sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O retorno de Zico: quatro meses de problemas dentro e fora de campo

A tão aguardada volta de Zico ao Flamengo durou pouco: apenas quatro meses. No dia 30 de maio, após uma reunião com a presidente Patrícia Amorim, o maior ídolo do clube assinou um contrato como diretor executivo até dezembro de 2012 – o que acabou sendo bem mais curto, com o antigo compromisso de parceria do Rubro-Negro com o CFZ sob suspeita do Conselho Fiscal.

Ao todo, como diretor executivo no Flamengo, foram 21 jogos: cinco vitórias, oito empates e oito derrotas (um aproveitamento de apenas 36%). Porém, os problemas do Galinho estiveram longe de ser apenas dentro de campo. O "Caso Bruno", negociações bastante contestadas e a polêmica do acordo assinado entre o Fla e o CFZ, clube fundado pelo próprio ex-jogador.

Um retorno bem diferente do esperado

De tranquilo, o Galinho teve apenas os primeiros dias na Gávea. Quase um mês após a sua chegada, o goleiro Bruno foi acusado de mandar assassinar a ex-amante Elisa Samúdio, e o nome do clube passou a frequentar constantemente as páginas policiais dos jornais. Enquanto isso, os advogados do atleta, que segue preso aguardando julgamento, acusavam o Flamengo de dever dinheiro e reclamavam da falta de apoio a Bruno.

As contratações feitas na gestão de Zico também foram contestadas, tendo como maiores fracassos os acertos com Val Baiano e Cristian Borja – sendo que este último foi emprestado pelo Caxias-RS, que acusou o Rubro-Negro de não ter pago pelo negócio. Nenhum dos dois atacantes conseguiu fazer gols pelo time principal do Flamengo. A não contratação de Emerson, que acabou indo para o rival Fluminense, também fez o então dirigente sofrer pressão interna e externa.

Quando acertou o retorno ao Flamengo, o treinador do time era Rogério Lourenço. Zico segurou o criticado técnico até quando pôde. Na demissão, admitiu que o principal fator para a saída de Rogério foi a pressão da torcida, gerando mais uma vez muitas críticas.

Sem muitas opções, acabou acertando com Silas, que, até agora, também não teve êxito no comanddo do Rubro-Negro. Com os resultados ruins, permitiu que integrantes de torcidas organizadas fosse conversar com o técnico, e mais uma vez o ex-diretor executivo foi criticado.

Como jogador, os números do maior ídolo do Flamengo são incontestáveis. Foram 702 jogos vestindo a camisa rubro-negra (só perde para Júnior, com 874), 509 gols (maior artilheiro), um Mundial, uma Libertadores, quatro Brasileiros e sete Estaduais. Fora o imensurável sentimento proporcionado por ele ao liderar a geração mais importante da história do clube. Basta lembrar o exemplo de que no fim de 2009 ele levou mais de 70 mil pessoas (boa parte rubro-negra) ao Maracanã para sua tradicional pelada de fim de ano.


Nenhum comentário:

Postar um comentário