Desde que foi anunciado pelo Flamengo no dia 11 de janeiro, Ronaldinho Gaúcho frequentou constantemente o imaginário dos rubro-negros. Não só pelas jogadas de efeito, que já provou ao longo da carreira ser capaz de fazer. Os torcedores estavam curiosos para saber como o técnico Vanderlei Luxemburgo iria montar um time com Ronaldinho e Thiago Neves.
O mistério começou a ser desfeito nesta quarta-feira, na estreia do craque, na vitória do Flamengo por 1 a 0 sobre o Nova Iguaçu, no Engenhão. Luxemburgo escalou quatro meias de origem, mas os distribuiu bem em campo. Com Renato fazendo a ala esquerda, Ronaldinho, Vander e Thiago Neves tiveram liberdade para se movimentar no setor ofensivo, com Deivid fixo na área.
No início do jogo, diferentemente de suas últimas temporadas no Milan, Ronaldinho começou mais centralizado. Thiago Neves caiu pela direita, enquanto Vander abriu pela esquerda. Bastante participativo, o camisa 10 tentou várias jogadas pela intermediária e arriscou alguns passes em profundidade. No entanto, na maioria das vezes, esbarrou na forte marcação do Nova Iguaçu.
Sem marcar posição, Ronaldinho se movimentou muito e, após a primeira parada técnica, passou a cair mais pela esquerda, invertendo com Vander. Um pouco isolado na direita, Thiago Neves só apareceu na primeira etapa quando Léo Moura se arriscou no ataque.
Para André Rocha, do blog Olho Tático, o esquema pode funcionar, mas ainda será necessário um maior entrosamento entre os jogadores do Flamengo.
- A dificuldade no esquema 4-2-3-1 é que os três meias precisam de uma maior movimentação e não apenas a troca de posição. Essa movimentação tem de acontecer também quando o time está com a bola. Os meias precisam trabalhar com os laterais e buscar mais o atacante. Isso precisa de uma certa sintonia, entrosamento, que eles ainda não tem. Mérito também do Nova Iguaçu, que fez uma marcação muito forte - analisou o blogueiro.
No segundo tempo, visivelmente mais cansado, Ronaldinho se fixou na esquerda e pouco apareceu nos primeiros 20 minutos, a não ser em algumas jogadas pelo setor com Renato, que passou a se aventurar mais no ataque. Vander recuou um pouco para dar mais liberdade a R10 e Thiago Neves, enquanto Willians e Léo Moura passaram a apoiar com mais frequência.
Segundo André Rocha, a primeira mudança tática aconteceu na volta do intervalo: Luxemburgo recuou Vander e deixou Thiago Neves e Ronaldinho mais soltos. No entanto, o time apresentou os mesmos problemas, fazendo o treinador perder a paciência com Deivid e promovendo duas mudanças.
Saíram Vander e Deivid, entraram Bottinelli e Wanderley. A presença do argentino deu novo ânimo ao Flamengo. Thiago Neves e Ronaldinho passaram a atuar quase como atacantes abertos, enquanto Bottinelli buscava as jogadas e distribuía o jogo, apesar de alguns erros de passe nos primeiros minutos.
- Apesar da maior movimentação, eles não conseguiram criar jogadas entre eles. Bottinelli entrou com muita vontade de mostrar futebol em pouco tempo e ficou um pouco afobado. Mas a mobilização da torcida era grande, o que acabou incentivado o time. E o Flamengo chegou à vitória na base da raça e vontade do Wanderley.
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