Cerca de quatro horas depois da informação de que não há previsão para a
reabertura do Engenhão, a Federação do Rio divulgou, em uma entrevista
coletiva, que o Raulino de Oliveira será o palco de clássicos,
semifinais e finais no Campeonato Carioca. São Januário foi descartado
por causa de problemas com divisão de torcidas: o Gepe (Grupamento
Especial de Policiamento em Estádio) só libera o estádio do Vasco se
houver 90% dos ingressos para o mandante e 10% para os visitantes. Os
demais grandes não aceitaram essa hipótese.
Os dirigentes cruz-maltinos não gostaram da decisão de levar os
clássicos para Volta Redonda - a não ser que o Engenhão seja liberado a
tempo -, e a primeira consequência foi imediata. Como retaliação,
negaram-se a emprestar São Januário para a partida entre Botafogo e
Friburguense, que seria realizada lá nesta quinta-feira.
- Se não pode jogar (clássico) em São Januário, não cabe o Botafogo
estar atuando no nosso estádio - afirmou o presidente Roberto Dinamite,
que ão confirmou as partidas do Fluminense pela Libertadores em São
Januário.
O diretor executivo René Simões afirmou que não se trata de retaliação,
e sim de "preservar o campo", mas lamentou a postura do Botafogo.
- Falando em retaliação, temos a impressão de que o Vasco fez algo
errado. O futebol carioca vive momento de emergência, triste e delicado.
Quando o presidente (Roberto) veio na federação, tinha na cabeça o
discurso de juntar todos os clubes em prol do Campeonato Carioca. A
gente entendia nesse momento que o Botafogo poderia, nesse acordo de
cooperação, dizer: "Muito obrigado por ceder o estádio, vamos jogar da
forma como vocês querem. Estamos felizes por isso". O vasco se sente no
direito não de retaliar, a palavra é forte e feia. Mas se sente no
direito de preservar o campo.
O primeiro clássico da Taça Rio, entre Vasco e Botafogo, muda de local e
também de data: em vez do próximo domingo, será na quarta-feira (dia 3
de abril), ainda sem horário. O jogo dos alvinegros contra o
Friburguense passou para o dia 10 de abril, em Moça Bonita. Ainda não
foi divulgado o procedimento para os torcedores que já compraram
ingresso.
O gerente executivo do departamento de futebol do Botafogo, Aníbal
Rouxinol, afirmou que o presidente Maurício Assumpção não se opôs a usar
São Januário em clássicos, mas discorda da divisão de ingressos.
- A Ferj tomou a atitude correta, estabeleceu um critério, usando o
único estádio em que a Polícia Militar autoriza 50% de ingressos para
cada torcida. Entendo as razões do Vasco, mas o Botafogo entende nesse
momento que não vê razão para privar a sua torcida nessas condições.
Comandante do Gepe, o tenente-coronel João Fiorentini disse que já tem
um ano e meio o posicionamento da corporação de permitir clássicos em
São Januário apenas se o visitante ficar com 10% dos ingressos.
- Para dividir os ingressos em 50%, a entrada (das torcidas) seria pela
mesma rua, a Francisco Palheta. Acho difícil resolver isso sem grandes
mudanças no entorno de São Januário. No Engenhão temos quatro alas bem
definidas, sem ter contato visual. Esse é o principal fator. Com setor
social, é difícil fazer essa divisão.
O último clássico estadual no Raulino de Oliveira foi Botafogo 1 x 1
Fluminense, pela última rodada do Brasileirão de 2011. Fred e Felipe
Menezes marcaram os gols (veja no vídeo), diante de um público de 6.379
pagantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário