A área militar localizada no bairro da Boa Viagem, no Recife, esconde a resistência dos flamenguistas à censura local. Ao contrário da maioria das cidades nordestinas, na capital pernambucana torcer para o time carioca é praticamente um crime.
Fla-Recife comemora os 114 anos de fundação do Rubro-Negro carioca
Na mídia local há ataques constantes. Na última semana, o jornal de maior circulação do estado publicou uma coluna que chamava os torcedores do Flamengo na região de "cariocas de segunda categoria". O repúdio à escolha da paixão pelo clube carioca também é notório nas ruas. Basta conversar com torcedores de Sport, Santa Cruz e Náutico para notar que a opção de idolatrar o Flamengo não é bem quista.
- Eles são os paraibacas (mistura de paraíbas com babacas). É inadmissível que torçam para um clube do sul. Por isso o Nordeste tem equipes tão frágeis - disse o taxista Marcos Lopes.
As represálias vêm, sobretudo, em forma de palavras. A Fla-Recife recebe ameaças constantes de depredação. Mas em 2008, por exemplo, todos os outdoors com propaganda da FlaTV foram alvos de atos de vandalismo. Para assistir aos jogos tranquilamente e celebrar a "paixão rubro-negra", a sede localizada em um clube militar serviu perfeitamente.
- Foi ótimo termos essa sede isolada. Aqui (no Recife) há uma hostilidade muito grande contra os flamenguistas - disse o presidente da Fla-Recife, Silvano Maia.
Neste domingo haverá um churrasco na sede, com a participação de dezenas, centenas, milhares de torcedores de outros estados. A festa para a partida nos Aflitos está preparada. No dia do aniversário do clube, uma frase escrita com isopor e papel prateado dá o tom da reverência: "114 anos de muito amor".
Em terceiro lugar no Brasileiro, com 57 pontos, o Flamengo está a cinco do líder São Paulo, mas tem um jogo a menos. A vitória no Recife coloca a equipe na vice-liderança e mantém aceso o sonho do hexa. O duelo contra o Timbu começa às 17h (de Brasília).
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