O
ambiente político do Flamengo fervilha com o time na zona da degola no
Brasileiro. A cada resultado ruim no campo piora a relação entre
situação e oposição que, a essa altura, já tenta orquestrar até um
pedido de impeachment de Eduardo Bandeira de Mello e do presidente do
Conselho Fiscal, Mario Esteves. Isolada, a diretoria sofre ataques até
de quem antes a apoiava, como os ex-presidentes Marcio Braga, Kleber
Leite e Hélio Ferraz, além das correntes derrotadas na eleição. Até o
atual presidente do Conselho Deliberativo, Delair Dumbrosck, eleito com
apoio dos atuais mandatários rubro-negros, não hesitou em confirmar sua
insatisfação. Ele já fala em combater a atual gestão nas urnas em 2015.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, ele atacou diretamente o vice de marketing, Luís Eduardo Baptista, o Bap, que diz ser quem manda na Gávea. Afirmou que o dirigente não pode administrar o Flamengo à distância e cobrou uma postura mais firme do presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello.
- O ponto político é que 24 horas para o Flamengo hoje é pouco, na situação que está, 24 horas lá dentro hoje é pouco. Quem está falando isso é o presidente do Conselho Deliberativo. O Bandeira pode estar lá 24 horas, mas ele não manda. Quem manda no Flamengo se chama Bap, e o cara não está no Rio, está lá em São Paulo, administrando o Flamengo de lá. Não vai dar certo. Esse é o rumo que tem de ser corrigido, e quem tem de tomar essa cabeça é o presidente Bandeira de Mello - disse Delair, por telefone.
Em carta com data de julho, ele cobrou de Bandeira de Mello uma mudança na política de preços praticada pela gestão, um dos pontos mais criticados do planejamento da atual diretoria. Dumbrosck diz que com altos preços e jogos fora do Rio, o Flamengo arrisca seu patrimônio e se vê em risco de reduzir suas receitas, pela lógica de que o clube só atinge altas cifras por conta de sua popularidade.
- Bilheteria hoje, no orçamento do Flamengo, se chegar a 20% é muito. O que o Flamengo faz é conseguir patrocínio, grandes contratos. Consegue isso porque tem nome. Mas só tem nome se tiver time, se tiver títulos. Na medida em que você começa a afastar, ir com sede ao pote, colocar o ingresso a R$ 100, você não leva torcida ao estádio, afasta a torcida e daqui a pouco não tem mais grandes contratos.
O presidente do Deliberativo citou ainda a situação do Flamengo sob sua ótica em 2009:
- Em 2009, quando assumi no lugar do Marcio, o clube estava indo para quatro meses de salários atrasados, todo endividado, quase na situação do Botafogo agora com 100% das receitas penhoradas, e não deixei de contratar jogador, porque entendo que os títulos são peça fundamental do Flamengo. Acho que eles fizeram uma escolha só por pagar dívida e estão esquecendo que precisam de um produto para vender. Você só quer anunciar com uma equipe vitoriosa e eles não estão entendendo isso. Esse é o ponto administrativo.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, ele atacou diretamente o vice de marketing, Luís Eduardo Baptista, o Bap, que diz ser quem manda na Gávea. Afirmou que o dirigente não pode administrar o Flamengo à distância e cobrou uma postura mais firme do presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello.
- O ponto político é que 24 horas para o Flamengo hoje é pouco, na situação que está, 24 horas lá dentro hoje é pouco. Quem está falando isso é o presidente do Conselho Deliberativo. O Bandeira pode estar lá 24 horas, mas ele não manda. Quem manda no Flamengo se chama Bap, e o cara não está no Rio, está lá em São Paulo, administrando o Flamengo de lá. Não vai dar certo. Esse é o rumo que tem de ser corrigido, e quem tem de tomar essa cabeça é o presidente Bandeira de Mello - disse Delair, por telefone.
Em carta com data de julho, ele cobrou de Bandeira de Mello uma mudança na política de preços praticada pela gestão, um dos pontos mais criticados do planejamento da atual diretoria. Dumbrosck diz que com altos preços e jogos fora do Rio, o Flamengo arrisca seu patrimônio e se vê em risco de reduzir suas receitas, pela lógica de que o clube só atinge altas cifras por conta de sua popularidade.
- Bilheteria hoje, no orçamento do Flamengo, se chegar a 20% é muito. O que o Flamengo faz é conseguir patrocínio, grandes contratos. Consegue isso porque tem nome. Mas só tem nome se tiver time, se tiver títulos. Na medida em que você começa a afastar, ir com sede ao pote, colocar o ingresso a R$ 100, você não leva torcida ao estádio, afasta a torcida e daqui a pouco não tem mais grandes contratos.
