O dirigente admitiu o risco de perder o meia Everton, disse que está aguardando uma solução para trazer Vagner Love e comentou sobre a possibilidade de contratar o zagueiro Lima. Braz reconheceu que, por hora, o técnico Andrade terá que trabalhar com as peças que tem, mas que o clube irá tentar repor as peças perdidas.
- Torcedores podem ficar tranqüilos que terão as reposições – disse Marcos Braz.
Marcos Braz esteve reunido por toda a manhã com a presidente Patrícia Amorim e, por enquanto, não irá haver qualquer mudança no departamento de futebol, seja na diretoria profissional ou nas divisões de base.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista do dirigente.
Dá para considerar preocupante a situação do Flamengo com relação aos reforços e renovações?
Marcos Braz - Eu não tenho nenhuma preocupação. Quando assumi, foi numa situação totalmente diferente. Temos um problema provocado pela transição em que temos de entender e respeitar. Infelizmente não tenho nenhuma notícia nova para dar.
E as renovações?
MB - Todas essas questões estão sendo resolvidas com tranquilidade, de uma maneira que não interfira na situação financeira do Flamengo. Entendo que o torcedor não se sinta confortável, mas o momento é de ter tranqüilidade. Vamos perder peças, mas a reposição não será feita de maneira louca ou intransigente como aconteceu durante um bom tempo aqui. O tempo é curtíssimo, mas vou fazer a reposição de maneira segura ou confortável para comissão técnica e diretoria.
Como está a situação de Vagner Love, que se apresenta ao Palmeiras nesta terça-feira?
MB - Já era uma questão que o Flamengo tinha ciência, como a do Zé Roberto, que se apresenta ao Schalke 04... O Palmeiras gastou pelo menos 5% dos direitos econômicos que tinha do jogador, o CSKA esteve perto de ganhar 20 milhões de euros numa venda para Juventus e não vendeu... Ele é jogador de primeira linha. O Belluzzo (Luís Gonzaga, presidente do Palmeiras) quer uma compensação para isso (liberar o jogador), mas o Flamengo não tem negociação com o Palmeiras. Como o tempo passa, o atleta vai se apresentar amanhã e nós vamos aguardar tranquilamente o próximo ato entre Love e Palmeiras.
Como foi a reunião com a Patrícia Amorim? Alguma mudança no departamento de futebol?
MB – Já conversamos hoje (segunda), mas não é conversa para um dia só. Falamos partes financeiras, perda de jogadores, contratação... Ela tem um projeto que gostaria de implantar no departamento, mas esse projeto precisa estar alinhado com o meu. Vamos com tranquilidade. Não vai ser feito de um dia para o outro. A partir momento que ela ganha uma eleição, ela coloca os seus pontos tratados com seus eleitores. A partir do momento que eu continuo, ela tem de seguir alguns pontos que eu acho pertinente. Ela tem um projeto para base, eu já tinha o meu. E vamos conversando. Paulo Nascimento (diretor das divisões de base) continua, pois é uma pessoa de confiança minha e do clube. Todos (Eduardo Manhães e Isaías Tinoco, diretor executivo e gerente de futebol, respectivamente) continuam aqui.
Quais são as perdas de jogadores do Flamengo?
MB - Não acredito que o Zé Roberto vai continuar lá na Alemanha, e temos projeto para que ele volte. Aírton é um caso confirmado. E tem possibilidade da perda Everton, que existe proposta bilionária na questão salarial que complica.
Qual a situação do Obina (que volta de empréstimo junto ao Palmeiras)?
MB - Obina só sai do Flamengo vendido. Se não for vendido, fica no Flamengo por razões obvias. Se eu emprestar, pura e simplesmente, estarei dando um bem que é do Flamengo.
Como será o orçamento do futebol para 2010? Alguma chance do futuro patrocinador bancar a contratação de alguém ajudando nos salários como no caso do Adriano?
MB - Existem as dificuldades e já foi passado para mim que iremos permanecer com essa mesma dificuldade. Esse gerenciamento (das verbas) sempre foi feito com tranquilidade. Não vou fazer contratação cara antes de quitar qualquer tipo de débito com elenco campeão. A partir do momento que se tem um patrocinador forte, que você pode fazer algo com relação a contratação. Vamos fazer, mas não vamos fazer nenhum tipo de previsão ou contratação pensando numa verba que ainda nem foi aprovada pelos conselheiros.
E a situação do Michael? O Dínamo disse que não aceita emprestá-lo de graça novamente, como aconteceu com o Botafogo.
MB - Fizemos proposta ao Michael nos moldes do contrato que ele tinha com o Botafogo. Qualquer coisa diferente, não interessa. Não fomos notificados pelo Dínamo ainda (se eles aceitaram ou não). O procurador dele (Giuseppe Dioguardi) tem interesse direto que ele venha para o Flamengo. Mas só podemos fazer a contratação dessa maneira que foi colocada (como era com o Botafogo).
Durantes as férias, o Andrade deu entrevistas dizendo que o Flamengo precisaria de pelo menos quatro reforços de qualidade para disputar a Libertadores. Como ele terá de trabalhar sem esses reforços?
MB - Andrade tem de trabalhar com o que tem. Ele é conhecedor da situação do clube. Andrade sabe das dificuldades financeiras e do meu jeito de trabalhar, da austeridade da parte salarial. O elenco é de 30 jogadores e foi Campeão Brasileiro. Não serão três ou quatro peças de reposição que nos causarão problemas. Mas os torcedores podem ficar tranquilos que terão as reposições.
O zagueiro Lima, ex-Betis-ESP, pode ser uma dessas peças de reposição?
Não tem nada. Ele é um jogador livre do Betis e nos foi oferecido... Eu já ia contrata-lo no ano passado, mas agora ainda não tem nada de concreto.
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