quarta-feira, 7 de julho de 2010

De Mike Tyson a Edmundo, esportistas são caso de polícia

Edmundo, acidente em 1995

Edmundo(vasco), em 1995, com hematomas do acidente de carro que matou 3 pessoas

Bruno não é o primeiro jogador a deixar o noticiário esportivo para estampar as páginas policiais. O caso do goleiro do Flamengo, suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, é o primeiro de grande repercussão do Brasil no qual não se trata de crime culposo (sem a intenção de matar). No entanto, há outros episódios envolvendo mortes que geraram prisões, outros que terminaram com acordos financeiros e alguns que seguem protelados pela burocracia judiciária.

O primeiro episódio emblemático no mundo do esporte ocorreu na década de 60. O pugilista Rubin “Hurricane” Carter foi condenado à prisão perpétua após acusação de assassinato. Ele cumpriu 19 anos de pena até a comprovação de sua inocência, e o caso virou filme de Hollywood, estrelado por Denzel Washington.

O mundo do boxe, aliás, concentra casos graves, alguns deles protagonizados por Mike Tyson, que foi condenado a seis anos de prisão por estupro, mas cumpriu metade da pena. O pugilista porto-riquenho Esteban de Jesus foi condenado à prisão perpétua, em 1981, pelo assassinato de um garoto de 17 anos. Na prisão, tornou-se jogador de beisebol, pastor e contraiu o vírus da Aids. Ele morreu um mês depois de ser liberado pelo governo do país, em 1989.

hernande atacante

Hernande(vasco) foi condenado a seis anos de prisão por acidente de carro

No Brasil, alguns jogadores de futebol também se envolveram em casos que terminaram com mortos e um lugar no banco dos réus. Em 2 de dezembro de 1995, Edmundo envolveu-se num acidente automobilístico no Rio de Janeiro que terminou com três mortos. Condenado a quatro anos e meio de prisão em regime semiaberto, mas nunca cumpriu a pena, graças a recursos da sentença. No entanto, o ex-jogador de Vasco e Palmeiras, que na época atuava pelo Flamengo, precisou indenizar as famílias das vítimas.

O ex-atacante Hernande, revelado pelo Vasco, não contou com os mesmos benefícios da Justiça e passou seis anos na cadeia (os três últimos em regime semiaberto) pelo atropelamento que causou a morte de três pessoas, em 1994. Em 2002 o centroavante Guilherme também protagonizou um acidente de carro perto da cidade de Marília (SP), no qual duas pessoas morreram. O jogador, que então defendia o Corinthians, foi indiciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, pagou, no ano seguinte, R$ 350 mil de indenização aos familiares das vítimas.

Com muita habilidade para jogar futebol, mas sem nenhuma para escapar das páginas policiais, Valdiram teve três passagens pela cadeia. Antes de chegar ao Vasco, em 2006, o atacante foi preso em 2000 por agressão a uma namorada, em 2003 por tentativa de estupro e em 2004 acusado de esfaquear um homem para tentar estuprar sua namorada.

julgamento oj simpson

OJ Simpson no julgamento que lhe rendeu até 33 anos de prisão

Mas o caso de maior repercussão da mídia internacional foi protagonizado por OJ Simpson. Em 1994, o ex-jogador de futebol americano foi acusado de matar sua ex-mulher e um amigo. Após um julgamento que foi assistido por metade da população dos Estados Unidos pela televisão, ele foi absolvido no ano seguinte. Mas em 2008, Simpson foi condenado por roubo, sequestro, coerção e conspiração por um roubo a um hotel na cidade de Las Vegas. Atualmente ele cumpre pena de 33 anos de prisão, com possibilidade de liberdade condicional após nove anos.

No Brasil, outros jogadores de futebol também apareceram nas páginas policiais, ainda que protagonizando casos que ficaram restritos às delegacias. Em 2005, o jogador da seleção Felipe Melo foi acusado de ter esfaqueado duas pessoas durante uma briga num hotel do Rio de Janeiro. No entanto, o volante e os outros envolvidos não foram autuados. No ano passado, Robinho enfrentou a acusação de abuso sexual de uma jovem numa boate da Inglaterra, quando defendia o Manchester City. De acordo com a imprensa local, o atacante chegou a ser detido e, em seguida, liberado após pagar fiança. No entanto, o brasileiro negou. O centroavante Júnior, do Vitória, chegou a passar um dia na cadeia em maio de 2010 por suspeita de falsificação de passaporte.

Confira outros casos de esportistas no banco dos réus:

Nome Esporte Acusação Ano Sentença
Robert Rozier Futebol americano Assassinato 1986 Prisão perpétua
Warrington Phillip Críquete Assassinato 2006 Prisão perpétua
Sylvester Williams Basquete Sequestro 2001 5 anos de prisão (cumpriu 3)
Ugueth Urbina Beisebol Tentativa de assassinato 2005 14 anos de prisão
Patrick Kluivert Futebol Morte por direção perigosa 1997 240 horas de serviço comunitário
Nolberto Solano Futebol Estupro 2010 Preso e liberado após fiança
Eric Cantona Futebol Agressão 1995 14 dias de prisão (solto após 24 horas)

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