O torcedor da Portuguesa Daniel Neves, entrou com ação na Justiça comum e conseguiu uma liminar, devolvendo os quatro pontos retirados do
clube, pela escalação irregular do meia Héverton. Apesar da vitória no
tribunal, o advogado e professor universitário diz que a volta da Lusa é
provisória e espera que, em duas semanas, aconteça a definição.
- Sei bem que é uma decisão provisória, baseada na urgência da situação
e na probabilidade de o direito que está sendo alegado existir. Imaginamos que, nas próximas duas semanas, no mais tardar, haja uma nova
decisão agora do tribunal: ou confirmando ou revogando. O que vai
acontecer não sabemos, mas já é uma vitória - disse Daniel Neves.
O torcedor revelou que já tinha o processo pronto. Foi quando soube que o juiz Marcello do Amaral Perino, da 42ª Vara Cível de São Paulo, tinha concedido uma liminar a favor do Flamengo, e decidiu procurar o mesmo juiz. A estratégia deu certo.
- Se eu conseguisse convencer o juiz dessa conexão, eu ganharia a
liminar. O fundamento é o mesmo, a questão é a mesma. Se ele deu para o
Flamengo, teria que dar para a Portuguesa.
O Flamengo escalou o lateral-esquerdo André Santos, que estava
suspenso, no empate por 1 a 1 com o Cruzeiro. Já a Portuguesa pôs em
campo o meia Héverton, também sem condições de jogo, no 0 a 0 com o
Grêmio. Com isso, os dois clubes perderam quatro pontos no STJD, no dia
16 de dezembro. Entraram com recurso, mas foram novamente derrotados no
dia 27.
Dessa forma, o Fluminense, que tinha terminado o campeonato na 17ª
posição, ganhou duas colocações e deixou a zona de rebaixamento,
livrando-se de disputar a Série B em 2014. Agora, com as duas liminares,
a classificação volta a ser aquela conquistada após a última rodada,
com o Tricolor das Laranjeiras na segunda divisão.
Na opinião do presidente da Comissão de Direito Desportivo, Patrick
Pavan, a liminar de Daniel Neves deve ser derrubada em breve e o
resultado determinado pelo STJD voltará a valer.
- No meu particular entendimento, essas decisões serão cassadas em
breve. O artigo sexto do Código de Processo Civil é bem claro. Ninguém
pode em nome próprio buscar direito alheio. As ações são em nome próprio
contra a CBF, tentando buscar um direito da Portuguesa.
O vice-presidente jurídico da Portuguesa, Orlando Cordeiro de Barros,
discorda e acredita que, com o Estatuto do Torcedor, Daniel Neves buscou
seu próprio direito, e não o do clube.
- O direito é dele, não tem direito alheio nenhum. O direito é do
torcedor, de ser informado e de ser respeitado naquilo que comprou,
naquilo que acompanha e naquilo que acredita. Não há interesse alheio de
terceiros.
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