Luiz Carlos Francisco Soares, pai do jogador rubro-negro Luiz
Antônio, que está sendo investigado sobre uma suposta ligação com uma
das maiores milícias da Zona Oeste, negou o envolvimento do filho com o
grupo. Após prestar depoimento na Delegacia de Repressão às Ações
Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), ele confirmou a
versão de que o carro - que teria sido um presente do jogador para o
chefe do grupo - foi roubado.
- O Alexandre (policial preso que se
apresentava como irmão de criação do atleta) é meu conhecido e do meu
filho, mas não temos envolvimento nenhum com milícia. Prestamos os
esclareicmentos normais, nada do que já não tivesse sido dito antes -
disse ao deixar a delegacia.
Questionado sobre como teria ocorrido
o roubo do veículo, o pai do jogador apenas declarou que os assaltantes
foram violentos, mas não quis entrar em detalhes. Luiz Carlos chegou às
12h40m na Draco acompanhado de um advogado e só saiu por volta das
16h30m.
De acordo com o delegado titular da Draco, Alexandre
Capote, o pai do jogador registrou o roubo de uma caminhonete Ford Edge,
avaliada em R$ 132 mil, que segundo investigações teria sido um
presente do atleta ao ex-PM Marcos José de Lima Gomes, o Gão, preso na
semana passada. Na quinta-feira, após ouvir o depoimento do jogador, o
delegado disse que poderia até fazer uso da força policial, caso Luiz
Carlos não se apresentasse nesta sexta-feira.
Na quinta, o
meio-campo do Flamengo negou qualquer ligação com a quadrilha.
Acompanhado por Michel Asseff Filho, advogado do clube, ele prestou
depoimento durante uma hora e meia na Draco e afirmou que não entregou
veículo algum ao miliciano. Policiais suspeitam que o jogador tentou
aplicar o chamado golpe do seguro.
— Meu carro foi roubado com meu pai dentro. Não tenho relação com a milícia — disse Luiz Antônio ao sair da Draco.
'ELE ANDAVA COMIGO'
Luiz
Carlos registrou o suposto roubo do veículo de seu filho no dia 11 de
janeiro na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), apesar de ter informado
que o caso ocorreu em Guaratiba, onde fica a 43ª DP. Quem elaborou o
boletim de ocorrência foi o inspetor Alexandre da Rocha Antunes, também
preso na semana passada: ele seria integrante de uma milícia que
controlava seis condomínios do programa Minha Casa Minha Vida na Zona
Oeste. De acordo com a Draco, Antunes se apresentava como irmão de
criação e empresário do jogador.
— Ele andava comigo e se
apresentava como meu irmão, mas nunca imaginei que um policial da ativa
estaria no meio disso. Estamos, eu e meu pai, sendo acusados de uma
coisa que não fizemos — afirmou Luiz Antônio.
O delegado titular
da Draco, Alexandre Capote, disse que, se for comprovado um elo de Luiz
Antônio com a milícia, ele será indiciado por formação de quadrilha. Por
enquanto, o jogador é suspeito de cometer um estelionato, pois, com o
registro do roubo da caminhonete, teria recebido de uma seguradora um
valor pelo menos 20% maior que o estipulado para uma eventual venda do
veículo.
— O carro era meu. Pagava o seguro e, se foi roubado,
nada é mais justo do que eu receber o valor da apólice — argumentou Luiz
Antônio, acrescentando que o caso está prejudicando seu trabalho no
Flamengo.
O delegado espera concluir as investigações em 30 dias.
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