terça-feira, 23 de novembro de 2010

Conselho Fiscal cria comissão para investigar parceria entre Fla e CFZ

Em reunião extraordinária realizada na noite desta terça-feira, o Conselho Fiscal do Flamengo decidiu, por unanimidade, que vai investigar a parceria entre o Rubro-Negro e o CFZ, clube fundado por Zico. Os sete membros eleitos do conselho votaram a favor da criação de uma comissão de inquérito para analisar o contrato (já extinto), que vigorou durante cinco meses e virou o estopim da saída do Galinho do clube, então diretor-executivo de futebol, no início de outubro.

O segundo vice-presidente do Conselho Fiscal, Gonçalo Veronese, vai presidir a comissão, que tem 60 dias (prazo determinado pelo estatuto) para ouvir as partes e apresentar o relatório ao Conselho Deliberativo do clube. Zico provavelmente será convidado a comparecer para prestar esclarecimentos.

- Dois membros da comissão vão decidir quem será chamado e os documentos que serão analisados. As informações são protegidas por sigilo. As pessoas são convidadas a prestar esclarecimentos. Ele (Zico) sempre disse que queria esclarecer o que aconteceu. Talvez fosse o momento. Ele provavelmente será chamado – explicou Veronese.

Nesta segunda-feira, Zico foi procurado pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM e não descartou comparecer caso seja convocado. Entretanto, exige uma justificativa.

- Depende. Não tenho obrigação nenhuma de ir. Não fiz contrato pelo Flamengo, não assinei contrato nenhum. Sabia do que se tratava, mas não assinei nada. Se for convocado, tenho de saber o motivo. Uma coisa é ser convocado pela Justiça, outra coisa é pelo clube – afirmou, por telefone.

Zico decidiu deixar o comando do futebol do Flamengo por conta das acusações feitas pelo presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo. Ele levantou suspeitas de que o acordo assinado entre o Rubro-Negro e o CFZ (controlado pela empresa MFD), seria lesivo ao Fla. E que Arthur Júnior e Bruno, filhos do ídolo, teriam participação em contratações feitas pelo Flamengo.

Zico foi à Justiça e ingressou com uma ação no 4º Juizado Especial Criminal, no bairro do Leblon (Zona Sul do Rio), em seu nome e dos filhos. Ele acusou Leonardo Ribeiro de calúnia, difamação e injúria (artigos 138, 139 e 140, respectivamente, do Código Penal) e pediu explicações. O presidente do Conselho Fiscal teve de respondê-las e recuou. Entretanto, volta à carga internamente.

Capitão Léo foi o principal desafeto de Zico no tempo em que o ídolo foi diretor de futebol. Sem apresentar provas concretas, dizia que jogadores que eram do CFZ começaram a chegar às categorias de base do Flamengo, ganhando espaço dos atletas que pertenceriam ao Rubro-Negro. Os direitos desses jogadores seriam repartidos, 50% para o fundo de investimentos e 50% para o Fla, o que, segundo ele, causaria prejuízo ao clube no futuro.



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