Indicado por Paulo Pelaipe para o departamento de base, Marcos
Biasotto já trabalha no Flamengo há quase duas semanas. Criou-se um
cargo para o novo profissional, mas sem funções específicas, por ora, e
que não foram passadas aos gestores do futebol amador. A situação é
apenas um exemplo de como o respaldo da alta cúpula ao diretor tem
deixado Pelaipe, que tem dois meses no clube, com poderes ilimitados.
Até
mesmo assuntos corriqueiros estão sendo tratados pelo dirigente. As
reclamações sobre o gramado dos campos no Ninho do Urubu chegaram a
Pelaipe e, na quinta-feira, ele conversou com Dorival Júnior.
Coincidência ou não, funcionários cortaram a grama do campo 5 na quarta à
tarde e, na quinta, fizeram o mesmo trabalho no 4.
Quando
o nome de Biasotto foi levado por Pelaipe, a ideia do dirigente era que
ele assumisse o cargo de gerente de futebol. O diretor queria alguém da
confiança dele para trabalhar no Flamengo. Marcos, porém, preferiu
exercer alguma função na base, como foi no Grêmio em 2011, quando chegou
ao clube por pedido de Pelaipe.
O diretor tem controlado até o
contato dos funcionários com os vices. Avisou, inclusive, que qualquer
comunicação com a alta cúpula será intermediada por ele. Tais
determinações têm gerado insatisfação interna, como também sobre o trato
de Pelaipe com alguns funcionários. Queixam que é difícil escutar um
"bom dia" do executivo.
Publicamente, o dirigente costuma
adotar um discurso coletivo, minimizando a participação dele, por
exemplo, nas contratações. Pelaipe gosta de citar os vices que estão
acima dele na hierarquia, exaltando, com frequência, a nova filosofia do
Flamengo.
Relação com Leite gera crítica
A
aproximação de Carlos Leite com o Flamengo por meio de Paulo Pelaipe é
outro ponto que gera críticas dentro do Flamengo. O empresário é visto
com frequência circulando pelo hotel em que o time se concentra na Barra
da Tijuca.
Na véspera do clássico com o vasco, no dia 31 de janeiro, por exemplo, Leite e Pelaipe jantaram no local.
O
empresário já falou abertamente sobre os novos negócios com o
Rubro-Negro. Pelaipe, por sua vez, evita citar o nome do agente quando
questionado e diz não prioriza negócios com um só empresário.
Cúpula fica sem se reunir
Todas
as segundas-feiras estava combinado que os vice-presidentes se
reuniriam com o presidente Eduardo Bandeira para tratar do planejamento
do Flamengo, mas os encontros não acontecem há três semanas. Ainda não
há a confirmação de que haverá reunião na próxima segunda-feira.
E
o poder centralizado de Paulo Pelaipe no Flamengo é reforçado também
pela ausência dos principais nomes que integram o comitê gestor do
futebol. A presença dos executivos no Ninho do Urubu não é um fato
recorrente.
Wallim Vasconcellos, vice, esteve no centro de
treinamentos duas vezes para conceder coletivas. Nos próximos dias, fará
uma viagem particular. Em janeiro, ele já havia ficado um tempo ausente
do clube.
Flávio Godinho, vice de relações externas, havia viajado para os Estados Unidos e há um tempo também não é visto no clube.
Pedido por treinador
Antes
mesmo de chegar ao Flamengo, Marcos Biasotto já havia sido orientado a
procurar um nome para assumir o time sub-17 do Flamengo a pedido do
diretor executivo Paulo Pelaipe.
O profissional fez alguns contatos no interior de São Paulo, mas nome algum foi apresentado até o início dos trabalhos no Fla.
A possibilidade de troca no comando do time não foi avisada aos gestores da base.
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