sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Flamengo leva tempero baiano para tentar quebrar jejum em Salvador


Montagem - Wallace, Gabriel, Nixon, Elton e Léo flamengo bahia (Foto: Editoria de Arte)
A conexão Flamengo-Bahia tem axé. Da Boa Terra saíram símbolos do clube como Bebeto, Obina, Edílson Capetinha e, mais recentemente, Hernane. E o time de Luxemburgo que segue para Salvador, onde pega o Vitória no domingo, tem quatro baianos: Wallace, Gabriel, Nixon e Elton - o lateral Léo, outro nascido no estado, ficou no Rio de Janeiro por estar em tratamento. Com esse tempero, o Rubro-Negro joga contra um jejum diante do rival que veste as mesmas cores: não o vence na capital em jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro desde 2002. Na ocasião, fez 2 a 1, com gols de Zé Carlos e Liedson, ambos filhos da Boa Terra. Depois disso, foram seis confrontos, quatro derrotas e dois empates.

No último jogo contra o Vitória, em 1º de dezembro de 2013, quatro dias depois de se consagrar tricampeão da Copa do Brasil, o Flamengo sofreu uma dura derrota no Barradão: 4 a 2. Na ocasião, os gols flamenguistas também foram anotados por baianos, Hernane e Wallace.

Vencer, apesar da escrita contra o rival em Salvador, não é nenhum bicho de sete cabeças para o clube da Gávea na Boa Terra. Em 140 jogos realizados no estado, venceu 68, empatou 41 e perdeu 31. Com o histórico a favor e uma verdadeira república baiana no elenco - só há mais cariocas no grupo -, o Flamengo pretende voltar a fazer da Bahia sua praia. Aliás, na capital, há uma Praia do Flamengo, localizada na divisa com o município Lauro de Freitas.

O GloboEsporte.com conversou com três dos cinco baianos flamenguistas: Wallace, Gabriel e Nixon. Confira o bate-papo com o trio:

Com cinco baianos no elenco, o Flamengo se sente em casa na Bahia?

Wallace: Ah, com certeza nos sentimos em casa. E além da torcida do Flamengo, que é enorme aqui, teremos os amigos e familiares ao nosso lado. Não tem como não se sentir em casa.

Gabriel: Não só os baianos como todo o time. O Flamengo tem uma torcida imensa em todo o Nordeste, principalmente na Bahia. Mas para os baianos tem um gostinho especial. Ter os amigos e familiares nas arquibancadas é muito gostoso.

Nixon:
Verdade (que se sentirão em casa). Tem uma rapaziada boa e fico feliz por isso, pois sabemos o quanto nós lutamos para estar aqui. Poder levar o nome do nosso estado se torna importante para sempre lembrarmos nossas raízes. (nota da redação: Nixon, quando perguntado sobre os cinco baianos, emendou, às gargalhadas: "Você esqueceu o Felipe". Embora tenha passado boa parte de sua vida em Salvador, onde inclusive defendeu o Vitória, o goleiro nasceu no Rio de Janeiro).

Últimos jogos contra o Vitória em Salvador pelo Brasileirão:

2003 - Flamengo 0x1
2004 - Flamengo 1x5
2008 - Flamengo 0x0
2009 - Flamengo 3x3
2010 - Flamengo 1x1
2013 - Flamengo 2x4 
 
Os baianos do Flamengo são muito colados?

Wallace: Olha, o grupo todo é unido. Claro que tem jogadores que são mais colados com uns do que com outros, normal. Eu sou muito amigo do Gabriel. Tenho ele como um filho (risos). Levo ele para almoçar comigo, para jantar, dou conselhos, jogamos videogame e pegamos no pé um do outro, principalmente.

Gabriel: Todos nos damos muito bem. Mas eu sou mais colado com o Wallace. Brincamos muito um com outro, nos zoamos, jogamos videogame. Mas o elenco todo é unido, se dá bem.

Nixon: A gente fica super contente em ter amigos assim no elenco, alguns de muito tempo, outros chegando, mas com a mesma essência. A resenha é muito boa (risos). Wallace e Gabriel são os mais "resenha" (gozadores) quando estão juntos (risos).

O que que os baianos do Flamengo têm?

Wallace: Muita vontade de ganhar e muita raça.

Gabriel: Muita força de vontade e coragem para enfrentar as dificuldades e encarar os desafios.

Nixon: Sabemos o quanto lutamos para estar aqui, é um povo que trabalha muito em busca dos seus objetivos.
Depois de 2002, o Fla até venceu o Vitória no Barradão, em 9 de junho de 2004. Mas a partida em questão foi válida pela semifinal da Copa do Brasil e não pelo Brasileiro, competição na qual amarga o jejum de 12 anos contra o adversário.
Qual a comida baiana que mais gosta?

Wallace: Acarajé. Não tem melhor.

Gabriel: Moqueca de camarão.

Nixon: É carneiro na brasa com aipim frito, feijão de corda, que aqui no Rio acho que se chama fradinho, pirão, arroz branco e vinagrete. Esse é o meu predileto, que sempre como quando saio de férias.

Bate-papo sobre a rivalidade Ba-Vi com Gabriel, revelado no Bahia, e Wallace, cria do Vitória:

Por ser formado no Bahia, tem um sabor especial enfrentar o Vitória? Espera fazer um gol para voltar a se firmar?

Gabriel: Com certeza tem um sabor especial. Todo mundo sabe que antes de começar a jogar eu era torcedor do Bahia. Frequentava até os estádios. Ia sempre. Não tinha dinheiro para pagar a entrada e ficava esperando do lado de fora a metade do segundo tempo, que era quando abriam os portões, para ver o finalzinho das partidas. O mais importante é o Flamengo vencer o jogo. Se eu puder marcar, melhor ainda. Tanto para o Flamengo quanto para minhas pretensões dentro do clube.

É especial jogar no seu estado? Como é enfrentar o time que te deu projeção? Pensa em fazer gol de novo contra eles?

Wallace: Sempre bom voltar ao meu estado. Tenho muito respeito pelo Vitória, foi o clube que me formou para o futebol, onde cresci, amadureci e dei meus primeiros passos. Mas quero vencer a partida e, se tiver chance, fazer outro golzinho. Hoje sou Flamengo.


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