O presidente do Deliberativo citou ainda a situação do Flamengo sob sua ótica em 2009:
- Em 2009, quando assumi no lugar do Marcio, o clube estava indo para quatro meses de salários atrasados, todo endividado, quase na situação do Botafogo agora com 100% das receitas penhoradas, e não deixei de contratar jogador, porque entendo que os títulos são peça fundamental do Flamengo. Acho que eles fizeram uma escolha só por pagar dívida e estão esquecendo que precisam de um produto para vender. Você só quer anunciar com uma equipe vitoriosa e eles não estão entendendo isso. Esse é o ponto administrativo.
Delair Dumbrosck cobra mudanças na gestão do Flamengo (Foto: Globoesporte.com)
Delair Dumbrosck já fala até em combater a atual diretoria, que apoiou nas urnas em 2012, na eleição de 2015.
- Eu não morro de amores pela turma que está lá, acho que estão fazendo muita coisa errada, mas tenho de ser muito frio (com relação ao movimento de impeachment). A questão de você namorar a mulher bonita ou a feia é opção sua, uma rica ou uma pobre, é uma opção sua, e pegar um clube desse para administrar e fazer uma gestão no seu entender de saneamento e que o primeiro ponto não é título... Foram eleitos para isso. A gente tem é de trabalhar na próxima eleição para tirar eles de lá, democraticamente.
Conselheiro explica impeachment e Conselho Fiscal responde
A oposição, primordialmente, cobra maior transparência da diretoria na prestação de informação aos conselheiros. Uma das maiores reclamações é em relação ao Conselho Fiscal que estaria sonegando informações a seus membros que fazem parte da oposição e, segundo os opositores, funcionando como mera agência homologadora para a diretoria. Gularte afirmou ter protocolado pedidos no clube sobre diversos assuntos, como para ter maiores informações sobre os valores pagos a pessoas físicas por comissão de negociações do departamento de futebol, sem qualquer resposta.
O clima se agrava à medida em que a troca de farpas se torna pública e coloca novamente em evidência antigos caciques. Kleber Leite tem se mostrado mais ativo desde que o clube passou a figurar na zona de rebaixamento e varia entre críticas e conselhos sobre o que a diretoria deveria fazer, de acordo com sua experiência anterior no futebol rubro-negro. Do outro lado, a cúpula da diretoria rebate dizendo que Leite é responsável por um montante considerável da dívida do clube - o que o ex-presidente nega. Bandeira de Mello, presidente que a oposição acusa de ter a caneta, mas não a palavra final, atiça a ira das correntes que estão fora de poder a cada vez que fala em austeridade financeira com o time na zona de degola e joga a situação na conta de dívidas de gestões passadas.
O conselheiro Francisco Gularte protocolou seus argumentos no Conselho Deliberativo e, no sábado, na Boca Maldita, disse ter recolhido cerca de 90 assinaturas para reforçar sua petição de impeachment de Bandeira e do presidente do Conselho Fiscal, Mario Esteves, a quem acusa de não fornecer informações. Ele pretende forçar uma reunião extraordinária no Deliberativo para tratar do tema e cogita entrar na Justiça Comum para ter acesso a documentos do clube.
- O básico de tudo é o seguinte: você não pode, em uma associação como o Flamengo, governar sem independência dos poderes. É a base da legislação que rege a associação. E os poderes do Flamengo estão contaminados por um grupo chamado Só Fla, que permeia toda a estrutura. Cargos que não estão no estatuto transferem a responsabilidade dele (Bandeira) para um assalariado. Criou um hiato de poder e de responsabilidade. Então o Flamengo não tem governo, é governado por SMS e Skype. Você faz as denúncias, os requerimentos, e ninguém te atende. O pedido de impeachment é justamente por conta do engavetamento de documentos. Os pareceres que o Bandeira diz que são ficção agora foram substituídos por resumos, com redações tiradas do próprio pedido do Conselho Diretor. Então o Conselho Fiscal não é independente. Os pareceres são cópias das demandas.
Esteves, por sua vez, afirmou que somente defende o que foi proposto na campanha: impedir a politização do Conselho Fiscal.
- O Gonçalo Veronese é o segundo no grupo do Leonardo Ribeiro, o chamado Capitão Léo, é o braço direito político do grupo, que tem como único objetivo prejudicar de todas as maneiras a administração. A nossa campanha foi baseada na despolitização do Conselho Fiscal. A minha conduta como presidente do Conselho é independente, isenta e técnica. A minha atuação política é exatamente no sentido de evitar a politização que o Veronese e o grupo tenta dar ao Conselho Fiscal, colocando questões que não ficam na sua esfera. Eles me mandaram requerimentos que foram respondidos na medida em que faziam parte das obrigações estatutárias do Conselho Fiscal. Realmente não aceito colocar no Conselho Fiscal a pauta política deles. Não tenho a obrigação e nem acho que devo aceitar a tentativa de politização, porque é isso que o senhor Gularte e todos eles fazem o tempo todo. A nossa postura é absolutamente isenta.
