Combustível do pitbull: Willians soube antes da final que seria pai de novo

Mal Thiago Neves bateu o pênalti que garantiu o título carioca ao Flamengo, Willians só tinha um pensamento: ir para casa. A comemoração do terceiro campeonato conquistado na Gávea (o volante foi campeão estadual e brasileiro em 2009) seria longe de churrascarias, festas em boates ou na casa de outros jogadores. O motivo era simples: o atleta descobriu na sexta-feira que seria pai pela segunda vez (ele já tem um filho de três anos). O festejo particular teve direito a poucos convidados, mas alegria em dobro.

 

Willians coloca a bola debaixo da blusa: emoção em dobro com título e chegada de mais um filho (Foto: Thiago Fernandes / Globoesporte.com)

- Eu fui para a casa da família da minha esposa, em Caxias. A gente tinha muita coisa para comemorar. Claro que a notícia deu uma forcinha, foi um combustível a mais para eu correr em campo. A felicidade é muito grande quando você sabe que vai ser pai. Meu filho já é campeão até na barriga da mãe.

Willians já se imagina daqui há alguns anos contando essa história para o filho que ainda nem nasceu. O jogador diz que vai guardar todas as reportagens sobre o título invicto do Flamengo.

- Quando ele crescer, ficar maiorzinho, vai saber da história. Tenho tudo gravado e vou guardar para mostrar a ele. Dedico o título aos meus dois filhos. Eles são as minhas maiores conquistas na vida.

Apesar da felicidade, Willians diz que precisa conquistar mais títulos para seus filhos. Por isso, já decretou:

- Próxima parada do bonde é na Copa do Brasil.

Confira outros trechos da entrevista:

Você sempre foi reconhecido por ser um grande ladrão de bolas, mas tinha dificuldade no passe. Vê uma evolução nesse sentido do título de 2009 para este?
Sem dúvida. Estou trabalhando para isso e presto atenção ao que o Vanderlei fala. Ele me orienta muito. O professor sempre disse que eu tinha que ter confiança e seguir trabalhando para melhorar.

Existe alguma técnica especial para conseguir roubar tantas bolas dos adversários?
Eu procuro sempre ser mais rápido que os rivais. Venho aprimorando isso há anos e tem dado certo.

Você chegou ao Flamengo em 2009 e, pela raça em campo, caiu no gosto da torcida. Não teve medo que pudesse acontecer o contrário?
Não tive medo nenhum. O jogador que vem para o Flamengo sabe a pressão que sofre. Tem que estar preparado e saber que chegou aqui por seus próprios méritos.

O Ronaldinho te chamou de pitbull. De onde surgiu esse apelido?
Foi ali na hora. Ele me chama assim porque eu tou sempre marcando (risos).

Com tudo que tem acontecido, acha que pode ganhar uma chance na Seleção?
Acho que está perto. É uma coisa que venho perseguindo dese o ano passado. Espero que o técnico Mano Menezes esteja me olhando.

No fim da partida contra o vasco, você foi expulso após discussão com Allan. O que aconteceu ali? O que passou em sua cabeça após sair de campo?
Fiquei com medo de sair o gol ali, até porque eu não poderia estar no próximo jogo. Nem falta foi. Eu só falei para ele (Allan) se levantar e ele partiu para cima de mim. Não merecia ser expulso. O juiz se precipitou.

A comemoração não vai ser longa, já que tem jogo na Copa do Brasil nesta quarta...
Um jogo importantíssimo. A gente aprendeu a lição contra o Horizonte (na partida de ida, os times empataram em 1 a 1 no Engenhão. A classificação veio com 3 a 0 em Fortaleza). Temos que fazer um bom resultado em casa para não ter que definir fora. É hora de esquecer um pouco o título do Campeonato Carioca.