quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Desvalorizado por Caio, Jônatas se apega aos companheiros para não desanimar

Jônatas retornou ao Flamengo em janeiro por empréstimo de 18 meses. Já se passaram quase dez e o volante ainda não conseguiu recuperar o status de titular. Pior, ultimamente convive com a estranha sensação de sequer ver o nome relacionado para as partidas.

No coletivo da última quarta-feira passou por uma situação constrangedora. Na segunda parte, o time reserva foi quase todo modificado e ele continuou fora. Não reclamou.

Enquanto o jogador preparava-se para ir embora, Caio Júnior, a poucos metros, dava uma indireta sobre a situação.

- Jogador tem de mostrar motivação. Tem de ser profissional ao extremo. Sei que a situação não é fácil, mas qualquer jogador do Brasil gostaria de estar entre os 30 do Flamengo. Futebol europeu é assim. E, para estar entre os 19 que vão para o jogo, tem de ralar no treino – declara o treinador.

Jônatas dificilmente concede entrevistas. Simplesmente não gosta. O que torna a sua “defesa” ainda mais difícil. Na noite de quarta-feira, conversou por telefone com o GLOBOESPORTE.COM e, apesar da tristeza pelo ostracismo, evitou confronto.

GLOBOESPORTE.COM: Quando o Joel Santana o deixou fora de alguns jogos, você disse que continuaria lutando porque uma hora a oportunidade iria chegar. Mantém o discurso? Jônatas: Tenho que manter isso até onde der. Seu me abater, complica. Antes do treinador, tenho os companheiros. Eles são meus amigos. Fico triste pela minha situação, mas acontece. Nunca achei que (o retorno ao Flamengo) fosse ser desta forma. Mas não posso desistir.

Tem alguma explicação para a falta de oportunidades?
É opção, estilo de jogo do treinador. Não caio no esquema dele. Tenho só que entender. Tenho 26 anos e estou aprendendo a não dar mole. Não posso me entregar, embora seja difícil. Sempre joguei, mas é ele quem comanda.

Você chegou a conversar com ele?
Sim, mas nada demais. Ele disse que uma hora vou ter uma brecha.

Não bateu desânimo ao ver que quase todo o time reserva foi trocado e mesmo assim você não entrou em campo? Na hora que vi, sim. Mas esqueço. Tenho que esquecer. Não posso pensar porque senão ferrou. Saí daqui como capitão e campeão (da Copa do Brasil de 2006), voltei e estou assim...

O fato de já estar mais maduro, com 26 anos, o impede de “explodir”? Não sei qual seria minha reação se fosse mais jovem. Mas o cara mais novo poderia tomar uma atitude que não é legal. Se tenho problema com alguém, o grupo compensa. O ambiente que tenho com os caras é sensacional e gosto de estar ali na resenha (conversas) todos os dias. É o que me salva.

O contrato de empréstimo acaba em julho. Pensa em deixar o Flamengo antes se a situação não mudar? Nem penso nisso. Quero voltar a jogar o mais rápido possível. A não ser que o Caio (Júnior) me mande embora, a minha idéia é renovar esse contrato.

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