- Eu não morro de amores pela turma que está lá, acho que estão fazendo muita coisa errada, mas tenho de ser muito frio (com relação ao movimento de impeachment). A questão de você namorar a mulher bonita ou a feia é opção sua, uma rica ou uma pobre, é uma opção sua, e pegar um clube desse para administrar e fazer uma gestão no seu entender de saneamento e que o primeiro ponto não é título... Foram eleitos para isso. A gente tem é de trabalhar na próxima eleição para tirar eles de lá, democraticamente.
Conselheiro explica impeachment e Conselho Fiscal responde
A oposição, primordialmente, cobra maior transparência da diretoria na prestação de informação aos conselheiros. Uma das maiores reclamações é em relação ao Conselho Fiscal que estaria sonegando informações a seus membros que fazem parte da oposição e, segundo os opositores, funcionando como mera agência homologadora para a diretoria. Gularte afirmou ter protocolado pedidos no clube sobre diversos assuntos, como para ter maiores informações sobre os valores pagos a pessoas físicas por comissão de negociações do departamento de futebol, sem qualquer resposta.
O clima se agrava à medida em que a troca de farpas se torna pública e coloca novamente em evidência antigos caciques. Kleber Leite tem se mostrado mais ativo desde que o clube passou a figurar na zona de rebaixamento e varia entre críticas e conselhos sobre o que a diretoria deveria fazer, de acordo com sua experiência anterior no futebol rubro-negro. Do outro lado, a cúpula da diretoria rebate dizendo que Leite é responsável por um montante considerável da dívida do clube - o que o ex-presidente nega. Bandeira de Mello, presidente que a oposição acusa de ter a caneta, mas não a palavra final, atiça a ira das correntes que estão fora de poder a cada vez que fala em austeridade financeira com o time na zona de degola e joga a situação na conta de dívidas de gestões passadas.
O conselheiro Francisco Gularte protocolou seus argumentos no Conselho Deliberativo e, no sábado, na Boca Maldita, disse ter recolhido cerca de 90 assinaturas para reforçar sua petição de impeachment de Bandeira e do presidente do Conselho Fiscal, Mario Esteves, a quem acusa de não fornecer informações. Ele pretende forçar uma reunião extraordinária no Deliberativo para tratar do tema e cogita entrar na Justiça Comum para ter acesso a documentos do clube.
- O básico de tudo é o seguinte: você não pode, em uma associação como o Flamengo, governar sem independência dos poderes. É a base da legislação que rege a associação. E os poderes do Flamengo estão contaminados por um grupo chamado Só Fla, que permeia toda a estrutura. Cargos que não estão no estatuto transferem a responsabilidade dele (Bandeira) para um assalariado. Criou um hiato de poder e de responsabilidade. Então o Flamengo não tem governo, é governado por SMS e Skype. Você faz as denúncias, os requerimentos, e ninguém te atende. O pedido de impeachment é justamente por conta do engavetamento de documentos. Os pareceres que o Bandeira diz que são ficção agora foram substituídos por resumos, com redações tiradas do próprio pedido do Conselho Diretor. Então o Conselho Fiscal não é independente. Os pareceres são cópias das demandas.
Esteves, por sua vez, afirmou que somente defende o que foi proposto na campanha: impedir a politização do Conselho Fiscal.
- O Gonçalo Veronese é o segundo no grupo do Leonardo Ribeiro, o chamado Capitão Léo, é o braço direito político do grupo, que tem como único objetivo prejudicar de todas as maneiras a administração. A nossa campanha foi baseada na despolitização do Conselho Fiscal. A minha conduta como presidente do Conselho é independente, isenta e técnica. A minha atuação política é exatamente no sentido de evitar a politização que o Veronese e o grupo tenta dar ao Conselho Fiscal, colocando questões que não ficam na sua esfera. Eles me mandaram requerimentos que foram respondidos na medida em que faziam parte das obrigações estatutárias do Conselho Fiscal. Realmente não aceito colocar no Conselho Fiscal a pauta política deles. Não tenho a obrigação e nem acho que devo aceitar a tentativa de politização, porque é isso que o senhor Gularte e todos eles fazem o tempo todo. A nossa postura é absolutamente isenta.
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