sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Cortesias e gratuidades são razão da polêmica nos ingressos de Flamengo x Goiás

Um aparente erro de cálculo na operação de ingressos para a segunda partida da semifinal da Copa do Brasil entre Flamengo e Goiás criou polêmica entre os rubro-negros. Inicialmente, a concessionária do Maracanã e o clube preferiram o silêncio sobre o tema. Na ata da Federação de Futebol do Rio (Ferj), o total de ingressos à venda foi de 54.030, carga esgotada, conforme anúncio oficial do Flamengo e confirmado no e-mail de serviço de jogo enviado pelo concessionária no dia 5 de novembro. O número de pagantes anunciado no telão do estádio, no dia do jogo, contudo, foi de 49.421. Onde teriam ido parar os 4.609 ingressos da diferença? A resposta: num misto de erros de conta e em um problema de comunicação.

O primeiro erro foi na divulgação do número total de ingressos à venda. Foram 54.430 à venda - 400 ingressos a mais do que inicialmente divulgado - mas não ficou claro que 3.504 desses bilhetes eram destinados à torcida do Goiás (e que muito poucos foram vendidos).  O segundo erro ocorreu na divulgação de cortesias, cativas e gratuidades. Segundo a ata oficial da Ferj, foram 10.381 ingressos desta natureza. O GLOBOESPORTE.COM, no entanto, apurou que foram 1.115 ingressos a mais - num total de 11.536.

Torcida do Goiás compareceu em pequeno número, mas um grande espaço foi inutilizado para o isolamento do grupo que foi feito com lonas e seguranças (Foto: Vicente Seda) 
Torcida do Goiás compareceu em pequeno número, mas um grande espaço foi inutilizado para o isolamento do grupo que foi feito com lonas e seguranças (Foto: Vicente Seda)


Ou seja - se o número total de ingressos foi 64.811 - o número de bilhetes à venda foi menor: 53.275. Com 3.504 bilhetes de Goiás - o total de entradas para a torcida do Flamengo caiu para 49.771. A diferença para o público pagante anunciado no telão, 49.421, corresponde a 350 ingressos que foram comprados pela internet mas cuja transação não foi confirmada pelas operadoras de cartão de crédito - ou seja, a venda não foi concretizada. Resta saber se a conta fecha - porque alguns bilhetes destinados para goianos foram vendidos. Mas até a tarde desta sexta-feira o borderô não havia sido publicado no site da CBF.

Por e-mail, a concessionária confirmou o motivo da diferença:

- A carga total de ingressos colocada à venda incluía ingressos reservados para a torcida do Goiás, que não foram adquiridos pelo clube e nem postos à venda para a torcida do Flamengo; ficando, portanto, indisponíveis. Além disso, foram emitidas gratuidades/cortesias em maior número do que inicialmente previsto na reunião da Ferj.

Concessionária vai apurar venda de bebida alcoólica durante partida


A concessionária avisou também que abrirá procedimento interno para apurar a venda ilegal de bebidas alcoólicas, denunciada pelo GLOBOESPORTE.COM, dentro do estádio:

- Foi aberto procedimento interno a respeito da denúncia de que uma pessoa, com trajes de vendedor credenciado, estaria vendendo bebida alcoólica no setor Norte. A empresa informa que não compactua com essa prática e vai tomar todas as medidas junto às áreas de segurança, credenciamento e bares visando a identificação e coibição de qualquer tentativa de comercialização de produtos ilegais nas dependências do estádio.

Sobre a questão de torcedores usarem as pilastras do anel externo como banheiro, no intervalo dos jogos, quando há filas nos mictórios, a concessionária afirmou

- O Maracanã tem 291 banheiros espalhados em todas as áreas do estádio. Centenas de seguranças e orientadores informam a localização e as equipes de limpeza trabalham incessantemente para mantê-los limpos antes, durante e depois das partidas. Contamos com a colaboração dos torcedores para que evitem tal atitude para a conservação e bom uso do estádio.

A empresa comentou ainda a questão de os bares não emitirem notas fiscais, fato que afeta a prestação de contas ao Flamengo, clube que pelo contrato com a concessionária tem direito a 25% dessa receita. A prestação de contas não satisfatória foi um dos fatores que dificultou a negociação entre as partes.

- Os bares do Maracanã não precisam emitir nota fiscal, por funcionarem apenas durante eventos esportivos. Em conformidade com o artigo 207, parágrafo único, do Regulamento do ICMS do Rio de Janeiro (Decreto nº 27427/2000), a empresa que opera os bares solicitou à Secretaria Estadual de Fazenda dispensa da emissão de documento fiscal junto com o requerimento de inscrição para funcionamento provisório nos jogos realizados no estádio. Este requerimento, segundo a legislação anteriormente citada, assegura o regular funcionamento das unidades.Essa operação é da concessionária do Maracanã.


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