Torcida do Flamengo, coisa igual não tem
O Coritiba até jogou um balde de água fria. Bem gelada, na verdade. Mas
nada foi capaz de apagar o caldeirão no qual se transformou o Mané
Garrincha, em Brasília, no empate por 2 a 2 com o Flamengo, sábado, pela
sexta rodada do Brasileirão. Com o prolongamento da negociação pelo
retorno ao Maracanã, o Rubro-Negro adotou a capital federal como sua
casa, e teve diante do Coxa uma amostra de que será pego no colo,
independentemente do que apresente em campo. Pelo menos, em um primeiro
instante.
Torcida do Flamengo fez a festa no Mané Garrincha contra o Coritiba (Foto: Cahê Mota)
Mesmo cerca de uma hora antes de a bola rolar, a maioria dos 55.110
presentes já tinha ocupado seus lugares e fazia festa a cada gol exibido
no telão em propaganda do programa sócio-torcedor. O mesmo aconteceu na
entrada em campo do time para aquecimento e durante todo o jogo.
Entusiasmados com a proximidade da paixão normalmente tão distante, os
brasilienses fizeram festa e incentivaram a equipe durante os 90
minutos. Ao apito final, porém, o empate frustrante gerou vaias.
No anúncio oficial das equipes, um “Uhhhhh” quase uníssono para os
jogadores do Coritiba, em especial Alex – por sinal, o melhor em campo.
No lado rubro-negro, Léo Moura foi o mais ovacionado, enquanto Carlos
Eduardo ouviu uma divisão de vaias e aplausos. Bastou a bola rolar,
porém, para o incentivo ser irrestrito. Gritos de “Mengo” foram
constantes e alternavam com vaias no período em que o time paranaense
tinha posse de bola.
Cada roubada de bola era comemorada, assim como faltas a favor do
Flamengo. O gol de Moreno, logo no início, incendiou ainda mais a massa,
que celebrou ao som de “Sai do chão, sai do chão, a torcida do Mengão”.
A sintonia era tanta que os torcedores jogaram a favor até para evitar
um punição ao clube. Na metade do primeiro tempo, um copo foi
arremessado no campo e atingiu um auxiliar. O árbitro Paulo César
Oliveira interrompeu a partida e prontamente o público identificou o
baderneiro para que fosse retirado, evitando problemas para o clube.
No segundo tempo, um episódio representou bem a condição de parceria
proposta pelos brasilienses. Assim que Chico marcou de cabeça o primeiro
gol do Coritiba, o estádio respondeu com gritos de “Mengo”. A reação
não surtiu efeito na equipe, que manteve o “apagão” até o empate em gol
de Alex, seguido de raros minutos de silêncio. Já na metade da etapa
final, o apoio ao time se dividiu com gritos que pediam Rafinha. Mano
Menezes atendeu, mas o camisa 7, que cresceu no Distrito Federal, não
respondeu em campo.
O tropeço, após ter a vitória nas mãos, gerou vaias ao término do jogo, mas nada muito forte. Nas rampas de saída do estádio, o torcedor gritava e cantava como se tivesse conquistado uma vitória. O sistema de som ainda avisou: “Próximo jogo no Mané Garrincha: Vasco x Flamengo”, e a informação foi celebrada como um gol.
O tropeço, após ter a vitória nas mãos, gerou vaias ao término do jogo, mas nada muito forte. Nas rampas de saída do estádio, o torcedor gritava e cantava como se tivesse conquistado uma vitória. O sistema de som ainda avisou: “Próximo jogo no Mané Garrincha: Vasco x Flamengo”, e a informação foi celebrada como um gol.
Em entrevista coletiva, Mano Menezes comentou a participação da torcida
na partida e a avaliou como o ponto alto da noite de sábado. O
treinador deixou clara ainda a necessidade de dar uma vitória como
contrapartida ao apoio. Até agora, o Fla jogou duas vezes no local e
empatou com Santos e Coritiba.
- Foi o fator mais positivo do que vivenciamos aqui. O torcedor apoiou e
entendeu as limitações em determinados momentos. Em um curto espaço de
tempo, queremos vencer aqui para brindar essa torcida que está vindo,
para que venham mais e em maior número.
Mano comparou a relação com um casamento e admitiu que, neste momento, o
Flamengo precisa ser carregado no colo pelo torcedor de Brasília.
- Precisa haver um casamento entre torcida e time. E em um casamento em
determinados momentos você precisa mais do parceiro. Hoje, precisamos
mais do torcedor. Ainda vivemos momentos de afirmação e vamos passar por
ele com esse apoio. Na frente, queremos dar essa recompensa.
Elias fez coro com o treinador e elogiou a participação da torcida. O
camisa 8, por outro lado, deixou claro que o Flamengo precisa
estabelecer um estádio definitivo o quanto antes.
- É longe do nosso público, que está acostumado a torcer para a gente. O
torcedor em Brasília encheu o estádio e fez festa. Espero visitar
Brasília novamente mais para frente, mas com a nossa casa já definida.
Nesta semana, o Flamengo viaja até Alagoas para enfrentar o ASA, em
Arapiraca, quarta-feira, pela Copa do Brasil, mas retorna a Brasília na
quinta para os confronto com o Vasco, domingo, e o próprio Asa, dia 17.
Em breve, o clube anunciará ainda um pacote que prevê novas partidas no
Mané Garrincha até que chegue ao fim a negociação pelo retorno ao
Maracanã.
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