domingo, 30 de janeiro de 2011

Presidente da Traffic admite negócio de risco ao bancar Ronaldinho no Fla

Uma das peças mais importantes na negociação envolvendo a volta de Ronaldinho Gaúcho ao Brasil, o presidente da Traffic, Júlio Mariz, revelou detalhes da contratação que agitou o mercado neste início de ano. Em entrevista ao jornal “O Globo”, ele reconheceu que trata-se de um investimento de risco para a empresa, principal parceira do Flamengo na operação. Segundo o executivo, a empresa assumiu 75% do negócio e precisa vender cerca de R$ 30 milhões de publicidade na camisa do Flamengo para começar a ter retorno.

Júlio Mariz também espera explorar a imagem de Ronaldinho Gaúcho em uma nova campanha de sócio-torcedor. A expectativa para o projeto é grande, com cerca de 200 mil associados e uma receita de R$ 20 milhões por ano.

- Nosso contrato é de risco, mesmo. Precisamos vender a publicidade na camisa por valores superiores a R$ 30 milhões líquidos para o Flamengo, para que comecemos a ganhar. Além disso, vamos criar e administrar um grande projeto de sócio-torcedor. Mas, naturalmente temos planos de aumentar cada vez mais a parceira, que pode ser lucrativa para as duas partes. Na verdade, desde o início do ano conversávamos com o Hélio Ferraz (vice-presidente geral rubro-negro), sobre estádio e Centro de Treinamento. Em outubro, surgiu o projeto Ronaldinho. Originalmente, era para cada um bancar 50%. No final, assumimos 75% do negócio - disse.

Júlio Mariz garantiu que o Flamengo não cedeu qualquer participação em direitos de jogadores da base. Mas o executivo reforçou que tratava-se de um grande investimento e, por isso, precisava pensar em como teria o retorno financeiro. A família do jogador gostaria que ele voltasse para o Grêmio, clube que o revelou. Mas o craque tinha a preferência pelo time carioca e queria morar no Rio de Janeiro. E o Palmeiras também conversava com Assis, irmão e empresário do craque.

- Na verdade, o Palmeiras nunca teve chance. A família queria que o Ronaldinho fosse para o Sul. Que voltasse para o Grêmio. Mas ele preferia o Flamengo e o Rio. E, com a nossa participação, o Assis acabou concordando com ele. No Brasil, só dois clubes têm capacidade para uma operação tão grande: Flamengo e Corinthians.Acreditamos que até o final do ano já teremos fechado pelo menos três ou quatro bons contratos de publicidade para ele. E a sua presença valoriza - e muito - todas as propriedades do Flamengo. O patrocínio master no uniforme, antes dele, estava avaliado em R$ 20 milhões. Agora, é coisa pra uns R$ 35 milhões. Essa é a nossa meta.

O executivo só teve a certeza de que Ronaldinho Gaúcho e Assis decidiriam pelo Flamengo depois de uma reunião no Copacabana Palace, pouco depois da entrevista coletiva para anunciar o acordo com o Milan.

- Foi o Flamengo quem primeiro fez contato com o Ronaldinho e, depois, nos procurou. Na primeira reunião com o Assis, ele me disse que, se entrássemos (garatindo a maior parte dos salários), o Ronaldinho viria. A partir daí, comecei a acreditar que teríamos sucesso. Mas só tivemos certeza mesmo após uma reunião no Copacabana Palace, onde alugamos uma suíte e, pela primeira vez, o próprio Ronaldinho compacereu e a Patrícia Amorim o convenceu de vez que o Flamengo seria a melhor opção.

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