No confronto entre os dois times mais embalados do Novo Basquete Brasil, o roteiro não podia ser diferente. Com trocas de liderança até os últimos momentos, Flamengo e Franca fizeram tremer a Arena da Barra na noite desta sexta-feira. Ao fim do duelo, alívio e festa para a torcida local. Com uma boa atuação defensiva e a habitual contribuição de Marcelinho no ataque, o Rubro-Negro se impôs em seu ginásio, bateu os paulistas por 78 a 70 e chegou à décima vitória seguida no campeonato. Os times agora estão juntos no topo da tabela, com 38 pontos cada.
Marcelinho anotou 26 pontos para comandar o ataque rubro-negro na noite desta sexta-feira, no Rio
A diferença a favor dos rubro-negros é que a equipe tem um jogo a menos que os rivais no alto da tabela. A derrota dos comandados de Hélio Rubens quebra uma sequência de oito triunfos no NBB, mas não tira o time da briga pelas primeiras posições.
- Nossa equipe estava inspirada na defesa, foi uma vitória importante. É a nossa décima seguida no campeonato e nos dá ainda mais moral para seguir trabalhando – festejou Marcelinho, em entrevista ao SporTV. No domingo, o rival será o Palmeiras/Araraquara.
Vitor Benite foi o cestinha de Franca no jogo
O ala fez 26 pontos e foi o cestinha do time da casa, seguido por Guilherme Teichmann (15) e Duda (12). Pelo lado francano, o maior pontuador foi Vitor Benite, com 19, seguido pelos 15 de Harper Williams. O armador Helinho ficou limitado a seis pontos, mas gostou do rendimento no segundo tempo:
- A gente vinha de oito vitórias seguidas. No segundo tempo conseguimos fazer o jogo da forma que queríamos, organizando a equipe. O Flamengo é uma grande equipe, não é à toa que está disputando os primeiros lugares, com a gente, com Brasília, com Minas – explicou Helinho.
O Flamengo logo abriu 4 a 0 e mostrou seu cartão de visitas à pequena torcida que ocupava as arquibancadas da Arena. Marcelinho não conseguiu calibrar a pontaria no início da partida – acertou apenas um dos seus quatro primeiros chutes de longe – e o jeito foi direcionar o jogo para dentro do garrafão. Quem apareceu, portanto, foi o pivô Wagner, com oito pontos e ótimo aproveitamento embaixo da cesta.
Pelo lado de Franca, quem começou empolgado foi o armador americano Tony Stockman. Após duas cestas seguidas, ele ganhou confiança e chegou a dar um passe de costas num contra-ataque. Os visitantes só conseguiram virar o placar a dois minutos do fim do período, com uma cesta de Ricardo Probst. Os donos da casa, no entanto, responderam e fecharam a primeira parcial em 21 a 19.
Na volta para o segundo quarto, o Flamengo deslanchou com sete pontos seguidos, que só foram interrompidos quando Vitor Benite descontou para os francanos com um chute de três. Sob o comando de Teichmann, que chegou aos 11 pontos, a vantagem rubro-negra pulou para dez. Hélio Rubens pediu tempo e não economizou nos gritos. De nada adiantou.
A diferença no placar logo foi a 16, deixando Hélio Rubens ainda mais irritado. Com outra cesta de três de Benite, Franca chegou a cortar para oito, mas não evitou que o Rubro-Negro saísse para o intervalo vencendo por uma margem confortável de 41 a 32.
Hélio, do Fla (à esquerda), marcou 10 pontos, enquanto o xará Helinho, de Franca, fez apenas seis
No primeiro tempo, os veteranos do time paulista não mostraram muito serviço, com três pontos de Rogério e nenhum de Helinho. Na volta do intervalo, o panorama mudou. Cada um converteu uma cesta de três, e a vantagem do Fla caiu para dois pontos. Bem marcado por Márcio, Marcelinho não conseguia responder. Na terceira bomba de três de Rogério, o placar ficou empatado em 50. Marcelinho passou a se movimentar mais, acertou seus arremessos, chegou aos 23 pontos e ajudou seu time abrir sete na virada para o último quarto: 61 a 54.
O Flamengo voltou apático para o período final e viu Franca emplacar uma sequência de 8 a 0 para virar o jogo. O time da casa só acordou com outra bola de três de Marcelinho, mas Benite também estava com a mão quente e acertou seu quinto tiro de fora. A liderança trocava de mãos o tempo todo e deixava a torcida apreensiva. Os cariocas erravam seus chutes, mas pegavam um rebote ofensivo atrás do outro, ganhando novas chances de pontuar.
O Fla só conseguiu respirar um pouco quando abriu quatro pontos a do fim, graças a uma infiltração de Duda. Benite ainda teve a chance de cortar, mas errou um tiro de três da zona morta. Com os lances livres de Marcelinho, a torcida conseguiu, enfim, comemorar a vitória e a liderança do campeonato.