Depois dos R$ 6,2 milhões já recebidos e dos R$ 51,5 milhões
previstos para janeiro, o Flamengo não receberá mais nada da Adidas até
maio de 2014. às vésperas da Copa do Mundo. É isso que determina o
contrato com a fabricante de material esportivo, depois que o clube
carioca antecipou todo o dinheiro relativo a 2013.
Segundo o contrato, a Adidas paga ao Flamengo divide o valor de cada
ano em duas prestações semestrais. A primeira seria paga em maio de 2013
e a segunda em novembro, mas ambas foram adiantadas para janeiro.
De 2013 a 2017, são R$ 20,5 milhões anuais incluindo patrocínio de R$
12,5 milhões e garantia mínima de royalties de R$ 8 milhões. A partir
de 2018, o valor do patrocínio subirá para R$ 17,5 milhões anuais. A
partir de 2014, o valor do contrato será corrigido moneariamente, pelo
valor do IPC-Fipe, que registrou 5,2% ao ano no quinquênio 2007-2011. Se
o clube atingir metas de desempenho, poderá ter um acréscimo de 5% ou
10% para esse valor. Mas, para atingir a meta máxima, o Flamengo precisa
vencer uma Libertadores e dois Brasileiros até 2017. Ou seja precisa
reeditar a era Zico.
Não há correção para a garantia mínima de roylaties, porque está
previsto o aumento do percentual do clube sobre cada peça, do mínimo de
10% para até 14% se o volume de vendas atingir determinadas metas.
A antecipação de receitas não foi uma mera opção dos dirigentes do clube, mas às dificuldades financeiras que estão enfrentando.
Dos mais de R$ 100 milhões que o clube teria a receber da Globo pelos
direitos do Brasileiros, R$ 87 milhões estão comprometidos. R$ 27
milhões foram antecipados pela presidente Patricia Amorim para tentar
colocar os salários em dia e R$ 60 milhões estão sendo bloqueados em
função da ação que o consórcio Plaza move contra o clube em razão de uma
desastrada operação montada pelo então presidente Kléber Leite
(1995-98) para construir um shopping center na sede do clube. Leite
confiou que conseguiria alterar uma lei municipal que proíbe qualquer
uso do terreno da sede do clube para fins não esportivos, uma vez que
seu dono é o Município do Rio de Janeiro, que deu uma concessão ao
clube. Confiou tanto que fez o contrato em 1996, pegou o dinheiro da
construtora (R$ 6 milhões) e o gastou. Mas a as regras da concessão não
foram mudadas – se o fossem poderia haver uma enxurrada de pedidos
semelhantes. Depois, o shopping não saiu e agora o clube precisa
devolvê-lo. A dívida chegou a R$ 65 milhões, dos quais já foram
penhorados o valor equivalente a R$ 4 milhões.
Com o adiantamento, o clube ganha tempo para fechar um novo
patrocinador máster. O Flamengo, como São Paulo, Corinthians e Santos,
deve apostar na valorização do espaço, mesmo que isso implique alguma
demora para encontrar um parceiro. Ao contrário, dos dois primeiros
rivais, não possui uma boa situação de caixa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário