sábado, 13 de dezembro de 2008

Parcerias da Traffic podem gerar confusões em breve

A festejada parceria celebrada com a Traffic poderá trazer, em breve, problemas para o Botafogo, de acordo com o artigo nº 27-A da Lei 9.615 (Pelé). Pelo documento, uma empresa não pode gerir direta ou indiretamente mais de uma entidade esportiva. Nesse caso, a Traffic, que já é parceira do Palmeiras, estaria impedida de firmar qualquer tipo de vínculo com outro clube brasileiro.


Foto: J. Hawilla presidente da Traffic

Resumidamente, as novas parcerias poderiam acarretar às agremiações envolvidas eliminações ou suspensões de competições, até a polêmica ser decidida na Justiça.

- Isso é uma fraude e o artigo da Lei Pelé é bem específico - disse o auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e especialista em Direito Esportivo, Marcílio Krieger.

- Um clube que se sentir prejudicado poderá entrar no tribunal contra Botafogo, Palmeiras e Fluminense (se for ratificado o acordo), além de ir à Justiça Comum, contra a Traffic - emendou.

Mas Krieger acredita que o STJD (apesar de ser a instância ideal para resolver o assunto, por envolver clubes de estados diferentes) se considerará incompetente para julgar a causa, porque a Traffic não é uma entidade esportiva. Já na Justiça Comum, a Traffic será o alvo da ação, e os clubes, por estarem na parceria, também sofrerão sanções e poderão ser suspensos das disputas e perder os pontos, até o fim do processo.

- Eles vão procurar mecanismos para burlar a lei. Há um sentimento grande de impunidade. Fazem isso por saber que vale a pena arrisca - frisou Krieger.

Um dos criadores do Estatuto do Torcedor e colunista do LANCE!, José Luiz Portella concordou com as observações de Krieger. Ele ressaltou, ainda, que apesar de a regulamentação não prever sanções para esse tipo de manobra, a Lei Pelé veda esse tipo de situação.

De acordo com o vice-presidente de finanças do Botafogo, Cláudio Good, não há irregularidade na transação realizada com a Traffic.

- Sabemos o que diz a Lei Pelé. Mas a Traffic prestará um serviço de consultoria. Ela não vai interferir nem direta, nem indiretamente. Quem lidera o fundo de investimentos é a MFD, que atua somente no Botafogo - defendeu-se Good.

Procurada, a Traffic não se manifeastou sobre o assunto


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