Na sexta-feira, Joel Santana defendeu a teoria de que, mesmo com rendimento abaixo da média, jogadores como Ronaldinho Gaúcho
deveriam ser mantidos em campo para impor respeito ao adversário. Na
sua tese, o treinador definiu: “craque é craque”. Um dia depois, na
noite deste sábado, o treinador tirou o camisa 10 e capitão do time para
colocar Deivid, aos 30 minutos do segundo tempo da partida com o
Internacional. Em 21 jogos sob o comando de Joel, Ronaldinho atuou em
17, e pela primeira vez foi substituído. Nas três vezes que foi
questionado sobre o assunto na entrevista coletiva depois do empate por 3 a 3, no Engenhão, ele falou em baixo rendimento, consciência e razão.
- Ele não estava rendendo o que achava que ele poderia render. E substituí pelo Deivid. Pronto – afirmou Joel Santana.
Pouco depois, ao ouvir o segundo questionamento sobre Ronaldinho, Joel colocou a mão na consciência:
- Fiz o que minha consciência pediu, aguardamos o máximo que podíamos aguardar para mexer.
Na terceira e última pergunta sobre o tema, o treinador apelou para a razão.
- Tenho de fazer as coisas pela razão, não pelo coração. Sou técnico do
clube e represento uma torcida. Tenho de me comportar como meu
"feeling" está pedindo. Tenho de saber quando o jogador está mal ou bem.
Acho que fiz o certo. Minha consciência pediu, e eu fiz.
Na sexta-feira, ao ser questionado se é defensor da teoria de que um
jogador tido como craque deve ser mantido em campo mesmo que não esteja
rendendo o esperado, Joel disse que sim e rasgou elogios.
- Acredito (na teoria), o craque é o craque, em qualquer time é assim.
Você estando com o ídolo em campo, o adversário vai sentir, vai
respeitar. Você está com Ronaldo e Love dentro de campo, e o treinador
adversário vai dizer: "Cuidado que a qualquer momento ele vai fazer
(gol)". Eu estava num clube e fui tirar um jogador que era ídolo. Eu era
o líder do campeonato. Estávamos perdendo o jogo. Fui tirar o jogador, o
ídolo. Para que fui mexer no formigueiro? Aí, me bateram até cansar. Da
outra vez, estava com o ídolo em campo, o jogo estava acabando, e ele
estava muito mal. O preparador dizendo que ele estava mal. Eu disse:
"Não mexe com ele, deixa ele lá". Deixei, e ele fez o gol. São coisas do
futebol. É diferente quando está com ídolo ou não. A palavra ídolo já
diz tudo - afirmou o treinador.
Ao ser substituído por Deivid aos 30 minutos do segundo empo,
Ronaldinho quase tomou o rumo do vestiário, mas seguiu para o banco de
reservas, de onde pode ouvir vaias e xingamentos de boa parte da
torcida. Ao deixar o campo, jogador e técnico não se cumprimentaram.
A responsabilidade e a palavra final para armar o time são de Joel
Santana. E com carta branca para substituir Ronaldinho Gaúcho. A cúpula
do futebol, com a efetiva participação do diretor Zinho e aval da
presidência do clube, já deixou claro que, caso o camisa 10 não esteja
rendendo o esperado, o técnico não deve ter qualquer tipo de restrição
em colocar o jogador mais caro do elenco e capitão no banco de reservas.
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