domingo, 7 de junho de 2015

Voltou o amor: torcida cumpre pacto de apoio e é intensa contra a Chape


Após protestos, torcida do Fla vibra com vitória e mostra apoio ao time (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
"Acabou o amor, isso aqui vai virar o inferno" é um grito - corriqueiro em tempos de crise - que causa arrepios nos times do Flamengo e até mesmo na torcida. No sábado, antes, durante e depois da vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense, o amor voltou com muita intensidade. Para padrões rubro-negros, a presença de público não chamou atenção (20.156 pessoas foram ao Maracanã), mas a trégua acordada, em um papo entre líderes de organizadas e o diretor executivo Rodrigo Caetano, ocorrido dentro do Ninho do Urubu, foi respeitada. Além da ida ao CT, facções já haviam pressionado o elenco no aeroporto em dois desembarques neste Brasileiro, após derrotas para Avaí e Cruzeiro.

O movimento no entorno do Maraca já era grande a partir das 17h, momento no qual Barcelona e Juventus decidiam a Liga dos Campeões e concentravam olhares de todo o mundo para si. Determinados a apoiar o Flamengo, os rubro-negros não deram de ombros apenas para a final da Champions. No momento da execução do Hino Nacional Brasileiro, abafaram o "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas" gritando "Uma vez Flamengo, sempre Flamengo".

Nos últimos três jogos do Flamengo no Maracanã, contra Sport, Fluminense e Náutico, o time foi vaiado no primeiro tempo. Diante do Flu, um alvo especial: Pará, que cometeu pênalti e fez gol contra. No embate com o Alvirrubro, Paulinho, abusando dos dribles improdutivos, também escutou poucas e boas. Impacientes, os flamenguistas esperaram até o intervalo para fazer um mínimo protesto. Mas os aplausos foram mais altos. Na volta para a etapa final, novas palmas e palavras de incentivo.

Rodrigo Caetano, com passagens por Vasco e Fluminense, tratou de exaltar a participação dos rubro-negros durante os 90 minutos. O próprio se portou como um autêntico torcedor no local onde assistiu o jogo, acima da Tribuna de Honra. Por mais ponderado que se mostre em suas entrevistas, xingou, pulou, andou de um lado para o outro e comemorou muito o gol de Gabriel.

- O Flamengo ainda não tinha vencido, mas mostraram sua força não só com a presença, mas desde o início eu sei que fizeram pacto para não vaiar a equipe em momento nenhum. Em alguns momentos, apupos se iniciavam, mas a maior parte dos apupos sucumbiram diante dos aplausos. Os atletas estão de parabéns, sim, pela superação, pelo pouco tempo de treinamento que Cristóvão teve. Mas, se tem alguém mais vencedor dessa noite, é o torcedor do Flamengo, que entendeu o seguinte: nós podemos contratar esses nomes todos, pode vir o Guerrero, mas a maior contratação que o Flamengo tem é seu torcedor, não resta a menor dúvida. Eu posso dizer isso, porque eu já fui adversário durante um tempo e agora estou desse lado de cá. Então, nenhuma contratação que eu fizer vai ser melhor do que torcedor do Flamengo apoiando - elogiou.

Assumidamente "marrenta", a torcida rubro-negra, que cantou praticamente durante todos os 90 minutos, tratou de elogiar a si mesma após o apito final, soltando o tradicional "Ôoo, que torcida é essa?". Cristóvão Borges garante saber que torcida é essa, pois, a exemplo de Caetano, a conhece desde os tempos de adversário. Para o treinador, explorar o potencial dessa massa é obrigação na busca por uma arrancada no Brasileirão 2015.

- Fundamental e decisiva sempre. Nós sabemos disso, e os adversários também. Temos que fazer isso valer. Flamengo é briga, luta, vitórias e títulos. Precisávamos de uma vitória. Pedimos, convocamos, e eles vieram. Jogaram juntos e ficamos todos felizes - celebrou o comandante.

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