Aos cinco anos, ele já mostrava intimidade com a bola. Tudo começou no futebol de praia, no bairro de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde foi criado. Na escola, Marcelinho, como é chamado pelos pais e pelas irmãs, jogava futsal e foi aí que começou a despontar para o futebol.
Jogava na linha, como atacante, e chegou a ser artilheiro no futebol de areia. Mas a paixão do menino era o gol. Em todas as partidas, sempre pedia para agarrar. E foi aí que tomou gosto pelas luvas. Jogando nas quadras pela Hebraica, aos 11 anos foi parar nos gramados do CFZ, onde se destacou.
A partir daí, o goleiro, que já era uma das grandes promessas da sua geração, atraiu a atenção do Flamengo. Aos 13, observado por um conselheiro do clube, o goleiro foi levado para fazer um teste no Rubro-Negro carioca, de onde não saiu mais. Já no time da Gávea, o jovem atleta teve oportunidade nas Seleções Brasileiras Sub-15 e Sub-17.
Ao subir para o elenco profissional, Marcelo Lomba ficou apenas como a quarta opção. A chance da titularidade viria num momento difícil para o clube. Depois da polêmica que envolveu Bruno, ele agarrou a oportunidade e espera se firmar. Mas nada de sonhos com a camisa 1. Ele adotou um número incomum para os arqueiros: o 29 (assista a um vídeo sobre o goleiro).
- É um prazer estar jogando pelo Flamengo. Fico muito feliz com o carinho da torcida. Estar jogando aqui é isso: em qualquer lugar do Brasil, somos procurados, e a torcida enche o estádio. É uma grande responsabilidade - declarou.
Marcelo é o filho caçula da família Lomba, o único homem entre os três herdeiros. Mas se em casa o goleiro sempre foi o centro das atenções, no Flamengo, a história era bem diferente. Acostumado a não ser relacionado em jogos oficiais, só agora ele se tornou um dos protagonistas do plantel rubro-negro.
- Foi no jogo contra o Botafogo que a ficha começou a cair. A responsabilidade de entrar no Maracanã e ver seu nome gritado pela torcida, de após o jogo você aparecer na televisão, ter que dar entrevista... Isso, sim, faz você ver que aquilo é verdade - explicou o goleiro de 23 anos.
Ruben, pai de Lomba, Zico e Marcelo Lomba no Estadual Mirim de 1999 CFZ
Marcelo já havia atuado como goleiro titular do Flamengo em três partidas oficiais. Jogou em um clássico contra o Vasco, pelo Carioca de 2008, e neste ano enfrentou o Universidad Católica, pela Libertadores, e o Friburguense, pelo Estadual. Mesmo sem tanta experiência, o goleiro não se intimidou ao enfrentar o Botafogo, na última quarta-feira.
- Nervoso eu não fiquei, mas sou um cara bem emotivo. Jogo a partida toda falando, sempre aquecendo e concentrado. A adrenalina foi grande, mas não considero que tenha ficado nervoso - lembrou.
Com poucos jogos como primeiro goleiro, Marcelo Lomba já colhe os frutos do recente destaque no gol do Flamengo. E ele não quer parar por aí: espera se fimar como titular do clube que o projetou para o futebol profissional.
- Não quero ficar somente nesses dois jogos. Eu batalhei muito para estar aqui e tinha certeza de que, quando tivesse a chance, eu ia pegar firme e não ia deixar escapar. Tenho um longo caminho pela frente, quero honrar a camisa do Flamengo - disse, orgulhoso.
E para continuar essa recente e vitoriosa história, Marcelo Lomba terá um novo desafio pela frente, nesta quarta-feira, contra o Avaí, às 21h, no Maracanã.
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