados, a vitória parcial por seis pontos no
primeiro tempo acabou sendo de bom tamanho.
Brasília já perdia para o Flamengo terminados os dois primeiros quartos de jogo (Foto: Marcello Pires)
Na volta do intervalo, mesmo sem Douglas, o Flamengo abriu
oito pontos logo no primeiro ataque e deu a impressão de que deslancharia no
marcador. Mas foi só impressão. Os donos da casa passaram a cometer um erro
atrás do outro, permitiram que Brasília fizesse uma corrida de 9 a 0 e virasse
o placar para 29 a 20 a seis minutos do fim do terceiro período.
Mas o Flamengo tinha a dupla do time principal Felício e
Gegê. Depois que Felício recolocou o time carioca em vantagem com uma jogada
típica de pivô, o armador rubro-negro acertou seu primeiro arremesso de três na
partida, e os donos da casa abriram quatro pontos de frente.
Brasília não se entregava e chegou ao empate por 39 a 39 a
menos de um minuto do fim, mas outra bola de três de Gegê devolveu a liderança
ao time carioca. Ronald ainda teve tempo de descontar para os visitantes com
dois lances livres convertidos, mas Cristiano Felício em uma jogada de cesta e
falta deu números finais ao terceiro período (45 a 41).
O Flamengo voltou para o último período com os pivôs Douglas
e Felício no banco de reservas pendurados com quatro faltas. A sorte do técnico
Paulo Chupeta é que Gegê tinha acordado de vez na partida, e foram dele os dois
primeiros pontos do time rubro-negro no último período.
Mesmo com o garrafão dos donos da casa enfraquecido,
Brasília não tirava proveito no jogo interno e viu a diferença aumentar para
oito pontos a sete minutos do fim. Foi a senha para Chupeta voltar à quadra
seus homens de referência. Primeiro Douglas, e no minuto seguinte Felício. Mas
após dois escorregões de jogadores do Brasília, o drama do dia anterior se
repetiu e a arbitragem decidiu interromper a partida. Desta vez, porém, a paralisação
durou pouco mais de dez minutos.
Quando o jogo recomeçou, Pantoja anotou seus dois primeiros
pontos e diminuiu o prejuízo para apenas quatro pontos. Mas a alegria de
Brasília durou pouco. Cristiano Felício acertou uma improvável bola de três e
freou a reação dos visitantes a pouco menos de dois minutos para o fim. Com a
vaga na final nas mãos, o Flamengo passou a gastar os 24 segundos de posse de
bola e só esperou o tempo passar para comemorar sua classificação.