A Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE), a ser votada na Câmara dos Deputados, ainda está longe de ser um
consenso entre dirigentes de clubes e o Bom Senso FC. Nesta
quarta-feira, representantes do grupo que reivindica direitos para os jogadores se
encontraram com o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e o secretário nacional
de Futebol, Toninho Nascimento. Nenhum atleta esteve presente. Representantes
dos clubes também foram convidados, mas não compareceram.
O
Bom Senso entregou suas propostas de mudanças do texto e defende que os
clubes só possam antecipar até 30% das receitas de televisionamento e
que esse valor seja exclusivamente para gastos em estrutura física; e
que a CBF se enquadre no artigo 18-A da Lei Pelé, que, entre outras
coisas, impede o recebimento de recursos públicos do governo federal
caso o presidente fique mais de quatro anos no cargo (há liberdade para
uma reeleição). Os dirigentes querem que as receitas também possam ser
usadas em onerosos passivos (dívidas) e que a CBF não se enquadre no
18-A.
Mas as principais divergências são outras: o teto para gastos com futebol e a data de início da aplicação de punições por falta de pagamento de salários ou de inadimplência na quitação das dívidas. O Bom Senso defende que o departamento de futebol receba no máximo 70% das receitas do clube - algo rejeitado por eles. E o órgão deseja que as penas comecem a ser aplicadas assim que a lei for aprovada, enquanto os dirigentes tentam passar o período para 2019. A punição engloba até rebaixamento, mas foi acertado um escalonamento: primeiro uma advertência, depois uma publicação oficial, até a pena propriamente dita. A ideia é que os clubes tenham tempo para se adaptar.
Ainda restam pendências em detalhes na composição do comitê que fiscalizará as agremiações que aderirem ao plano. Os clubes também são contrários à participação de atletas na administração de entidades esportivas.
O sentimento no Bom Senso é de que houve um retrocesso. A entidade pretende procurar os clubes nos próximos dias para entender o que causou o recuo em acordos prévios. Há margem para negociações, mas o momento é de instabilidade.
- O ministério recebeu também uma proposta dos clubes, com algumas divergências, coisas que para nós já eram consenso. Deu uma estremecida na relação entre o Bom Senso e os clubes - diz Enrico Abrogini, executivo do Bom Senso, presente na reunião desta quarta.
Mas as principais divergências são outras: o teto para gastos com futebol e a data de início da aplicação de punições por falta de pagamento de salários ou de inadimplência na quitação das dívidas. O Bom Senso defende que o departamento de futebol receba no máximo 70% das receitas do clube - algo rejeitado por eles. E o órgão deseja que as penas comecem a ser aplicadas assim que a lei for aprovada, enquanto os dirigentes tentam passar o período para 2019. A punição engloba até rebaixamento, mas foi acertado um escalonamento: primeiro uma advertência, depois uma publicação oficial, até a pena propriamente dita. A ideia é que os clubes tenham tempo para se adaptar.
Ainda restam pendências em detalhes na composição do comitê que fiscalizará as agremiações que aderirem ao plano. Os clubes também são contrários à participação de atletas na administração de entidades esportivas.
O sentimento no Bom Senso é de que houve um retrocesso. A entidade pretende procurar os clubes nos próximos dias para entender o que causou o recuo em acordos prévios. Há margem para negociações, mas o momento é de instabilidade.
- O ministério recebeu também uma proposta dos clubes, com algumas divergências, coisas que para nós já eram consenso. Deu uma estremecida na relação entre o Bom Senso e os clubes - diz Enrico Abrogini, executivo do Bom Senso, presente na reunião desta quarta.
Apesar das discordâncias, o presidente
do Coritiba e representante dos clubes, Vilson de Andrade, acredita que o
diálogo para um acordo com os atletas está adiantado.
- Não há nenhum desgaste, nenhum desconforto. Há
divergências, como em qualquer discussão, qualquer diálogo. Temos conversado
bastante, eles (Bom Senso) têm a posição deles, e não houve rompimento das
conversas. Já mandamos nossas propostas há algumas semanas. Não houve mudança
em hora nenhuma. Entendemos que o limite de gastos com o futebol é ruim. Há
clubes que só têm o futebol como esporte. Também queremos um período de
adequação para a lei. Mas estamos dialogando - afirma o dirigente.
Ministério dos Esportes crê em consenso
O período de adaptação para a LRFE está previsto no texto
aprovado na comissão da Câmara. Dirigentes, Bom Senso e o governo se reuniram
várias vezes nos últimos meses para tentar entrar em acordo. O secretário
nacional de Futebol do Ministério dos Esportes, Toninho Nascimento, vê evolução
na relação entre as partes.
- Clubes e Bom Senso têm interpretações diferentes nesses
pontos, mas estamos em fim de negociação. Participei intensamente de todo o
processo. Se antes eles tinham 70% de divergência, digo seguramente que hoje
temos 20% - garantiu o secretário.
O próximo encontro deve ocorrer sob a aba da Casa Civil. O ministério confia que a votação ocorrerá já em novembro.
O próximo encontro deve ocorrer sob a aba da Casa Civil. O ministério confia que a votação ocorrerá já em novembro.
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