As cenas verificadas na volta de Ronaldinho Gaúcho ao Brasil não vão
se repetir com Robinho. Uma parte é comum. O vice do clube italiano
Adriano Galliani veio ao Brasil para negociar com os clubes interessados
e se focou no Flamengo. O fim da história poderá ser o mesmo, com
Robinho vestindo a camisa 10 do Rubro-Negro. Mas aquele leilão
protagonizado por Assis, irmão e agente do Gaúcho, que fez Palmeiras e
Grêmio acreditarem que tinham um acordo fechado enquanto ele pegava as
propostas desses clubes para conseguir mais com o Flamengo, não deve se
repetir.
O Santos decidiu que não entrará numa disputa com outros clubes pelo
jogador. Vai fazer sua negociação, mas só haverá acordo se os valores
baixarem bastante.
Robinho exige R$ 1,1 milhão por mês isentos de Imposto de Renda.
Incluindo o IR e os encargos de um salário desse nível, isso significa
R$ 1,8 milhão por mês de custo, 13 meses por ano, ou cerca de R$ 70
milhões por três anos. Mais os 10 milhões de euros (R$ 27 milhões)
pedidos pelo Milan, o valor alcança R$ 97 milhões. Esse valor está
completamente fora do que o Santos pretende pagar. Isso corresponderia a
um sexto do orçamento anual do clube.
Por menos, o clube conseguiria contratar o argentino Montillo, do
Cruzeiro. E, afora o fato de Robinho já chegar como um ídolo dos
santistas, os dois não são vistos como muito diferentes na missão de
tirar de Neymar a responsabilidade de carregar o time nas costas.
Embora considere a passagem de Robinho um sucesso dentro e fora de
campo – conseguiu atender tanto às demandas da equipe quanto as dos
patrocinadores que lhe bancavam o salário – os diretores agora veem o
jogador de outro modo: fora da Seleção Brasileira e sem uma Copa do
Mundo no curto prazo, Robinho seria muito menos interessante a empresas
interessadas em patrociná-lo. Logo seu salário não pode ser o mesmo.
Se o Flamengo, como seus dirigentes anunciaram, já encontraram
investidores para o atacante do Milan, parece ser o destino mais
provável do jogador. Se é que vai conseguir sair do Milan.
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